Igreja Santa Ifigênia: conheça a história da Basílica da Imaculada Conceição
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Casarão construído em 1910 foi reformado e virou o No Arouche, um espaço que pode ser usado para artes, shows e eventos. Confira
Por Denize Bacoccina
Nos anos 1970, quando o comerciante de origem libanesa Munir Candalaft comprou a casarão no número 126 da Rua do Arouche, a região ainda era um importante centro comercial, com lojas que atraiam compradores das regiões nobres de São Paulo e muitos escritórios. Ele tinha uma loja quase em frente, a Casa Miosótis, conhecida loja de lingerie, e alugava salas no casarão para pequenas lojas ou escritórios.
Com o tempo, o casarão foi se tornando menos atraente para os inquilinos e recebendo menos atenção dos proprietários, até que nos últimos anos tinha poucas salas ocupadas. Um retrato do Largo do Arouche, que foi sendo abandonado por clientes, lojistas e Poder Público.
Até que, nos últimos anos, as pessoas começaram a voltar. A praça com as famosas lojas de flores ainda está abandonada pela Prefeitura – que prometeu um plano de revitalização bancado por empresas francesas – mas é a iniciativa privada, com construção de prédios, abertura de cafés, bares e restaurantes, quem vem trazendo vida nova à região.
O novo público animou o Munir Candalaft Junior e o irmão, Fabio, filhos do comerciante, que decidiram reformar o casarão da família e trazer o imóvel à sua antiga glória. “Aproveitando essa onda de recuperação de imóveis quisemos dar a nossa contribuição”, contou Munir Filho ao projeto A Vida no Centro. “Agora é a hora de fazer alguma coisa legal pelo centro.” Dono de uma corretora de seguros, ele não mora no centro, mas passou a frequentá-lo mais nos últimos meses.
Construído na década de 1910 para ser residência, o imóvel de 450 metros e dois andares ganhou uso comercial nos anos 1940. Agora, totalmente reformado, foi rebatizado de No Arouche, um espaço cultural que pode sediar lojinhas de artes, gastronomia e shows até eventos para empresas.
Para buscar referências, Munir viajou para Nova York no início do ano. A principal inspiração veio do Meatpacking District, em Nova York, bairro que no século 19 era um vibrante centro de abatedouros e frigoríficos e que entrou em declínio em meados do século passado até ressurgir no fim do século totalmente reconfigurado, como um lugar de bares e restaurantes da moda e lojas descoladas.
É lá que fica a High Line, a linha férrea desativada que foi transformada em parque suspenso e serve de inspiração para os grupos que defendem o fechamento do Minhocão aos carros e sua transformação num parque.
Munir voltou a São Paulo decidido a transformar o casarão num lugar moderno. Moderno na proposta, mantendo a estrutura do um século atrás e sem querer esconder as marcas do tempo. Procurou vários arquitetos até encontrar Gabriel Menezes, que imediatamente entendeu a proposta e projetou paredes decoradas com grafites, portas e janelas pintadas com cores fortes e a recuperação do piso original.
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Os grafites foram realizados num sábado de junho. Gabriel, que também é artista, chamou um grupo de amigos pra transformar as paredes gastas pelo tempo em obras de arte que parecem querem saltar para a vida.
O investimento de R$ 200 mil deve se pagar com o tempo. A ideia, diz Munir, é também alugar o espaço para festas de empresas. E ajudar a valorizar a região. A iluminação da casa já chama a atenção de quem passa por ali à noite. “O dono do restaurante de baixo já disse que ia aproveitar a iluminação ficar aberto até mais tarde”, conta orgulhoso.
Agora, tudo ganha vida nova.
Onde: Rua do Arouche, 126
Aberto de segunda a sábado, das 11h às 19h.
Confira a galeria de fotos e veja o No Arouche por dentro:
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