Igreja Santa Ifigênia: conheça a história da Basílica da Imaculada Conceição
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Teatro, música, cosplay. São vários os artistas de rua que exercem sua arte em locais públicos. Conheça alguns deles
Todos os dias circulam milhares de pessoas pelo Centro de São Paulo, pessoas de todos os jeitos, com características, cortes de cabelo, roupas e sapatos diferentes. Com esse tanto de gente andando por aqui, ainda existem os artistas de rua, que resistem e seguem fazendo seu trabalho para entreter o público entre um compromisso e outro.
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Conversamos com alguns desses artistas de rua do Centro, que contam como é trabalhar ao ar livre por horas a fio, muitas vezes enfrentando climas adversos e, ainda, sim com muito amor pela profissão e com um único objetivo: nos tirar um pouquinho da realidade e nos fazer esquecer a correria do dia a dia.
Há muito tempo o Minhocão (Elevado Costa e Silva) não é só espaço para carros e pessoas. Em 2012, um grupo de amigos, que tinha o teatro como grande paixão, se reuniu para criar o Esparrama, projeto que apresenta peças dentro de um apartamento na via. O trabalho rendeu grandes conquistas para o grupo, que já apresentou um repertório com cinco espetáculos, tem dois livros e diversos prêmios e indicações em grandes instituições incentivadoras da arte teatral.
Para Iarlei Rangel, a escolha de apresentar as peças no Minhocão, além de ser um movimento inclusivo e cultural para os moradores e pessoas que passam por ali, tem a intenção de unir as pessoas por um bem maior, a ocupação de um espaço público. “O Minhocão é ocupado pela população há décadas. Os moradores do seu entorno transformaram esse espaço até o ponto de se tornar um lugar de prática de esporte e de lazer. Precisamos deixar claro que a população também define a cidade a partir do seu uso e foi essa ocupação popular que nos inspirou e nos permitiu fazer uma ocupação simbólica que, de forma artística, representou o novo uso que se fazia desse espaço”.
Além das apresentações teatrais, o grupo propõe uma série de ações para refletir sobre as mudanças anunciadas para acontecer no Minhocão, como vídeos, o projeto “Microfone aberto – “Minhocão: Já perguntaram a sua opinião?”- um microfone aberto durante 15 minutos antes da apresentação para incentivar o público a dar sua opinião – e debates públicos.
“As ruas de São Paulo nos permitem ter contato com um público rico em experiências das mais diversas, o que torna nosso trabalho ainda mais prazeroso. Porém, a rua é lugar de disputa, diariamente precisamos nos impor para garantir nosso espaço nela. Lutar contra forças que querem reduzir a rua apenas a um lugar de passagem”, completa Iarlei.
Leia também: GRAFITES EM SP: MINHOCÃO, UMA GALERIA DE ARTE A CÉU ABERTO
Há quase quatro anos a cantora Gisele Lira se apresenta na Avenida Paulista aos domingos – quando a via está fechada para carros. Depois de um ano e meio cantando em local aberto, ela decidiu potencializar a sua imagem e se inscreveu no programa The Voice, na Rede Globo: “Como a audiência da emissora é enorme até hoje sou reconhecida por causa disso. Foi muito importante para a minha carreira e me transformou como artista”, conta.
Gisele conta que trabalhar como artista de rua é muito bom porque sente na hora se está agradando o público: “O feedback é sempre o mais sincero possível, já que estamos em um lugar público e a reação é espontânea. Numa cidade corrida como São Paulo fico muito feliz de as pessoas pararem para me ver, algumas choram e outras dizem que eu mudei o dia delas para melhor”.
Para ela ainda falta um olhar mais atencioso por parte do governo e também das pessoas, que precisam começar a enxergar a profissão de músico com mais seriedade: “Ainda não é permitido tocar dentro das estações de metrô, ao contrário do que acontece em outros países, onde o metrô contrata artistas. As pessoas precisam ter essa visão de que o músico está trabalhando, que é uma profissão de verdade e isso também é parte da falta de consciência da população que não sabe valorizar a arte”, completa Gisele.
Com certeza você já viu o famoso Jason Voorhees – personagem icônico do gênero terror – pelas ruas do Centro. Por trás da máscara medonha está Leandro Toguro Bueno, cosplay de outros inúmeros personagens, como Freddy Krueger, Predador, Pinhead e por aí vai. “Sempre curti filmes de terror e comecei com cosplays em 2009”, diz Leandro.
E por que escolher o Centro de São Paulo como palco das performances? “O Centro é o local onde tem muito movimento, além também de muitos turistas. Por isso achei que esses pontos seriam ideais para o meu trabalho. Gosto tanto que posso dizer que o Centro virou praticamente minha segunda casa”.
Trabalhar horas em pé e, muitas vezes, com tempo quente, é uma das grandes dificuldades para Leandro, além de enfrentar preconceito de pessoas que não valorizam a profissão: “Ser artista de rua em São Paulo não é fácil. Fico em pé durante oito horas por dia e, em dias quentes e ensolarados, passo um pouco de sufoco. Realmente isso não é para qualquer um. Existem preconceituosos que não conseguem enxergar o lado positivo do meu trabalho e, às vezes, a policia me proíbe de continuar ali, mas estamos propensos a tudo”.
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