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80% dos paulistanos perceberam aumento do número de pessoas em situação de rua em 2022

Pesquisa Viver em São Paulo: Pobreza e Renda mostra que paulistanos perceberam aumento das pessoas em situação de rua em 2022

A pesquisa Viver em São Paulo: Pobreza e Renda, realizada pela Rede Nossa São Paulo, em parceria com o Ipec e Sesc, mostra que 80% dos moradores da capital percebem um aumento do número de pessoas em situação de rua em 2022. Uma em cada três pessoas diz que os rendimentos mensais diminuíram no último ano, e mais de 40% tiveram de recorrer a atividades extras para complementar a renda.

A pesquisa, realizada entre os dias 8 e 30 de dezembro de 2022 foi divulgada nesta terça-feira, 30 de maio. Foram realizadas 800 entrevistas online e domiciliares com moradores 16 anos ou mais da cidade de São Paulo.

Veja alguns resultados da pesquisa.

Fome e Pobreza

  • 80% dos moradores e moradoras de São Paulo acham que aumentou o número de pessoas em situação de rua no último ano;
     
  • O aumento do desemprego é apontado pela maioria dos entrevistados (84%) como o principal motivo para o crescimento da população em situação de rua, seguido pelo alto custo de vida na cidade (66%) e pela elevação do preço dos aluguéis (56%);
     
  • 65% dos moradores de São Paulo percebem que aumentou o número de pessoas pedindo esmola nos últimos 12 meses;
  • 58% notaram que há mais famílias entre os moradores de rua;
     
  • Entre as medidas que devem ser tomadas para melhorar a situação dos moradores de rua, as políticas de moradia (como o aluguel social) são as mais mencionadas (48% das respostas), seguidas pela oferta de cursos de capacitação profissional (42%) e pela ampliação da rede de atendimento socioassistencial (40%);
     
  • Entre as medidas que devem ser tomadas para melhorar a vida das pessoas em situação de fome e pobreza, as políticas de geração de emprego são as mais mencionadas (64% das respostas), seguidas pela garantia de renda mínima (54%) e pela redução do valor de contas básicas (53%), como água e energia;

Renda

  • 31% dos moradores da capital paulista percebem que a própria renda diminuiu no último ano (na pesquisa de 2021, eram 43%); na classe D/E, o percentual é de 45%; 
     
  • 51% dos entrevistados disseram que a renda se manteve estável no último ano e 12%, que aumentou;
     
  • 4 em cada 10 paulistanos tiveram que fazer alguma atividade extra para complementar a renda no último ano (o equivalente a 4,3 milhões de pessoas);
     
  • As atividades mais realizadas são os “bicos” de serviços gerais, como faxina, manutenção, reformas e jardinagem, entre outros;
     
  • Em 86% dos lares paulistanos, a alimentação é o item que mais impacta o orçamento familiar; em segundo lugar aparecem os gastos com saúde (remédios, exames, convênio médico etc.); em terceiro lugar, as despesas com moradia e aluguel;
     
  • Nos últimos 12 meses, o consumo de ovos aumentou em 62% dos lares paulistanos; o de carnes e laticínios, diminuiu em 54% das casas;
     
  • Ainda sobre renda e consumo, 20% dos moradores da capital deixaram de ter TV por assinatura ou streaming no último ano; 50% disseram que diminuíram as despesas com itens de vestuário;
     
  • Sete em cada dez pessoas afirmam que não se endividaram para consumir itens básicos da vida cotidiana.

Dependência química

  • 9 em cada 10 moradores da capital paulista avaliam que as ações do poder público para os dependentes químicos na Cracolândia são pouco ou nada eficazes;
     
  • 37% acham que o combate ao tráfico de drogas deveria ser a prioridade do poder público na região; 18% acham que deveria ser a construção de unidades de saúde especializada e outros 18%, a adoção de políticas para a atuação conjunta de diversas áreas (como saúde, segurança, assistência social, educação, trabalho e renda).

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