Com os bares e restaurantes fechados, a opção de muita gente para se alimentar tem sido o delivery de comida. Mas o que fazer com aquele monte de embalagens? Como descartar embalagens de delivery corretamente para que o almoço de ontem não aumente o já gigantesco volume de plástico nos mares?

Alguns estabelecimentos já usam embalagens de boa qualidade, que podem ser reutilizadas, mas nem todos. Alguns ainda oferecem embalagens que precisam ser descartadas. O que fazer nesses casos?

A Loga (Logística Ambiental de São Paulo), concessionária responsável pela coleta, transporte, tratamento e destinação final dos resíduos domiciliares e de saúde da Região Noroeste da capital paulista, orienta como fazer essa separação para permitir que, pelo menos parte das embalagens seja reciclada.

O primeiro passo é saber o que pode ser enviado para a coleta seletiva. Materiais como papel, plástico e papelão podem e devem ser reaproveitados, desde que descartados corretamente. Até mesmo a caixa da pizza pode ganhar uma nova vida, gerando renda para quem trabalha na área e voltando ao mercado como novos produtos utilizados por diferentes indústrias”, explica Francisco de Andrea Vianna, responsável pelo Planejamento e Operação da Loga. 

Veja como separar e dar a destinação correta às embalagens de alimentos recebidos via delivery. 

Separação

A “nova vida” desses resíduos recicláveis começa na separação dos materiais dos resíduos orgânicos, que podem ser reaproveitados via compostagem, e daqueles que tem como destino final os aterros sanitários. Itens como copos, talheres, pratos e embalagens plásticas utilizadas para acondicionar alimentos podem, depois de limpos, ser descartados em sacos de lixo transparentes ou claros, para melhor visualização do coletor, preenchidos com até dois terços de sua capacidade e amarrados com nó bem firme, para que não se rompam. 

“Já os itens que tiveram contato com alimentos, como marmitas de isopor, sacos de papel ou embalagens de papelão, devem ser descartados junto com os materiais orgânicos, pois a gordura impregnada nesses materiais inviabiliza seu reaproveitamento”, diz Francisco.

Ele lembra, no entanto, que pessoas com suspeita de ter contraído do Covid-19, mesmo sem sintomas, devem separar seu lixo dos demais e não devem colocar os resíduos nos recicláveis, para evitar o risco de contaminação das pessoas que manuseiam esses resíduos. Neste caso, todo o lixo deve ser descartado junto com os resíduos orgânicos.

Reúso

Além da correta separação dos materiais recicláveis, é preciso pensar no reaproveitamento. 

De acordo com Francisco de Andrea Vianna, alguns dos potes plásticos utilizados para embalar os itens podem ganhar uma nova vida em sua casa. Com um pouco de criatividade é possível transformá-los em marmitas, porta-objetos ou mesmo enchimento para travesseiros e almofadas, como no caso do isopor. Assim, é possível diminuir o volume de resíduos coletados diariamente e reduzir o volume descartado nos aterros sanitários e ajudar o meio ambiente. 

Novos materiais

E como as empresas de alimentos podem contribuir para a redução do descarte de materiais plásticos na natureza? Vianna sugere a adoção de novos hábitos, como a redução da quantidade de embalagens utilizadas sempre que possível ou, ainda, a escolha de materiais menos poluentes, como os biodegradáveis. Além, claro, da contínua conscientização a seus consumidores. 

“Fazer escolhas sustentáveis passa por todos nós, desde o empresário, que pode optar pelo canudo sustentável, até pelo consumidor, que pode optar em não pedir um talher descartável quando vai consumir o alimento em casa, por exemplo. Com o esforço conjunto, todos podemos fazer algo para proteger o meio ambiente”, diz ele. 

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