Igreja Santa Ifigênia: conheça a história da Basílica da Imaculada Conceição
O guia de turismo Laércio Cardoso de Carvalho fala sobre a história da igreja Santa Efigênia, que é oficialmente uma basílica.
Conheça a história do Castelinho na Rua Apa e como o lugar se tornou mal assombrado e conseguiu reverter seu destino
Por Thiago de Souza e Silo Sotil
No bairro de Santa Cecília se estabelece um verdadeiro templo das histórias de assombrações de São Paulo.
O Castelinho da Rua Apa
E para não cair nos óbvios clichês sobre o lugar, proponho uma inversão de polos e olhares sobre esta peculiar construção.
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A prova de que é possível inverter polos de maldições pode começar de seu vizinho mais próximo – o Elevado que um dia foi Costa e Silva e hoje é João Goulart.
Se aquele monte de concreto horroroso pode se converter, por que o Castelinho não poderia?
Convenhamos, não é fácil converter a atmosfera amaldiçoada do Castelinho da Rua Apa.
E essa atmosfera “poltergeistiana” se mudou para lá quando o patriarca “Dos Reis” deixou este mundo.
Após a morte de Virgílio Guimarães dos Reis, seus dois filhos e sua viúva, converteram a antiga residência da família no centro operacional dos empreendimentos.
O que era um lar virou uma estação empresarial, que por sua vez, se transformou no cenário de uma carnificina.
Em uma suposta discussão, insuflada pela ganância de um dos herdeiros, a morte se associou aos negócios da família.
O primogênito, sentindo-se ofendido em sua honra e nas pretensões de construir um rinque de patinação, atirou em sua mãe, depois em seu irmão e, na sequência, em si próprio.
Mas quando a perícia identificou não apenas um projétil alojado no corpo do homicida/suicida e ainda concluiu que os projéteis encontrados em sua mãe eram diferentes dos compatíveis à arma utilizada no crime, a coisa muda de figura.
Daí nasce uma suspeita…
A possibilidade da participação de um quarto elemento que nunca foi identificado.
A investigação concluiu que houve um duplo homicídio seguido de suicídio.
Uma estranha resolução, que talvez justifique tudo que viria a ocupar os cômodos do Castelinho e o imaginário dos fãs de histórias de assombrações.
Não é exatamente novidade fantasmas manterem-se apegados ao plano terreno, buscando justiça.
O filme Ghost não me deixa mentir.
A impressão das memórias de um lugar e a abrupta interrupção de três vidas é o ponto crucial para se estabelecer na sociedade o desejo consciente de expurgar o mal feito ou de resolver um mistério.
E essa mistura de caso de polícia com história de fantasma é um hit.
Portanto, o caso mal explicado do massacre da família “dos Reis” poderia perfeitamente justificar o fato do Castelinho da Rua Apa se tornar um famoso hostel de assombrações e, naturalmente, ser alçado à Disneylândia de investigadores paranormais de São Paulo, do Brasil e do mundo.
E não são poucos os relatos de torneiras que se abrem sozinhas, sons de passos, assoalho que desaba, além da permanente sensação de haver alguém lhe observado ou de se ter algo ao lado, com a clara intenção de evitar qualquer tipo de permanência no local.
Acredito que esses relatos são pedidos de socorro dessas almas, ou memórias, para que se revertam os polos deste ciclo repetitivo de uma maldição sem fim.
Imaginem…
E se alguém ao invés de tentar fomentar os medos comuns, atendesse aos pedidos sentidos nas peles arrepiadas e nos objetos que criaram vida para reverter e modificar a condição desta demonizada história?
E se aparecesse uma mulher com um sonho de tornar o Castelinho de novo em um lar?
Um lar que pulsasse novamente como pulsam os corações de todas as mães?
Como já pulsou o coração da matriarca assassinada da família “dos Reis”.
E se todo esse legado de maldição se convertesse na realização do sonho da mulher que abraça todas as pessoas da mesma forma?
Pois é, isso aconteceu.
Dona Maria Eulina transformou o gélido esquecimento em acolhimento e os fantasmas que ela combate são os da indiferença para com o povo da rua.
Gente que só precisa afastar para bem longe das assombrações as noites sem fim, sem teto, sem a certeza de um amanhã e que ponha fim ao estado de absoluto abandono que a vida sentenciou.
Essa mulher conseguiu interromper o ciclo de sofrimento de um lugar, não tenho dúvida.
Dona Maria Eulina já foi uma moradora de rua e chegou a dormir no Castelinho da Rua Apa, por não ter lugar mais seguro para passar as noites.
Depois de uma história de muito trabalho, pode ajudar as pessoas que continuam passando o que ela já passou.
Fundou o Clube das Mães do Brasil, que acolhe moradores em condição de rua, que já profissionalizou e efetivou no mercado de trabalho mais de cinco mil pessoas que, até então, viviam em estado de vulnerabilidade pelas ruas de São Paulo.
Esta história pretende prestar uma singela homenagem a uma grande mulher que, como tantas outras, longe dos holofotes, fazem a diferença diante das frias maldições e dos pavorosos medos que nos cercam.
Quer saber mais?
Cidades e Medos – São Paulo Sobrenatural
Episódio 7 – Castelinho da Rua Apa
Leia também: CHAGUINHAS, MOISE E OS AFLITOS
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