Igreja Santa Ifigênia: conheça a história da Basílica da Imaculada Conceição
O guia de turismo Laércio Cardoso de Carvalho fala sobre a história da igreja Santa Efigênia, que é oficialmente uma basílica.
O guia Laercio Cardoso de Carvalho fala sobre uma reunião de fantasmas que habitam o Martinelli e estão preocupados com o Centro
Laercio Cardoso de Carvalho
Sala lotada de homens e mulheres no Prédio Martinelli. Já bem tarde da noite.
– Senhores e senhoras, muito obrigado pela presença de todos vocês. Marcamos a reunião aqui no Martinelli porque muitos já estão por aqui. Grato a todos que deixaram o conforto de seus lares para estarem aqui presentes. Sei que transporte para chegar até aqui não é problema para nenhum de nós, muito menos medo de ladrões, mas às vezes preferimos o conforto do lar. Mas o assunto é muito sério, por isso convoquei essa reunião geral. TODOS ESTAMOS CORRENDO PERIGO!!
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– Perigo de vida? perguntou um. De vida?!! Kkk, riram todos.
– O que está acontecendo? Perguntou um dos cavalheiros presentes.
Com voz grave e pronunciando bem todas as palavras o coordenador da reunião falou.
– Corremos risco de ficarmos sem moradia.
– Que horror, gritaram alguns. Por quê? Como?? Era o que se ouvia.
Com voz grave, semblante preocupado:
– Senhoras e senhores, trata-se do novo plano diretor da cidade
– Como isso pode nos afetar?
– Casarões, prédios antigos, logo mais tudo vai poder ser derrubado. Querem acabar com o tombamento e aí derrubam tudo e nós, para onde iremos?? Para onde, senhoras e senhores? Para a rua?
– NÃO!! Todos gritaram. De jeito nenhum. Será o nosso fim.
– Já tem muita gente em situação de rua, e faz tempo. Cada vez mais.
– Sim. Infelizmente, eles não deveriam estar nessa situação, mas para nós é I M P O S S Í V E L! NENHUMA PESSOA DEVERIA MORAR NA RUA, MAS PARA NÓS FANTASMAS, ISSO É IMPENSÁVEL.
Elevando a voz num tom dramático: alguma vez alguém viu algum fantasma na rua?
Todos gritaram: ninguém.
– Precisamos de espaço fechado. Seja no banheiro, gritou uma loira. “Podemos estar na rua, na estrada pedindo carona, mas só vamos mostrar quem somos na cabine de um caminhão”, gritou outra mulher. Precisamos de espaço, não precisa ser em um castelo como acontece com nossos colegas ingleses, mas um casarão, uma casa de fazenda, um prédio antigo.
Com muita calma, muita personalidade disse um deles. “Não nos opomos que o prédio seja retrofitado, reformado como aconteceu aqui no Martinelli, mas o nosso espaço tem que ser preservado, respeitado.”
FANTASMAS???? SIM! FANTASMAS!
Como já fiz vários passeios turísticos falando de fantasmas do Centro acabei fazendo amizade com alguns deles, então me convidaram para a reunião. Para ver se poderia ajudar com alguma ideia, guia de turismo é sempre cheio de ideias, disse o que me convidou.
– Sinceramente não sei, eu disse. A coisa não está fácil.
– Talvez manifestações, passeatas na Paulista, alguém sugeriu.
Outro ponderou: Se não estão dando bola para os que se fazem presentes imagine se vão dar atenção para nós, invisíveis. Nós pobres IMORTAIS!!!!
Um dos com mais anos de morte falou: vamos procurar ajuda do poder público, vamos à Câmara Municipal, lá temos colegas, ouvi dizer que lá tem muito funcionário fantasma.
– Amigo, vejo que você está desatualizado. Funcionário fantasma não quer dizer que existe fantasma que é funcionário.
– Decerto se fizermos muita pressão vão nos dizer: ora porque vocês não vão para um dos tantos prédios, tantas torres que estamos construindo. Perdizes, Pompéia, Pinheiros, Jardim Anália Franco, podem escolher. Temos ofertas em todas as regiões.
– É bem capaz de dizerem isso com todo orgulho. Isso nós sabemos, a cidade está cada vez com mais prédios. Para isso muitos espaços foram derrubados e vários dos nossos foram desalojados.
Alguém complementou: ainda são capazes de jogar na nossa cara que não precisamos de financiamento, usar fundo de garantia para termos nossa casa própria.
– Amigos e amigas, de jeito nenhum, NEM VIVO, podemos aceitar uma proposta dessas! Vão oferecer um “studio” que mal cabe a pessoa. Onde NÓS iremos ficar?
Alguém alertou: não vamos aceitar mesmo que nos ofereçam um com 4 suites. Tem graça um fantasma estar alojado num prédio com academia, varanda goumert, todo envidraçado como se fosse um aquário, 5 vagas na garagem, piscina, solarium. Com toda ênfase: NÃO COMBINA!!
– NÃO harmoniza, corrigiu um outro, é assim que se fala agora.
– Para a rua não podemos ir. Ninguém pode morar na rua, muito menos fantasmas.
Uma senhora lembrou: vejam o que aconteceu com nossos colegas que andavam por ruas, matas, estradas. Pobres sacis, mulas sem cabeça, lobisomens, foram todos embora, foram não sei para onde por falta de segurança. Sim senhores, destacando: FALTA DE SE GU RAN ÇA. Faltou segurança as pessoas temem ladrões, sequestro relâmpago, não vão para a rua e nem lembram de assombrações que alguns viam. Outros não, mas medo de ladrão todos tem, o perigo é real, não afeta só o comércio afeta vivos e mortos.
Os comentários iam surgindo, propostas iam sendo apresentadas e logo depois descartadas por se mostrarem ineficazes. O ambiente foi ficando sombrio, todos e todas estavam assombrados com o poderio das construtoras.
O dia começava a raiar e não fica bem, não harmoniza, não orna fantasmas durante o dia.
Resolveram marcar outra reunião, a data não foi definida, mas vou fazer tudo para participar embora não veja uma solução para o caso. Vou e depois conto para vocês. Ah! Ia esquecendo, se alguém tiver alguma solução por favor me avise que informarei a eles.
Leia também: TERRAÇO DO MARTINELLI SERÁ REFORMADO E DEVE REABRIR AINDA ESTE ANO
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