Igreja Santa Ifigênia: conheça a história da Basílica da Imaculada Conceição
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Teatro inaugurado em 1950 e destruído por um incêndio em 2008 terá a primeira sala de música de câmara de São Paulo. Novo Cultura Artística ainda terá café, livraria e restaurante abertos o dia todo
Por Denize Bacoccina
Quem se acostumou a passar pela Rua Nestor Pestana e lamentar o destino do Teatro Cultura Artística, destruído por um incêndio em 2008 e hoje coberto por tapumes, já nota um movimento diferente na rua. O teatro que foi inaugurado em 1950 está sendo reconstruído. O anúncio já foi feito outras vezes, mas depois de vários adiamentos as obras, a cargo da construtora HTB, começaram no início de março de 2018. A previsão é que o novo prédio fique pronto em 2021.
O novo Cultura Artística será diferente do anterior. De grande espaço multiuso, a sala será especialmente desenhada para música de câmara. A primeira de São Paulo, que já tem diversas instalações de primeira linha para grandes concertos e peças de teatros.
Do prédio antigo, tombado pelo patrimônio histórico, será mantida a estrutura externa frontal, com o mosaico do artista Emiliano di Cavalcanti, que foi não foi afetado pelo incêndio e já foi restaurado em 2011.
O novo espaço terá quatro andares, com 7,6 mil metros quadrados de área construída, e três foyers: um do lado esquerdo da construção, envidraçado, com vista para a Praça Roosevelt, um de frente para a rua e outro no primeiro andar. O novo espaço terá ainda café, livraria e restaurante, que ficarão abertos durante o dia e manterão o movimento de pessoas no local, retomando o projeto original do arquiteto Rino Levi de manter a rua viva.
A maior diferença está justamente nas salas de concerto. Em vez de uma grande sala multiuso, que atendia de grandes orquestras a peças de teatro, serão duas salas para música de câmara, gênero que já representa 80% das apresentações do Cultura. Os grandes concertos de orquestras convidadas, quando ocorrerem, serão realizadas na Sala São Paulo, local que abrigou as atividades da Sociedade após o incêndio.
A principal, no primeiro andar, terá 750 lugares, e contará com modernos recursos técnicos para receber apresentações de músicas de câmara de vários estilos. “Não teremos só música clássica, mas também popular”, disse ao projeto A Vida no Centro o superintendente da Sociedade Cultura Artística, Frederico Lohmann. Veja entrevista completa aqui.
Apesar da plateia menor, o palco terá capacidade para até 80 músicos e 45 lugares no coro. A outra sala, no térreo, terá 150 lugares e pode abrigar ensaios, atividades educativas e apresentações menores, inclusive para o público infantil.
A opção pela música de câmara veio após consulta a especialistas internacionais, que aconselharam salas específicas para atingir a máxima qualidade acústica para orquestras.
“A nossa leitura é que embora o Cultura tenha sido um palco importante para peças de teatro no passado, hoje a cidade está bem servida de salas de teatro, mas não tinha uma sala para música de câmara”, diz Frederico.
Recursos já captados
A Sociedade Cultura Artística, entidade privada sem fins lucrativos que administra o teatro, já conseguiu captar R$ 30 milhões, numa campanha realizada entre 2008 e 2009, logo após o incêndio que destruiu o teatro inaugurado em 1950.
É o suficiente para a primeira fase, que envolve fundações, estrutura e vedação do prédio. Mas que cobre em torno de 40% do orçamento total. Após o início das obras, a intenção é lançar uma segunda fase de captação para a fase de acabamentos, por meio da Lei Rouanet e de doações diretas.
Diálogo com a Praça Roosevelt
O novo projeto resgata a ideia original de Rino Levi, de um prédio integrado ao entorno. Além da lateral envidraçada, o projeto do arquiteto Paulo Bruna cria as lojas que haviam sido planejadas por Levi, e que nunca foram construídas, garantindo um movimento de pessoas durante o dia, quando o teatro normalmente fica fechado. “O propósito era não só de gerar renda para o Cultura, mas também de manter o prédio vivo durante o dia”, explica Frederico.
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O movimento de pessoas também será garantido pelos cursos que serão realizados no local. “É um restauro não só arquitetônico, mas também dos usos. Além de atender aos assinantes, queremos ter um diálogo muito grande com os moradores da região”, afirma.
Restaurantes da região também devem se beneficiar do novo público que virá aos espetáculos. “Gostaríamos de resgatar o que acontecia antes, que além do restaurante do teatro as pessoas usavam os restaurantes da região. Tem várias opções aqui perto, como o Ca´d´oro, a Rua Avanhandava, o Drosophyla”, diz o superintendente.
Veja fotos do Cultura Artística nos anos 1950, após o incêndio, durante a restauração e agora.
História
Fundada em 1912, a Sociedade de Cultura Artística é uma instituição privada, sem fins lucrativos, mantida por doações de pessoas físicas, patrocínio de empresas e contribuições dos sócio-assinantes, além da venda de ingressos para as apresentações.
Depois de manter suas atividades no Conservatório Musical, na Avenida São João, o grupo comprou o terreno atual, numa rua que ainda se chamava Florisbela e foi batizada com o nome atual em homenagem ao então primeiro secretário da Sociedade, Nestor Pestana.
Na inauguração, em 1950, houve concertos dos compositores Camargo Guarnieri e Heitor Villa-Lobos, regendo suas próprias obras.
Nos anos 1960 a Sociedade, com problemas financeiros, arrenda o teatro para a TV Excelsior, que demorou uma década para entregá-lo de volta, após ação de despejo, e com necessidade de reforma.
Nas décadas seguintes, formou-se um polo de teatro em volta do Cultura Artística, hoje bem consolidado na Praça Roosevelt e no Baixo Augusta. “Entendemos que esta localização é muito importante, porque funciona como uma ponte entre o Baixo Augusta e o centro”, diz Frederico. “Existe um grande movimento nesta região, e o Cultura Artística está totalmente conectado com isso”, afirma.
O mosaico de Di Cavalcanti
O painel Alegoria das Artes, na fachada do Cultura Artística, é a maior obra deste tipo realizado por Di Cavalcanti, um dos maiores artistas brasileiros do século 20. O painel não foi atingido no incêndio, mas foi restaurado para corrigir o efeito da ação do tempo.
O restauro foi realizado em 2011, pela Oficina de Mosaicos, e hoje o painel está protegido por uma tela, que será retirada quando a reconstrução do teatro for concluída, devolvendo à cidade um de seus primeiros e mais importantes espaços culturais.
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