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Cultura no Campos Elíseos: conheça espaços e museus para você visitar no bairro e arredores

A região do Campos Elíseos e arredores têm diferentes espaços culturais, muitos deles em prédios históricos que ajudam a contar a história de São Paulo; veja a lista e aproveite!

Por Clayton Melo

Teatro, música, artes visuais, cursos, oficinas culturais. A região do Campos Elíseos, no Centro de São Paulo, tem diferentes opções para quem gosta de cultura. E o mais interessante: alguns desses espaços culturais ficam em prédios históricos que ajudam a contar a evolução da cidade, que se tornou metrópole com a expansão do café, a partir do século 19, e tem no Campos Elíseos o seu primeiro bairro planejado, como contamos na primeira reportagem com dicas do Campos Elíseos.

Agora, a gente selecionou alguns espaços culturais e museus no Campos Elíseos ou em seus arredores para você visitar. Alguns locais podem ser visitados o dia todo, como a Pinacoteca. Ou outros funcionam nos horários dos shows ou espetáculos programados. Portanto, vale sempre consultar os horários de funcionamento e a programação no site dos locais antes de visitar.

Veja as dicas, compartilhe e aproveite!

Theatro São Pedro por dentro

Theatro São Pedro

Instalado num prédio histórico no Campos Elíseos, vale a visita tanto pelo aspecto artístico quanto pelo patrimônio cultural e arquitetônico. Inaugurado em 1917, o Theatro São Pedro foi construído em estilo eclético, predominantemente neoclássico com detalhes em art nouveau, sob encomenda do empreendedor português Manoel Fernandes Lopes. Criado para ser um espaço para operetas, teatro e show de variedades, passou por muitas fases ao longo das décadas.

Durante a época áurea da Cinelândia Paulistana, nos anos 1940 e 1950, por exemplo, o teatro passou por uma reforma que o adaptou para funcionar também como sala de cinema. Assim, fez parte do circuito de salas das Empresas Reunidas, da Cia Cinematográfica Brasileira e da Metro Goldwin Mayer. Com as mudanças na cidade e a crise na Cinelândia a partir dos anos 1960, ele se tornou depois um palco importante para o teatro de resistência à ditadura.

Fachada no Theatro São Pedro, no Campos Elíseos

Nesse período, foi arrendado pela atriz Beatriz Segall e seu marido, Maurício Segall, e o ator Fernando Torres. Mais tarde, depois de anos de abandono e muitas dificuldades, foi tombado pelo Condephaat, reformado e reaberto pela Secretaria de Cultura do Estado, em 1998. Atualmente, abriga a Orquestra do Theatro São Pedro e tem uma programação contínua de espetáculos líricos. Vale a pena acompanhar a programação, que é divulgada no site.

Endereço: Rua Barra Funda, 171.

Funcionamento:
Segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 17h, exceto feriados.
Telefone:
 (11) 3221-7326

Pinacoteca de São Paulo

Pinacoteca

Fundada em 1905 pelo Governo do Estado de São Paulo e instalada num prédio histórico, é o museu de arte mais antigo da cidade. Projetado por Francisco de Paula Ramos de Azevedo, o edifício que abriga o museu começou a ser construído em 1897 e foi parcialmente concluído em 1900 com o objetivo de ser a sede do Liceu de Artes e Ofícios, que funcionou lá nos primeiros anos. A Pinacoteca é instituída naquele espaço em 24 de dezembro de 1905 com pinturas transferidas do Museu Paulista.

O local tem mais de 7 mil mª de área construída em estilo neoclássico e hoje é totalmente ocupado pela Pinacoteca, cuja arquitetura tem como características as amplas janelas, colunas e pilastras em tijolos sem revestimento.

A Pinacoteca tem foco na arte brasileira produzida do século 19 até os dias de hoje e procura, por meio de suas exposições e outros eventos, promover um diálogo com o trabalho de artistas internacionais. Tem um acervo com cerca de 11 mil obras, incluindo artistas consagrados como Anita Malfati, Tarsila do Amaral, Lygia Clark e Candido Portinari, entre outros. Com uma lojinha de artigos relacionados ao museu e um café, que fica numa área a céu aberto, junto ao Parque da Luz, é um programa que combina a cultura com momentos para momentos relaxar tomando um cafezinho e apreciando a vista do primeiro jardim público de São Paulo. Esta, aliás, é outra dica: ir a museu e depois dar uma esticadinha no parque, que fica vizinho à Pinacoteca. Veja aqui as exposições em cartaz.

Funcionamento: a Pinacoteca funciona de quarta a segunda, das 10h às 18h.

Entrada: a inteira custa R$ 20,00 e meia R$ 10 para estudantes com carteirinha. Menores de 10 anos e maiores de 60 são isentos de pagamento.

Os ingressos podem ser comprados antecipadamente por aqui.

Aos sábados a entrada é gratuita para todas as pessoas. Às quintas-feiras também há visitação gratuita, entre 18h às 20h.

O acesso ao Café Flor só pode ser feito por quem tem ingresso, dentro do horário de visitação do museu, das 10h às 18h.

Endereço: Praça da Luz, 2.

Funarte São Paulo. Foto: A Vida no Centro

Complexo Cultural Funarte

O espaço da Funarte no Campos Elíseos, composto por galpões transformados em ambientes para atrações culturais  e uma ampla área aberta com árvores, pode ser visto como um lugar de memória do bairro e também do desenvolvimento do fazer artístico e cultural da cidade e do país. O    terreno, que pertencia originalmente à Baronesa    de    Limeira    (Francisca    de    Paula    Sousa    Queirós), foi herdado    por    sua    neta,    Sebastiana    de    Souza    Queiróz,    que    o    vendeu    à   Fazenda    do    Estado    de    São    Paulo    em    1906, conforme escrevem as pesquisadoras Maria Esther Lopes Moreira, Mestre em História Social da Cultura pela PUC-Rio, e Sharine Machado Cabral Melo, Doutora em Comunicação e Semiótica pela PUC, no artigo acadêmico “Desde os tempos da Baronesa: o complexo cultural da Funarte como uma lugar de memória”. A    construção    original    foi    demolida  para a reforma do local, entre 2004 e 2007, mas a fachada  foi  mantida.

Nos anos 1980, um de seus espaços, a Sala Guiomar Novaes, foi o palco para o lançamento de artistas importantes da vanguarda paulistana desse período,  como Arrigo Barnabé, Itamar Assumpção e Tetê Espíndola. Atualmente, a Funarte SP tem uma programação contínua que envolve teatro, dança, música, artes visuais e cursos. A programação pode ser conferida pelo Instagram na Funarte ou pelo site  (nos dois casos, procure pelas atrações da Funarte SP).

Endereço: Alameda Nothman, 1058

Informações ao público: (11) 3662-5177

Teatro Porto Seguro. Foto: divulgação

Teatro Porto Seguro

Inaugurado em maio de 2015, o Teatro Porto Seguro tem capacidade para 496 lugares, estacionamento e fica dentro de uma área de mais de 4 mil m². A programaçãoé bem variada, indo de peças teatrais, espetáculos infantis e shows de artistas consagrados a musicais. No foyer do teatro também funciona o Timo Caffè, uma cafeteria italiana com opções que vão de um café expresso a espumantes, vinhos, bolos e salgados. O cardápio foi pensado para atender aos frequentadores que aguardam o início dos espetáculos, mas o local também funciona para um almoço rápido durante a semana, com saladas, lanches e omeletes ou para um café no meio da tarde. Confira a programação do teatro aqui.

Endereço: Alameda Barão de Piracicaba, 740 (teatro)

Museu da Energia. Foto: Fabrício Junqueira/ divulgação

Museu da Energia

O edifício-sede do museu carrega muito da história do bairro e de São Paulo, assim como seu acervo. Construído entre 1890 e 1894, quando o Campos Elíseos era o endereço mais sofisticado da cidade, o palacete foi residência de Henrique Santos Dumont, irmão do aviador Alberto Santos Dumont e um dos homens mais ricos do Brasil na época. Já o Museu da Energia de São Paulo, inaugurado em junho de 2005,  permite conhecer a história da expansão urbana e industrial da cidade de São Paulo nos últimos 150 anos.

Isso pode ser visto, por exemplo, nas exposições permanentes do espaço, como a “Tempos de Energia: São Paulo em transformação”, que mostra a evolução do setor elétrico no Estado de São Paulo e o impacto de sua utilização na vida cotidiana de milhões de pessoas. Em “Memórias do Casarão”,  o visitante pode conhecer os principais momentos da história do Casarão Santos Dumont e os processos de transformação do bairro dos Campos Elíseos.

O museu também guarda o acervo de fotos da Light, que no fim do século 19 e início do século 20 operava bondes e o sistema de energia elétrica de São Paulo e foi uma das maiores empresas do país.

O museu está fechado temporariamente, por conta de uma reforma, mas será reaberto no dia 25 de outubro de 2022.

Nessa nova fase, os muros do museu têm agora o grafite do artista Filiage, por meio do projeto Muros na Mata Atlântica.

Em sua reabertura, o Museu da Energia agora conta com mural do artista Filiage. Foto: divulgação

O artista mescla a tradição do muralismo com as pinceladas contemporâneas da street art. O novo mural do museu celebra a biodiversidade da Mata Atlântica, reproduzindo espécies da flora e da fauna brasileira.

Endereço: Alameda Nothmann, 184.

Funcionamento: 10h às 16h.

Telefone: (11) 3224-1489 /  (11) 99169-8531 (WhatsApp).

Entrada: R$ 4,00 Inteira, R$ 2,00 a meia-entrada.  Aos sábado a entrada é gratuita.

Sesc Bom Retiro

Sesc Bom Retiro

Pertinho do Museu da Energia, o Sesc Bom Retiro tem uma programação cultural intensa, além de atividades esportivas e voltadas a diferentes públicos, do infantil aos mais velhos. Inaugurado em 2011 e com uma área construída de 13 mil metros quadrados, tem biblioteca, comedoria, ginásio, piscina, praça de convivência e um teatro com capacidade para 291 lugares. A cafeteria tem doces, salgados, frutas e bebidas quentes e frias. Para acompanhar a programação cultural, que sempre tem shows, teatros, cursos, oficinas e exposições, acesse o site do Sesc Bom Retiro.

Endereço: Alameda Nothmann, 185

Funcionamento: terça a sexta das 9h à 20h. Aos sábados, das 10h às 20h e, aos domingos, das 10h às 18h.

Telefone: (11) 3332-3600

Casa Mário de Andrade

Casa Mário de Andrade

Nos arredores do Campos Elíseos também fica a Casa Mário de Andrade, centro  cultural que faz parte da Rede de Museus-Casas Literárias da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, junto com a Casa das Rosas, na Avenida Paulista, e a Casa Guilherme de Almeida, em Perdizes.

A casa foi construída em 2910 e foi a residência do escritor modernista por mais de 20 anos – era a casa da família, onde ele viveu com a mãe, a tia e as irmãs.

O espaço está temporariamente fechado porque está passando por reformas e ampliação – ele vai incorporar das duas casas vizinhas, que também pertenceram à família do escritor.

Nesta reportagem do A Vida no Centro você pode conhecer mais sobre a Casa Mário de Andrade.

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Clayton Melo

Jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero com MBA em Marketing pela FGV, é curador cultural, analista de tendências, com formação na Escola Panamericana de Artes, e palestrante – já falou em instituições como Facebook, Google Campus, Mackenzie, ESPM, Cásper Líbero, Anhembi Morumbi, Campus Party e Festival Path. É especialista no desenvolvimento de projetos digitais de conteúdo, com estratégias de construção de audiências e comunidades, e experiência em Storytelling (ESPM), Inbound Marketing, Growth Hacking e Planejamento de Conteúdo para SEO. Neste espaço, escreve sobre tendências urbanas, futuro das cidades, inovação e cultura.