Igreja Santa Ifigênia: conheça a história da Basílica da Imaculada Conceição
O guia de turismo Laércio Cardoso de Carvalho fala sobre a história da igreja Santa Efigênia, que é oficialmente uma basílica.
Nos últimos anos, verdadeiras startups carnavalescas começaram a surgir em São Paulo: os blocos, que estão evoluindo para empresas inovadoras, criativas e cheias de alegria
Houve um tempo, não muito distante, em que São Paulo era um deserto no Carnaval. O túmulo do samba e da folia. A praxe era viajar para a praia durante o feriadão. Pois não é que isso mudou? Dizer que mudou é pouco. A transformação foi tão radical, mas tão radical que hoje a cidade é uma das estrelas da festa no País, exibindo números e alegria impensáveis há até pouquíssimos anos. E isso estimulou o surgimento de uma nova indústria na capital: a da folia. Nesse desfile, os blocos brilham e se mostram verdadeiras startups do Carnaval, com inovação no modelo de negócios, criatividade e gestão cada vez mais profissional.
Esse é um aspecto novo da economia criativa em São Paulo. Se em praças como Rio, Salvador e Recife a indústria do Carnaval de rua já está mais do que consolidada, com blocos poderosos na condução da festa, a capital paulista só agora descobriu o poder econômico dos foliões. Para dar uma ideia da explosão desse foguete, 210 blocos desfilaram por aqui em em 2014, número que subiu para 391 no ano passado e 491 em 2018. Mais impressionante que isso só o Falcon Heavy de Elon Musk.
Esse estouro se reflete em din-din. A estimativa da São Paulo Turismo (SP Turis) é de que a cidade deve arrecadar mais de R$ 600 milhões com o Carnaval deste ano, valor superior aos R$ 470 milhões de 2017. Os cálculos levam em conta os recursos gerados tanto com o com os bloquinhos quanto com o desfile das escolas no Sambódromo do Anhembi.
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Para segurar a onda e fazer festa de gente grande, os blocos tiveram de se profissionalizar. Nesse trajeto, seguiram na maioria das vezes um enredo parecido ao das startups de tecnologia. Começam despretensiosamente, como garotos que criam um game para se divertir e que de repente descobrem o aplicativo bombando – neste caso, não na loja virtual da Apple ou do Android, mas com a galera na avenida. Ou então já nascem com visão de negócios, colocando um pequeno bloco na rua, como uma espécie de MVP (sigla para mínimo produto viável) para, depois de validá-lo na festança, ajustar o modelo de negócios e correr atrás de patrocínio e outras fontes de receitas.
São vários os exemplos disso em São Paulo. Uma dessas startups da folia é o bloco Agrada Gregos, que surgiu em 2015 por ideia de três jovens – uma publicitária, um radialista e um administrador de empresas, conforme mostra uma reportagem da Veja SP. Com a expectativa de reunir no máximo 2 mil pessoas no primeiro ano, o trio convocou amigos e familiares e começou a divulgar a empreitada, que desfilou no Bixiga. Bombou. Cerca de 20 mil pessoas apareceram.
Dois anos depois, a brincadeira virou uma empresa de entretenimento, com uma série de serviços ao longo do ano, como agenciamento de DJs, festas corporativas, formaturas e casamentos. E o Carnaval? Em 2018, o Agrada Gregos reuniu cerca de 520 mil pessoas no Ibirapuera e esperava faturar R$ 1 milhão.
Outros casos interessantes são A Oficina da Alegria e a Pipoca, ambas com sede na Vila Madalena. A primeira nasceu em 2010 pelas mãos de dois alguns sócios – entre eles Cesar Pacci e Rogério Oliveira -, que se conheceram na bateria de um bloco carioca, o Bangalafumenga. Empolgados, resolveram montar uma filial do bloco em São Paulo. Depois a coisa avançou e eles trouxeram para cá outro fenômeno do Carnaval de rua do Rio, o Sargento Pimenta. Mais tarde Oliveira deixou a sociedade e abriu uma empresa no mesmo ramo, a Pipoca.
Resumo: hoje, a Oficina da Alegria tem uma escola de percussão, faz apresentações em festas, ministra workshops e é contratada para eventos corporativos. O faturamento anual estimado é R$ 3 milhões, dos quais
R$ 1,2 milhão só com o Carnaval. Já a Pipoca produz diferentes blocos, entre eles o de Alceu Valença e Elba Ramalho, e ajuda a captar patrocínio para cerca de outros 30. A expectativa da empresa era mais que dobrar o faturamento em 2018, chegando a R$ 7 milhões, segundo a Veja SP.
Há muitos outros exemplos que poderiam ser citados. O importante aqui é observar como o desejo das pessoas de ir para as ruas se divertir gerou um mercado altamente promissor em São Paulo, com espaço para grandes, médias e pequenas empresas.
Neste post, destaco aquilo que estou chamando de startups do Carnaval, mas as grandes marcas e todo o setor de serviços, em especial o hoteleiro e de bares restaurantes, também já perceberam o mar de oportunidades.
Não é para menos. A estimativa é de que Carnaval paulistano de 2018 – somando recursos gerados pelos mercados de transporte, varejo, alimentação e hospedagem, entre outras fontes -, gerasse uma receita total de R$ 1,7 bilhão, atrás somente do Rio de Janeiro, com R$ 1,9 bilhão. Os cálculos são Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo ( CNC). Está claro que os foliões empreendedores de Sampa já descobriram que, atrás desse trio elétrico, só não vai quem já morreu.
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