A Vida no Centro

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SPTW: idade não é limite para a boa relação com a tecnologia

Em parceria com A Vida no Centro, série SPTW traz reportagens sobre inovação e empreendedorismo durante a São Paulo Tech Week

A diversidade nunca esteve tanto em alta como hoje nas empresas: ter na equipe pessoas de diferentes etnias, formação, gêneros e idade gera inovação. E isso vale também na relação com a tecnologia. Misturar nativos digitais com pessoas que aprenderam a lidar com a internet depois de adultas. E, no caso de pessoas com 60, 70 ou 80 anos, que passaram boa parte da vida adulta num mundo ainda analógico.

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A aprendizagem tardia não é, no entanto, uma barreira intransponível. Pelo contrário. A inovação e o empreendedorismo entre o público mais velho é um dos temas da vertical 50 Mais da São Paulo Tech Week, maior evento de inovação e empreendedorismo do País. Organizado pela Prefeitura de São Paulo por meio São Paulo Negócios, o evento será online pela primeira vez, em função da pandemia, e terá debates estruturados a partir de mais de 50 temas relacionados à inovação. A SPTW será realizada entre 12 e 18 de dezembro.

Isolamento levou à mudança

Maurício Turra, 57 anos, fundador da Next49, empresa com o objetivo de apoiar projetos e empresas voltadas para a longevidade, e curador na vertical de 50 Mais da SPTW, nota que a pandemia e a necessidade de isolamento levaram a uma mudança também na relação com a tecnologia.

“As pessoas começaram a desenvolver inúmeras atividades que antes eram realizadas presencialmente para algum tipo de atividade remota. Isso significa uma mudança de comportamento, já que passaram a realizar chamadas de vídeo e aquisição de produtos ou bens, por exemplo, porém com restrições ainda, como o uso de aplicativos bancários”.

A idade também não é barreira para quem quer aprender novas habilidades. Fabio Ota, 66 anos, programador e fundador da ISGame, escola com metodologia desenhada para ativar o cérebro através dos games, oferece cursos para crianças e adolescentes e também para pessoas mais velhas, para que continuem aprendendo e desenvolvendo novas habilidades, em qualquer idade. No caso de pessoas mais velhas, com o benefício adicional de ajudar a melhorar a qualidade de vida, a memória e a concentração, como mostrou um estudo realizado pelo ISGame em 2015, financiado pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

A ISGame tem alunos de até 85 anos realizando os cursos para manter o cérebro ativo e, durante os primeiros meses de pandemia, teve de ajudá-los com as ferramentas para que continuassem as aulas de forma remota.

Ota cria cursos específicos para este público mais velho. “Criamos de uma forma para facilitar o acesso às pessoas mais velhas, com um tutorial inicial bem explicativo. Conseguimos enxergar as empresas e aplicativos disponibilizando outras formas de atendimento para esse público, como contato via telefone e aplicativo de conversa”, conta o empreendedor.

Idosos têm muita experiencia pessoal e profissional e quando conseguem absorver a tecnologia como uma ferramenta podem usar essa experiência de uma outra forma. Ota cita como exemplo uma aluna da ISGame, professora de inglês de 60 anos, que criou um game para dar aulas para crianças.

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