Igreja Santa Ifigênia: conheça a história da Basílica da Imaculada Conceição
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Enquanto milhares de pessoas torcem pelo Brasil de olhos grudados no telão, centenas de profissionais trabalham para garantir a ordem, a organização ou a limpeza. Veja o que eles dizem
Vinicius de Paula
Jogo do Brasil em Copa do Mundo. As ruas são o ponto de encontro de quem quer torcer por mais uma vitória da seleção canarinha. Na manhã da sexta-feira, dia 22 de junho, segunda partida da Seleção na primeira fase, enquanto a ansiedade dominava os torcedores que chegavam ao Vale do Anhangabaú para assistir ao jogo, a preocupação de algumas pessoas era outra.
Pessoas que não são notadas pela maioria dos torcedores durante a partida – mas que são imprescindíveis na organização de tudo que o que acontece ali – tinham os olhos vidrados no trabalho, mas vivendo um pequeno dilema: como acompanhar o que acontecia no campo sem descuidar da obrigação?
É o que podemos chamar de “personagens invisíveis” do cotidiano. Estivemos acompanhando o jogo e vimos como era trabalhar com um olho no público e o outro olho no telão da Arena montada para os jogos do Brasil na copa por um dos patrocinadores da seleção.
Enquanto o público lamentava cada lance perdido do Brasil, o bombeiro civil Ramom Emiliano não desgrudava os olhos da multidão e ficava atento a qualquer ocorrência. “É tenso, porque temos que ficar focados em atender quem estiver passando mal, mas sempre que dá damos uma olhada breve para o jogo, mas sem nos desconcentrar da missão de ajudar as pessoas,” contou.
O segurança Eliotério Barbosa estava do lado de fora da arena montada pela Brahma no Anhangabaú, acompanhando a movimentação do público. Sofria da mesma forma. “É muito complicado. Como torcedor, sempre dá vontade de ver o jogo, mas ficamos sabendo através da vibração dos torcedores”.
Mas nem todos ali estavam preocupados com a partida da Seleção. Tem os que aproveitaram a multidão para garantir uns trocados. “Na verdade, nem me interessa o jogo, estou mais preocupado em ganhar dinheiro e garantir o sustento dentro da minha casa”, disse o vendedor ambulante de cornetas verde-amarelas, Adriano Valença.
Para quem estava diretamente envolvido com a produção do evento, era mais complicado trabalhar sem olhar para o telão e torcer pelo Brasil. “A tentação é muito forte sim, mas temos que ser fiéis ao trabalho e ficar atento para que tudo dê certo. Torcemos que na Copa o Brasil também faça sua parte”, resume João Vitor.
Quem estava a trabalho cobrindo as reações da torcida também teve que se manter concentrado para não se distrair com o jogo. Era o caso de Pedro Málaga, repórter da Rede Vida de televisão, que também olha para o lado positivo. “Acompanhando as reações da torcida conseguimos prestar atenção em muitas coisas: choros, brigas de namorados, lamentos, xingamentos ao time, um material extenso e rico. Ficamos acompanhando o jogo só ouvindo, mas que dá vontade de esticar o pescoço e ver, isso dá”.
Mas tinha quem apenas estava esperando a sua hora para começar a trabalhar depois da festa. Este é o caso de Messias Saturnino, gari e que estava do lado de fora, prontinho para entrar em ação assim que a festa terminasse. “Estou aqui na torcida, fico atento e assim que a festa terminar, sou eu quem vai ao trabalho para deixar tudo limpo para a próxima”.
Após 90 minutos de muito trabalho, vendas feitas, atendimentos médicos realizados, sem registros de graves ocorrências e com uma apresentação musical ao fim da partida, a multidão foi embora da arena, cada um com seu destino com um sorriso no rosto por mais uma vitória da seleção brasileira. E assim a jornada de Adriano, Ramom, Eliotério e João Vitor se concluía, enquanto a de Messias só começava.
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