Igreja Santa Ifigênia: conheça a história da Basílica da Imaculada Conceição
O guia de turismo Laércio Cardoso de Carvalho fala sobre a história da igreja Santa Efigênia, que é oficialmente uma basílica.
O guia de turismo Laércio Cardoso de Carvalho fala sobre sambistas de São Paulo, homenageados em estátuas no Centro
Laércio Cardoso de Carvalho
Dia 2 de dezembro é o Dia do Samba, comemoração estabelecida por lei em 1964 no antigo estado da Guanabara e aceita em várias cidades do Brasil. Ao se falar em samba, mesmo para muitos paulistanos, o Rio de Janeiro é o primeiro lugar que vem à mente. Muitos se esquecem do samba paulistano, desconhecem que o “samba urbano paulista” foi considerado patrimônio imaterial cultural em 2013 pelo Conpresp (Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo). Em janeiro de 2016, o samba paulista foi o primeiro registro de Patrimônio Imaterial do Estado de São Paulo, em votação unânime pelo Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo).
Há vários tipos de sambas e muitos sambistas na cidade de São Paulo. Se lembrarmos a quantidade de escolas de sambas existentes e que todas têm autores de samba enredo, já dá para ter uma ideia da quantidade de sambistas compositores e um número incalculável de cantores.
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Alguns, por terem presença mais constante na mídia se tornaram famosos. Outros, com o passar do tempo, acabaram ficando conhecidos apenas por apreciadores do gênero.
Podemos citar como exemplo Germano Mathias (02/6/1934–22/02/2022), paulistano, compositor e cantor, que tinha como característica acompanhar o samba marcando o ritmo em tampa de lata de graxa para sapato, como faziam os engraxates da Praça da Sé antes da reforma que a deixou com a fisionomia que conhecemos. Uma de suas últimas apresentações, já com quase 90 anos, foi no evento Revelando São Paulo, em 2022, onde se apresentou sentado.
Sem desmerecer todos os outros artistas, vamos citar três, bastante famosos em São Paulo, com músicas sobre nossa gente e nossa cidade e que foram homenageados com estátuas em locais relativos às suas composições.
Estamos falando de Adoniran Barbosa, Paulo Vanzolini e Geraldo Filme.
Geraldo Filme (São João da Boa Vista 25/8/1927-SP 05/01/1995) também conhecido como Geraldão da Barra Funda. Autor de sambas para as escolas Unidos do Peruche e para a Vai-Vai. Destaque para o samba Tradição, que se transformou num hino do Bixiga. Silêncio no Bixiga e Tebas, o Escravo são mais dois de seus inúmeros sambas.
Foi um grande pesquisador da história negra de São Paulo e um grande militante pela divulgação e reconhecimento de sua importância. Resgatou o samba rural de Pirapora, em seus trabalhos: Batuque de Pirapora e Tradições de Festas de Pirapora.
Sua obra e sua importância ainda sãos desconhecidas por grande parte das pessoas. Felizmente em 21/4/2022 na Praça David Raw na Barra Funda (região onde sempre atuou) foi inaugurada sua estátua obra do artista baiano Newton Santanna.
Paulo Vanzolini (SP 25/4/1924-SP 28/4/2013), cientista premiado, consagrado compositor. Aos 21 anos, em 1945 compôs o clássico Ronda, só gravado em 1953. Praça Clóvis, gravada por Chico Buarque no início de carreira, menciona os batedores de carteira daquela praça, desde 1978 “engolida” pela Praça da Sé. Em 1963 o cantor Noite Ilustrada grava outro clássico de Vanzolini: Volta por Cima.
Desde dezembro de 2022 está sentado em um banco na famosa esquina da avenida que cantou em sua música Ronda. Em seu peito está um lagarto, estranho para quem não sabe que era também um grande cientista especializado em cobras e lagartos, como ele mesmo dizia. A escultura em bronze é obra da artista Christina Motta.
Adoniran Barbosa (nascido João Rubinato em Valinhos 06/08/1910 faleceu em São Paulo 23/11/1982). Artista completo, ator premiado de cinema, atuou na TV, fez enorme sucesso na Rádio Record no programa História das Malocas, onde interpretava o malandro Charutinho, que sempre se dava mal. Era cantor, e principalmente compositor. Conseguiu a façanha de ganhar o concurso de músicas de Carnaval no Rio de Janeiro, no ano de seu IV Centenário, com uma música bem paulistana, que passou a ser um dos hinos de São Paulo: Trem das Onze. Retratou em suas canções a vida sofrida da população mais simples, como os que ficaram sem moradia quando a maloca onde moravam foi demolida, seu primeiro grande sucesso nos primeiros anos de 1950.
Em 6 de dezembro de 2022, também foi homenageado com escultura em bronze da artista Christina Mendonça. Está lá batendo um samba na caixinha de fósforo tendo ao lado seu cachorrinho Peteleco, registrado como seu parceiro em algumas músicas. Morou na região e passeava com ele pela famosa avenida São João, onde “Iracema que travessou na contramão” foi atropelada e morta.
Leia mais: Histórias de São Paulo
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