Igreja Santa Ifigênia: conheça a história da Basílica da Imaculada Conceição
O guia de turismo Laércio Cardoso de Carvalho fala sobre a história da igreja Santa Efigênia, que é oficialmente uma basílica.
Eventos ao ar livre ou simplesmente fruir pelas ruas da cidade pode ser a melhor alternativa em tempos de pandemia. Já não era assim?
Por Wans Spiess
Todo este isolamento forçado em casa por conta do Covid-19 fez pensar: do que a gente tem saudades? Caminhar ao ar livre; curtir com os amigos; comer no restaurante; visitar a família; ir ao cinema? Em qualquer uma das respostas … saudades da rua, né filha?
Fruir pelo espaço público permite ir de um lugar para o outro, mas também muito mais que isso. Em sua tese de doutorado, meu amigo Mauro Calliari (que escreve o ótimo blog Caminhadas Urbanas) constata que, mesmo em situações adversas, existe um prazer sensorial do caminhar, ou seja, andar a pé permite “viver a cidade” e suas pequenas surpresas – encontros, descobertas, lugares e atividades inesperados.
Assine nossa newsletter para ficar por dentro de tudo o que rola no centro
Por isso, saudades da rua é saudade da VIDA lá fora.
É verdade que nossa relação com a casa mudou. Na pesquisa A Casa e a Cidade, o pessoal do A Vida No Centro explorou os impactos da pandemia na vida urbana (não deixe de baixá-la aqui). A casa é apontada como potência, local que pode abrigar todas as nossas atividades cotidianas: “o trabalho, o estudo, as refeições, o entretenimento, a cultura, os exercícios físicos e até a socialização com os amigos (mesmo que virtual). De local de descanso, virou a casa de tudo.”
Porém, a pesquisa também mostra que estamos longe de querer ficar fechados entre quatro paredes. O cotidiano flexível e móvel, propiciado principalmente pelo trabalho remoto, reforça a tendência à reaproximação das pessoas da vizinhança e do comércio local, estimulando o senso de pertencimento e comunidade.
Nesse movimento, surgem iniciativas que oferecem experiências para que se viva como um local. Ou seja, mesmo que você não seja morador(a) de determinado bairro, pode vivê-lo como se o fosse. Um exemplo é o Centrices, perfil que oferece modos de experimentar o centro de São Paulo como se morasse ali. Outro perfil interessante é o Vila Buarque, que explora os causos ao mesmo tempo que traz dicas de como usufruir dos pontos de interesse e do comércio. Ou, ainda, o recém-lançado Clube de Experiências A Vida No Centro, sobre o qual estamos ansiosos para aproveitar a atração de estreia com o Tour Online sobre a História do Vale do Anhangabaú e saber mais da novidade.
Mas, afinal, que tipo de atividade as pessoas estão buscando? Ou, melhor, que tipo de atividade trará segurança, tendo em vista que o coronavírus continuará circulando por aí por um bom tempo?
Nesse sentido, a pesquisa do A Vida no Centro indica que “as pessoas terão receio de frequentar locais com grandes aglomerações. Por outro lado, a procura por espaços abertos na vizinhança, como parques, praças e locais para caminhar e passear – desde que não reúnam grandes massas de pessoas –, deve ser uma tendência nos próximos meses“.
Na mesma direção, o estudo realizado pelo Itaú Cultural e o Datafolha, focado em entender os hábitos culturais da população brasileira no contexto da pandemia de covid-19, traz um dado interessante: quase dobrou a proporção de pessoas que pretende realizar atividades culturais no bairro sem uso do transporte motorizado.
Por isso, acreditamos no sucesso das experiências acessíveis a pé e que explorem o espaço público de forma criativa, inusitada e, claro, responsável. É o caso do Grupo Esparrama, que tem um projeto de intervenção artística a partir da janela de um prédio do Minhocão (eles foram atração do Festival A Vida no Centro em setembro de 2020 com uma apresentação que foi transmitida online). A apresentação cria uma inversão metafórica da função da janela. O público, que pensa ser um voyer a espiar o mundo privado de um apartamento pela janela, na verdade tem a possibilidade de enxergar um recorte da cidade.
O exemplo do Grupo Esparrama reforça as reflexões sobre a nossa relação com o binômio casa/rua. Louis Isadore Kahn, um dos grandes nomes da arquitetura mundial, afirmava: “a rua é uma sala pactuada, uma sala comunitária, cujas paredes pertencem aos doadores, dedicada à cidade para uso comum. A rua é uma sala e seu teto é o céu.”
O trabalho do CalçadaSP é a dar luz às obras de arte que existem espalhadas nesta rua/sala. Através de linguagens lúdicas e criativas, fortalecemos o ânimo e despertamos o olhar apreciativo, com objetivo de repensar o modo como fruimos e vivenciamos o espaço público. Acreditamos que, no simples ato de caminhar, pode estar a verdadeira revolução para uma vida mais interessante, mais sustentável, mais saudável e criativa.
Mas, lembre-se. A pandemia não terminou e todo cuidado é pouco. Se for sair, faça-o com responsabilidade e use sempre máscara.
Siga o CalçadaSP no Instagram (@calcadasp) e use #calçadasp para compartilhar suas fotos, elas podem fazer parte da galeria de calçadas do projeto.
Leia também:
Artistas de Rua do Centro: Conheça Pessoas que se Apresentam ao Ar Livre
O guia de turismo Laércio Cardoso de Carvalho fala sobre a história da igreja Santa Efigênia, que é oficialmente uma basílica.
Conheça a história da Praça Roosevelt, de primeiro estádio de futebol do Brasil a espaço cultural
Cine Bijou e outros cinemas marcam a volta dos cinemas de rua. Veja vários cinemas que resistem ou abriram nos últimos meses
Seja para um café da manhã caprichado, um cafezinho depois do almoço ou para bater papo, são várias as opções de cafés no Copan
Construída no começo do século 20, Vila Itororó tinha bailes e festas elegantes e teve a primeira piscina particular de São Paulo
O escritor Marcio Aquiles narra a visita do teatrólogo à Unicamp para uma homenagem aos 50 anos do Oficina
A historiadora e antropóloga Paula Janovitch fala sobre a "gramática dos caminhantes", que pode ser percebida ao se andar a pé pela cidade.
Pastilhas estão sendo retiradas e serão trocadas por outras semelhantes, segundo nota oficial da Prefeitura de São Paulo.
Há 50 anos, o incêndio do Edifício Joelma, no Centro de São Paulo, deixou 181 mortos e causou um trauma que nunca foi esquecido.
O guia de turismo Laercio Cardoso de Carvalho conta como eram os primeiros carnavais no Centro de São Paulo no começo do século 20.
O Parque do Rio Bixiga, ao lado do Teatro Oficina, já tem uma verba de R$ 51 milhões para sua implantação. O parque vai ocupar […]
A colunista Vera Lúcia Dias, guia de turismo, fala sobre as diferentes fases do Vale do Anhangabaú, por onde já passou um rio
O guia de turismo Laércio Cardoso de Carvalho conta a história de prédios ao redor da Igreja Santa Ifigênia.
Espaço, que fica no 42º andar do edifício Mirante do Vale, amplia a área para uma vista de 360 graus e recebe exposição que teve participação do A Vida no Centro
Clique no botão abaixo para receber notícias sobre o centro de São Paulo no seu email.
Clique aqui não mostrar mais esse popup