Igreja Santa Ifigênia: conheça a história da Basílica da Imaculada Conceição
O guia de turismo Laércio Cardoso de Carvalho fala sobre a história da igreja Santa Efigênia, que é oficialmente uma basílica.
De onde vêm as histórias de noivas fantasmas? Thiago de Souza escreve sobre o significado das lendas envolvendo noivas
Maio é o mês das noivas e, portanto, uma ótima oportunidade para falarmos sobre noivas fantasmas.
Esse tipo de espectro circula por estradas, vielas e cemitérios de todos os rincões do País.
E nem mesmo os ares cosmopolitas da capital das capitais escapou das aparições de noivas fantasmas.
Assine nossa newsletter para ficar por dentro de tudo o que rola no centro
E sua principal história – neste universo fantasmagórico nupcial – tem chancela oficial e contribuiu para motivar uma auditoria espiritual na maior casa legislativa municipal do Brasil:
A Câmara dos Vereadores de São Paulo.
Nos idos 1996, depois de passar por uma experiência sobrenatural traumatizante em seu gabinete, o vereador Faria Lima abriu seu apavorado coração ao saudoso Goulart de Andrade, em entrevista no histórico programa Comando da Madrugada.
Dentre os muitos relatos dados por Faria Lima, hoje, destacaremos a da noiva Fantasma.
O “hoje” se deve ao fato de que, oportunamente, trataremos de outras histórias desta épica entrevista de Goulart de Andrade na Câmara dos Vereadores de São Paulo.
Mas vamos lá…
Na entrevista o vereador disse que:
“Teve um PM que saiu de um desses elevadores, porque à noite as ascensoristas vão embora e então só a PM faz esse serviço de ascensoristas… abriu, saiu e falou desce.”
Goulart de Andrade perguntou:
“Quem falou desce? ”
Lima respondeu:
“Alguém gritou aqui: desce! O PM ficou esperando, ninguém saiu e ele saiu do elevador e quando ele viu, viu uma mulher vestida de noiva aqui, que foi em cima dele.”
O vereador descreve que o policial militar saiu correndo pela escada em caracol, deixando seu rádio de comunicação junto à valentia no local que sofreu o ataque da noiva fantasma.
Ataques de noivas fantasmas a vivos não são comuns, ainda mais contra policiais militares.
Mas é interessante destacar a existência de relatos de noivas fantasmas em São Paulo e, mais ainda, na segunda metade da década de 1990.
Porque a incidência de histórias de noivas fantasmas remontam tempos mais remotos, especialmente aqueles em que o senso comum cultuava a ideia de que o propósito da vida de uma mulher era a de se casar com um homem.
E é daqui que parto para defender a tese de que:
As histórias de noivas fantasmas estão em extinção.
Quem não se interessa por histórias de fantasmas pode encontrar as explicações para os fenômenos no imaginário popular.
E se o imaginário popular subjuga bruxas e feiticeiras por serem mulheres independentes, que possuem conhecimentos de vanguarda e cultuam a liberdade, que dirá aquelas que frustraram o único propósito de sua miserável existência – se casarem.
Digo sem reserva que a construção de arquétipos amaldiçoados é muito influenciada por medos coletivos.
E vos digo:
É muito fácil conhecer alguém pelos medos que cultiva.
E dizer isso é absolutamente necessário para explicar a existência de tantas histórias de noivas fantasmas, seja para quem acredita ou para quem não acredita em fantasmas.
As noivas fantasmas são consequência do medo vigente nas comunidades conservadoras de não conseguirem casar suas filhas.
Para quem é crente nas abordagens espirituais destes relatos, fica evidente que a noiva que morre na eminência de seu casamento não consegue gozar de seu descanso eterno pelo apego à intangível possibilidade de cumprir sua sentença e/ou propósito de vida “até que a morte o separe” do maridão.
Parafraseando o filósofo Neymar, é um tipo de “saudade do que a gente não viveu ainda” eterno e maldito.
Certamente essa condição pertence às noivas que morrem a fim de cumprir este propósito.
Mas há outras espécies de noivas fantasmas e acho que duas merecem destaque.
Aquelas em que a fuga do casamento arranjado é a grande propulsora da maldição, como é o caso de Maria Augusta – a Loira do Banheiro – história que nasceu em Guaratinguetá/SP.
Maria Augusta, filha do Visconde de Guaratinguetá, foi forçada a se casar aos 14 anos, mas, depois de algum tempo, fugiu de seu calvário matrimonial partindo para a Europa.
Diz-se que ela morreu de raiva (patológica) em Paris.
Seu corpo retornou ao Brasil e foi colocado em uma redoma de vidro, enquanto um jazigo era preparado para seu funeral no cemitério de Guaratinguetá.
Testemunhas dão conta de que ela era vista dentro da redoma de vidro pedindo para ser liberada, dizendo que tinha muita sede – talvez decorrente da raiva – doença causadora de seu óbito e que gera desidratação.
A casa do Visconde de Guaratinguetá virou uma escola e as aparições relacionadas a Maria Augusta sempre se situavam no banheiro do colégio e se manifestavam abrindo as torneiras.
A moça que aparece de branco para alunos das escolas do Brasil, que foi obrigada a se casar em vida e que foi presa numa redoma de vidro depois de morta, certamente tinha sede de liberdade.
Outra característica de noivas fantasmas ´´é que elas tiram a própria vida pela humilhação do abandono dos noivos.
E nenhuma história descreve melhor essa espécie de noiva fantasma do que Maria Jandira dos Santos.
Uma menina, nascida do ventre de uma família tradicional, é expulsa de casa por se entregar a seus desejos.
Foi acolhida num bordel de Campinas que pertencia à cafetina Laudelina.
Depois de fazer muito sucesso por suas habilidades profissionais, se deixou encantar por um de seus clientes.
Seu nome era Carlos.
Carlos também se apaixonou.
Decidiram fugir de Campinas e recomeçar a vida longe dos julgamentos hipócritas e provincianos de seus habitantes.
Com o dinheiro que economizou ao longo de suas atividades profissionais, a moça comprou uma mala pequena e um vestido de noiva.
Mas no dia combinado para a fuga, Carlos não apareceu na estação de trem.
Maria Jandira voltou para o bordel, vestiu seu vestido de noiva e ateou fogo em seu corpo.
Ela ainda é vista vagando pelo Cemitério da Saudade – em Campinas – buscando Carlos.
Não que eu deseje a morte de alguém, muito pelo contrário.
Mas o fato de ter sido destruída a ideia de que o propósito de vida de uma mulher é o casamento, encerra qualquer possibilidade de novas histórias de noivas fantasmas.
Portanto, respondendo à provocativa pergunta título deste bate-papo:
As histórias de noiva fantasmas estão em extinção?
Sim!
Ainda bem.
A história de Maria Jandira pelo Criativo “O que te Assombra? ” :
Leia outras colunas O que te Assombra
O guia de turismo Laércio Cardoso de Carvalho fala sobre a história da igreja Santa Efigênia, que é oficialmente uma basílica.
Conheça a história da Praça Roosevelt, de primeiro estádio de futebol do Brasil a espaço cultural
Cine Bijou e outros cinemas marcam a volta dos cinemas de rua. Veja vários cinemas que resistem ou abriram nos últimos meses
Seja para um café da manhã caprichado, um cafezinho depois do almoço ou para bater papo, são várias as opções de cafés no Copan
Construída no começo do século 20, Vila Itororó tinha bailes e festas elegantes e teve a primeira piscina particular de São Paulo
O escritor Marcio Aquiles narra a visita do teatrólogo à Unicamp para uma homenagem aos 50 anos do Oficina
A historiadora e antropóloga Paula Janovitch fala sobre a "gramática dos caminhantes", que pode ser percebida ao se andar a pé pela cidade.
Pastilhas estão sendo retiradas e serão trocadas por outras semelhantes, segundo nota oficial da Prefeitura de São Paulo.
Há 50 anos, o incêndio do Edifício Joelma, no Centro de São Paulo, deixou 181 mortos e causou um trauma que nunca foi esquecido.
O guia de turismo Laercio Cardoso de Carvalho conta como eram os primeiros carnavais no Centro de São Paulo no começo do século 20.
O Parque do Rio Bixiga, ao lado do Teatro Oficina, já tem uma verba de R$ 51 milhões para sua implantação. O parque vai ocupar […]
A colunista Vera Lúcia Dias, guia de turismo, fala sobre as diferentes fases do Vale do Anhangabaú, por onde já passou um rio
O guia de turismo Laércio Cardoso de Carvalho conta a história de prédios ao redor da Igreja Santa Ifigênia.
Espaço, que fica no 42º andar do edifício Mirante do Vale, amplia a área para uma vista de 360 graus e recebe exposição que teve participação do A Vida no Centro
Clique no botão abaixo para receber notícias sobre o centro de São Paulo no seu email.
Clique aqui não mostrar mais esse popup