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Calçada portuguesa pode virar Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. No Conjunto Nacional resiste um belo exemplar deste tipo de calçamento
Da próxima vez que você estiver caminhando pela Av. Paulista, ao chegar próximo do Conjunto Nacional, preste atenção por onde você anda. Só ali você encontra intacta, em toda sua extensão – dentro e fora do prédio, uma padronagem de mosaicos em pedras portuguesas. Este é o último quadrilátero que sobreviveu à reforma do calçamento da avenida, finalizada em 2009.
A calçada portuguesa – ou mosaico português ou ainda pedra portuguesa – é candidata a Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Sua candidatura foi apresentada pela cidade de Lisboa em outubro de 2016 e está em fase de análise na UNESCO. Se for acolhida, reconhecerá não só a calçada portuguesa existente em Portugal mas também todas as existentes em qualquer lugar do mundo.
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Aqui no Brasil, graças ao tombamento do Edifício do Conjunto Nacional e à preservação de seu piso, nosso metro quadrado deste futuro patrimônio está garantido.
Para honrar essa história, o Conjunto Nacional recebe em sua galeria, até o dia 25 de fevereiro, a exposição “Calçada Portuguesa”. A convite da Casa de Portugal a fotógrafa luso-brasileira Catarina Machado recolheu imagens da calçada em diversas localidades portuguesas e em São Paulo.
Confira a conversa do blog com Catarina Machado.
O que você acha do tradicional desenho da calçada de São Paulo, que também é muito representado em pedra portuguesa?
Não sei se você sabe, mas esse desenho da calçada do Conjunto Nacional representa também o desenho do Estado de São Paulo, de forma mais esticada. Este traço tem origem nas pinturas indígenas. E também é possível visualizar o “N”, por isso é símbolo do Conjunto Nacional. É fascinante como o mesmo desenho pode ter várias interpretações e representações.
Você já prestava atenção na calçada?
Eu nunca olhava para a calçada. Eu olhava para a arquitetura, para os castelos, para comida, para bancos … mas pra calçada eu nunca tinha olhado realmente. E a gente pisa nela todo dia!
Como foi esta descoberta, do caminhar com um novo olhar?
Gostei muito dos desenhos, são bem diferentes. E o meu caminhar também mudou, foi com mais cuidado. Porque é uma arte de anos atrás e também é cultura. Acaba sendo um andar com mais respeito. Não foi difícil olhar para baixo, passei a olhar o chão como arte. Porque fotografia é arte. Se você pegar um celular e tirar uma foto, não importa do que seja, você está fazendo arte.
Por onde você caminhou e em quanto tempo?
Fiquei um mês em Portugal. Andei praticamente tudo, todas as regiões do país. Tirei 500 fotos, selecionei 20. Foi muito interessante ver que, em alguns lugares, até a rua e a faixa de pedestre é de pedra portuguesa.
Como você escolhia quais fotos ia tirar?
Gosto muito da composição de retas e dos ângulos. Mas não gosto de pessoas pisando, acho mais bonito sem pisar. Também gosto muito dos meus enquadramentos.
Você descobriu alguma coisa sobre os padrões de cores e desenhos?
Bem pouco. Em Portugal o padrão também é preto e branco. A do Museu do Ipiranga, uma das únicas imagens de São Paulo presentes na exposição, tem um desenho interessante formado também com pedras vermelhas. Foram poucas as que achei com cores diferentes. Tem também 3 fotos de signos do zodíaco, é de uma calçada com uma faixa inteira com estes símbolos. Enfim, a variação é mais nos desenhos.
Você viu edificações usando a calçada como marco referencial?
No centro de Lisboa, por exemplo, também tem a Rua Augusta, toda de pedra portuguesa. Lá os estabelecimentos comerciais colocam na calçada o brasão ou a data de algum marco importante, como data da inauguração da loja. Outras calçadas trazem sinais de mobilidade, como esta com uma bike e acima 2 pessoas, sinalizando que é uma faixa tanto para bicicleta quanto para pedestre.
Você tem alguma foto preferida?
Gosto muito dessa foto com as pombas. Eu fui tirar a foto, e tinha um monte de pombas, mas as pombas não saiam. Normalmente aqui em São Paulo você chega perto das pombas e elas voam. Lá elas não voaram e acabaram compondo a foto. Eas são brancas e pretas assim como a calçada.
Qual a principal diferença entre as calçadas daqui e as de Portugal?
O cuidado né? Aqui pisamos e nem pensamos se tem história ou não. Então aqui tem muito menos cuidado do que lá. Este cuidado deveria ser do poder público e das pessoas conjuntamente. É uma questão de mobilidade mas também de estética.
Você acha que se as pessoas olhassem mais para o chão a relação com a cidade poderia mudar?
Fiz faculdade na Vila Mariana. O povo de lá colava uns lambe-lambes no chão e nos postes. Eu tirei muitas fotos disso. Não é o desenho de uma “calçada portuguesa” mas eu gostei muito porque as pessoas começam a olhar para o chão prestando atenção para ver se tem alguma frase. É legal chamar a atenção, não importa se é calçada portuguesa, lambe-lambe, adesivo … você começa a olhar e valorizar o chão. A partir dai a relação com a cidade pode mudar SIM.
Em São Paulo reconhecemos a importância da calçada portuguesa?
No Brasil, o Rio de Janeiro hoje é a cidade que tem a maior área de calçada portuguesa. A famosa Calçada de Copacabana é inspirada na calçada em torno da Torre de Belém, em Lisboa (tem uma foto na exposição). É verdade que há questões sobre acessibilidade para serem pensadas, mas se São Paulo abrir mão do pouco que tem deste tipo de calçada, abrirá mão de ter um patrimônio da humanidade.
SERVIÇO:
Exposição Fotográfica “Calçada Portuguesa”
De 5 a 25 de Fevereiro – Galeria do Conjunto Nacional
Av. Paulista, 2073 – Térreo
Segunda a Sexta das 07:00 às 22:00 hs
Sábados e Domingos das 10:00 às 22:00 hs
Entrada Grátis
Informações: (11) 3273-555
Para saber mais sobre as fotos da Catarina, clique aqui.
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