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Contra a violência, o abandono e o fluxo do crack, resposta da Prefeitura é cercar a Praça Princesa Isabel
No dia 11 de maio, uma operação policial retirou, com bastante violência, usuários de drogas que haviam se instalado na Praça Princesa Isabel, na esquina entre as avenidas Duque de Caxias e Rio Branco. Nos dias seguintes, enquanto os antigos ocupantes da praça perambulavam pelas ruas da região e o fluxo (comércio de drogas a céu aberto) se mudava para a Rua Helvétia, esquina com a Avenida São João, muitas viaturas guardavam a Praça Princesa Isabel para que eles não voltassem a ocupá-la.
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A praça foi protegida. Enquanto as pessoas ficaram abandonadas. Tanto as que viviam na praça, na chamada cracolândia, dependentes químicos que precisam de tratamento, quanto os moradores e comerciantes da região, agora impedidos de trabalhar ou sair de casa.
Para resolver o problema, que é complexo e envolve ações de saúde, assistência social e polícia, para lidar adequadamente com todas as suas facetas, o que fez a Prefeitura? Depois de cercar a praça com grades e mobilizar efetivo policial para proteger o espaço vazio, agora vai transformar o local em parque.
O que exatamente significa isso? O que muda é que um parque pode ser cercado e ter horário de funcionamento, enquanto uma praça precisa ser aberta. Na prática, será possível impedir que pessoas se instalem na praça, como aconteceu entre março e maio deste ano, quando o fluxo se mudou dos arredores da Sala São Paulo, na Luz, para a Praça Princesa Isabel.
Pra ser precisa, a iniciativa foi de um de um grupo de vereadores, liderados pelo vereador Fábio Riva (PSDB), líder do governo na casa. O projeto tramitou rapidamente na Câmara dos Vereadores, foi aprovado em segundo turno no dia 14 e no dia seguinte já foi sancionado pelo prefeito Ricardo Nunes. Riva justificou o projeto com um abaixo-assinado com 983 assinaturas, segundo ele, de moradores de bairros próximos.
A questão é que as pessoas e os problemas não desaparecem, eles apenas mudam de endereço.
O fechamento da praça fez com que os usuários de drogas passassem a perambular por toda a região dos Campos Elíseos, especialmente em direção a Santa Cecília. Moradores da Rua Helvétia não conseguem mais sair de casas e estabelecimentos comerciais da região estão prestes a fechar as portas.
Este é o caso do restaurante Jaguar, na Avenida Duque de Caxias, quase esquina com a Rua Barão de Limeira. Há três anos e meio, o empresário Fabio Schaberlle abriu o restaurante apostando no processo de melhoria do Centro. Deu certo por um tempo. O movimento era bom no almoço e, antes da pandemia, também abria à noite de quinta a sábado.
Depois da pandemia, ele já notou uma piora da segurança e deixou de abrir à noite. O movimento no almoço era garantido pelos funcionários da Folha de S. Paulo e Uol, a meio quarteirão de distância. Mas, desde o dia 12 de maio, depois que funcionários foram assaltando entrando no táxi em frente ao prédio, as empresas deixaram todas as equipes em home office e Fabio viu o movimento despencar de 30 a 40 pessoas para no máximo 8 por dia.
No fim de semana, os clientes já desistiram. “Já teve cliente que contou que chegou, mas quando viu a região não teve coragem de descer do carro”, conta Fabio, que considera fechar o restaurante. “Ainda tenho esperança que isso mude. Mas não vejo como vai mudar no curto prazo e não sei se vou aguentar”, diz ele.
Na Rua Helvétia, o dono de uma oficina mecânica instalado no local já decidiu fechar as portas, como contou ao Uol.
O espalhamento dos usuários de drogas por todo o Centro, como se vê, não resolveu o problema. Pelo contrário. Um problema que já era de saúde pública continua sendo um problema de saúde, social e agora, também, um grave problema de violência urbana.
Diante disso, a Prefeitura exalta o ganho, para a cidade, de um novo parque. Destaca que equipes de jardinagem trabalham diariamente na praça, que os canteiros estão sendo renovados.
Enquanto isso, operações policiais prendem pequenos traficantes, espalham o terror por toda a região e, em vez de segurança, levam mais violência para os moradores, empresários e trabalhadores do Centro.
No fundo, a questão é: para que serve o espaço público? O que é mais importante, o espaço ou as pessoas? E para que, ou pra quem, serve, afinal, o poder público?
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