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Mostra Rock Terror no CCBB exibe 38 filmes, entre ficção e documentário, e traz masterclass com o curador, Mário Abbade
O CCBB São Paulo sedia a mostra Rock Terror – mostrando que os dois gêneros se fundem na telona e transcendem os roteiros de cinema. De 25 de outubro a 13 de novembro serão exibidos 38 filmes, entre ficção e documentários, capazes de mostrar os mais variados aspectos dessa vertente que tem fãs em todo mundo. A entrada é gratuita.
No dia 3 de novembro, haverá uma masterclass com o jornalista, pesquisador, documentarista e crítico de cinema Mário Abbade. curador da mostra. “Esse subgênero que juntou o rock e o terror surgiu como mais uma contribuição para a cultura pop. E muitos foram os países que aderiram a esse sucesso, como Japão, Alemanha, Índia, França, Inglaterra, EUA, Tailândia e Brasil”, diz Abbade.
A mostra tem o objetivo de trazer luz a um subgênero iniciado no final dos anos 70, quando se vendia o mito de que muitas bandas de rock teriam feito um pacto com o diabo para chegar ao sucesso. Lendas à parte, reunir esses filmes sob um olhar apurado é uma forma provocar reflexão sobre a realidade do gênero: produções de baixo orçamento, humor involuntário, efeitos de possessões demoníacas sofríveis, efeitos especiais toscos e cenas propositalmente apelativas em relação a violência e ao sexo.
Entre os filmes raros que serão exibidos, está “Turnê Assassina” (1980), de Don Edmonds, só lançado em VHS nos EUA na época e atualmente fora de catálogo. Outro filme importante é “A Maldição da Aranha”, filme americano de 1958, é um dos pioneiros a unir rock e terror e ilustra bem a diversidade do gênero, em uma época em que o rock era um fenômeno – o longa combinou o som dos anos 50 com temas comuns daquela época.
Outro que merece destaque é “O Fantasma do Paraíso” (1974), do reconhecido diretor Brian de Palma, que se cerca de referências da literatura como O Fantasma da Ópera, Fausto e O retrato de Dorian Gray. “De Palma conseguiu traçar um painel irônico da indústria fonográfica, incluindo os elementos incluindo os elementos: grandes gravadoras, artistas vendendo suas almas (literalmente), drogas e sexo”, avalia o curador.
Outros representantes não menos importantes fizeram história e a alegria dos admiradores dos filmes de horror e do rock. O filme “Uma Noite de Horror” (1984), uma coprodução entre EUA, Espanha e Porto Rico, dirigida pelo italiano Claudio Fragasso, teve o ícone do rock Alice Cooper como protagonista. Roger Daltrey, da banda The Who, foi o vilão em “Vampirella”, de 1996.
A lista segue com “A Rainha dos Condenados” (2002), “Repo! The Genetic Ópera” (2008) e “Suck” (2009) – este com um super elenco com Alice Cooper, Iggy Pop, Henry Rollins, Moby e outros ícones da música internacional, com trilha inspirada em David Bowie e Velvet Underground. Da produção brasileira, a mostra vai exibir “As Sete Vampiras” (1986), de Ivan Cardoso, com Léo Jaime tocando rock nacional.
Também serão exibidos documentários do antropólogo canadense San Dunn e outras produções que mostram que a realidade do heavy metal está muito além de seu estereótipo, algo que já foi alvo de estudos como o do pesquisador britânico Stuart Cadwallader, que descobriu que o gênero era o preferido dos superdotados da The National Academy for Gifted and Talented Youth at the University of Warwick. Por esse motivo, foram escalados mais quatro documentários, que investigam e traçam as origens do heavy metal e suas derivações, por ser o estilo que mais bebe da fonte pacto com o demônio e sucesso.
A mostra também terá animações: as duas produções criadas a partir dos quadrinhos para adultos da revista “Heavy Metal”, que usa temas como ficção científica e fantasia como fundo para suas histórias”, conta Abbade. Apesar de esse estilo ter tido seu auge entre os anos 80 e 90, até hoje se produzem filmes este tipo. A mostra conta ainda com os recentes “Deathgasm”, de Jason Lei Howden, “Sala verde” (Green Room), de Jeremy Saulnier, e “The devil’s candy”, de Sean Byrne, todos produções de 2015.
Rock Terror ainda contará com homenagem ao cineasta John Fasano e ao cantor e fisiculturista (entre outras coisas) Jon Mikl Thor. Fasano está presente nos filmes “Black roses” (diretor), “Zombie Nightmare” (assistente de direção e roteirista) e “Entrada para o inferno” (diretor). Jon Mikl Thor, mais conhecido como Thor, é a estrela de “Zombie Nightmare”, e escreveu e atuou em “Entrada para o Inferno”, além de atuar no descartado “Intercessor”, mas, em compensação, na mostra será exibido o interessante documentário “I am Thor”, que conta as aventuras e desventuras do cantor e fisiculturista no show business.
SERVIÇO:
Mostra Rock Terror
CCBB São Paulo
Rua Álvares Penteado, 112
Acesso ao calçadão pelas estações Sé e São Bento do Metrô
Tel (11) 3113-3651/3652
Horário: quarta a segunda, das 9h às 21 horas
Entrada gratuita – com senhas distribuídas 1 hora de antecedência ao início da sessão, limitado a uma senha por pessoa
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