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A Capital da Vertigem, do jornalista Roberto Pompeu de Toledo, é uma boa dica para quem quer conhecer mais sobre a história de São Paulo
Por Tony Nyenhuis
Na mais paulista das datas (9 de julho), gostaria de recomendar um livro que, além de ser uma delícia de ler, impressiona pela quantidade de histórias saborosas que a maioria de nós desconhece. Principalmente sobre o nosso Centro, registrado tão bem na obra.
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Falo sobre A Capital da Vertigem – Uma história de São Paulo de 1900 a 1954 (editora Objetiva, 582 páginas), do jornalista Roberto Pompeu de Toledo. O livro me chegou às mãos faz pouco tempo, depois de tentativas frustradas em adquiri-lo – nunca estava disponível ao tentar comprá-lo algumas vezes, o que só aumentou a vontade em lê-lo.
Tenha certeza: você jamais vai andar pelo Centro de Essepê do mesmo jeito depois dessa leitura. O jornalista também passeia com a mesma desenvoltura por outras regiões da cidade e traz entrelaçamentos interessantes com fatos e personagens do país e até com acontecimentos mundiais.
A Capital da Vertigem remonta a um período espetacular de São Paulo, quando deixou de ser uma vila sem importância para se transformar na maior metrópole brasileira. Uma cidade rumo à Modernidade em espantosa velocidade. A obra se concentra entre o período que vai da virada para o século XX até o ano da comemoração do 4º centenário desta que seria uma das maiores cidades do planeta.
Um salto gigantesco e vertiginoso em poucas décadas. Em nosso projeto CalçadaSP, o Centro da capital é de longe o lugar mais falado e fotografado, e o livro de Pompeu de Toledo descortinou novos olhares e perspectivas sobre cada um de seus lugares. Agora, por exemplo, caminhar pelo “Triângulo” (formado pelas Ruas São Bento, Rua Direita e Quinze de Novembro) é embarcar numa viagem pelo tempo, como nos filmes de época que a gente assiste. Nesse pedacinho do Centro estavam as lojas bacanas, os escritórios, as redações de jornais, os hotéis e confeitarias. “Fazer o Triângulo” era a expressão usada, e o footing era o campeão dos esportes urbanos, revela o autor.
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Atravessando o Viaduto do Chá vem a cena da inauguração do Theatro Municipal, o primeiro congestionamento de carros de São Paulo. Vem também do Municipal outra passagem que adoro no livro: da Semana de Arte Moderna de 22, trazendo desde os bastidores e contextos até a famosa vaia que os modernistas receberam – e que foi talvez responsável pela repercussão e consequente sucesso do movimento.
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Depois de ler esta obra monumental, passo pelo Largo do Paissandu e sou remetido à curiosíssima história do dia em que Mário de Andrade teve a ideia de um título que nunca havia pensado: “Pauliceia Desvairada”. E na Praça da República, então? Lá, no passado uma região repleta de chácaras, havia touradas! Passo e ouço os ruídos das pessoas torcendo pelos toureiros ou pelos touros – eu torceria pelo último, certeza 🙂
O centro velho, o centro novo, os primeiros casarões da avenida Paulista, a chegada de imigrantes e culturas do mundo todo, os bairros operários, as primeiras greves, o surgimento do futebol em São Paulo e no Brasil, os primeiros clubes paulistas – até a inauguração, mais adiante, do Parque do Ibirapuera, para comemorar os 400 anos da Pauliceia Desvairada. A “terra da garoa” desnudada de fio a pavio. Que livro!
A passagem que trata da Revolução Constitucionalista de 1932, que motivou o feriado deste 9 julho, merece destaque também. A obra desmistifica histórias romantizadas que ouvimos ou até aprendemos na escola. Aliás, o escritor faz isso bem o tempo todo, ao deixar certo romantismo de lado e narrar os fatos, mesmo que às vezes possamos nos decepcionar com eles. Aproveite o tempo frio, quando geralmente é mais gostoso ler, e corra para a livraria ou sebo mais próximo para comprar A Capital da Vertigem.
Para lá de recomendado!
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