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Faz seis anos que estamos sem Wando. Nós, românticos, não temos o direito de esquecer dele!
Às 8h do dia 8 de fevereiro de 2012, o coração de Wanderley Alves dos Reis parou de bater. Apesar do cérebro de músico formado em violão erudito e do ouvido atento à melhor música popular de sua época, foi com esse coração que deixou de funcionar que Wando cultivou os mais potentes condimentos para temperar relações amorosas.
São seis anos sem o impulso de canções que restabeleceram o fair play no jogo da conquista amorosa. Principalmente para nós, rapazes desprovidos da isca fácil da beleza, que, cheios de coragem e ousadia, passamos a entrar na disputa pela atenção das moças mais bonitas do lugar em pé de igualdade com machos mais bem acabados.
Wando nos forneceu um repertório que, sussurrado com método e parcimônia, derrubava resistências e nos permitia terminar a noite como vencedores. Sempre por pontos, nunca por nocaute.
Doutrinados pela música de Wando, aprendemos a chegar lá com paciência e elegância. Ele nos ensinou que o caminho não é fácil, mas que há atalhos eficazes para convencer as fêmeas a encarar uma aventura de safadeza consentida. Duradoura ou não, mas sempre intensa, divertida, completa e verdadeira. Com discurso direto, suas letras trazem o receituário para noites, meses e anos de relações felizes, sem djavanear o que há de bom!
São seis anos sem o nosso timoneiro. E ainda não aprendemos a nos virar sozinhos! Voltamos a ser predadores desgovernados numa selva cheia de novas regras. São tempos em que cavalheirismo, delicadeza e dedicação perderam o valor de face e, pior, correm o risco de enquadramento na implacável lei do assédio. Nós, machos educados pela escola wandorf e pelo método valdiksoriano, estamos desorientados.
Minha relação pessoal com a música de Wando começou em 1975, quando ele lançou o disco que levava seu nome e que trazia a canção “Moça”. Lembro-me do magnetismo que aquela harmonia riquíssima provocava. Mas o que mais chamava a minha atenção era a letra, indecifrável para um moleque de 12 anos. Precisei do auxílio de uma irmã oito anos mais velha para entender o que significava não ser mais pura e ter um passado forte.
Demorei quase 30 anos para ver Wando no palco. Foi num show no extinto Gallery, na primeira metade dos anos 2000. Minha companhia naquela noite foi a querida amiga Virgínia Gaia, a Ana Ká da época. Foi a primeira vez que acompanhei ao vivo moças bem criadas oferecendo as próprias calcinhas como uma bandeira branca da rendição amorosa.
Depois disso, vi o homem dominando o Largo do Arouche na saudosa Virada Cultural de 2009. Uma noite histórica em que ele dividiu o palco com Reginaldo Rossi e Benito de Paula. A minha relação pessoal com Wando passou a ser personalíssima dois anos depois.
Com as amigas Fernanda Colavitti e Sandra Bassi, fui conferir uma apresentação da temporada em que Wando animava as noites do Bar Brahma, na esquina da Ipiranga com a São João. Na época, eu trabalhava na IstoÉ e cuidava dos vídeos no site da revista.
Encorajado pela Renata (mulher do Wando na época e até o fim) fui ao camarim e perguntei se o homem topava dar uma entrevista para a revista. Detalhe: gostaria que o papo acontecesse em um boteco de sinuca na Lapa de Baixo. Meu coração quase saiu pela boca quando ele disse: “Eu topo”. O resultado da conversa aparece nos três vídeos abaixo. Eles são provas de quanto um pouco de wandalismo faz falta nas relações amorosas dos dias que correm.
1 – Wando fala da sua coleção de calcinhas e ensina o roteiro de uma relação saudável
https://home/avidanocentro/sites/avidanocentro.com.br.youtube.com/watch?v=Zo42TRLSKFI&feature=youtu.be
2 – Wando relembra o começo de carreira e os discos que mudaram a história da música brasileira
https://home/avidanocentro/sites/avidanocentro.com.br.youtube.com/watch?v=nYXbC5T8t_o&feature=youtu.be
3 – Wando canta seus sucessos e faz um dueto com o entrevistador
https://home/avidanocentro/sites/avidanocentro.com.br.youtube.com/watch?v=bC9O__52NKM&feature=youtu.be
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