Igreja Santa Ifigênia: conheça a história da Basílica da Imaculada Conceição
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Em entrevista ao A Vida no Centro, superintendente do Cultura Artística diz que novo teatro não terá apenas música clássica, mas também para jazz, música popular, eletrônica e espetáculos para a família
Saiba como está a construção do novo teatro do Cultura Artística
Por Denize Bacoccina
O Teatro Cultura Artística, na Rua Nestor Pestana, que foi destruído por um incêndio em 2008, já tem data para reinauguração: as obras foram retomadas e tudo deve ficar pronto em agosto de 2024.
Inaugurado em 1950, o teatro foi atingido por um grande incêndio em 2008. As duas salas de espetáculo foram destruídas, mas foram salvos das chamas a fachada com o mural de Di Cavalcanti e os foyers do térreo e do primeiro andar, além de arquivos históricos.
Os concertos promovidos pela Sociedade Cultura Artísticas, uma entidade privada de fomento à cultura, continuaram a ser realizados em outros espaços da cidade, como a Sala São Paulo. Até que, dez anos depois, conseguiu recursos para reconstruir o espaço, projetado pelo famoso arquiteto Rino Levi. O mural de Di Cavalcanti, o maior deste tipo produzido pelo artista, com 48 metros de comprimento e 8 metros de altura, já tinha sido restaurado em 2012 e, apesar de coberto com tela, pode ser visto da rua.
Primeira parte da reforma
Entre 2018 e 2019, foi realizada a primeira parte da obra, a construção de um edifício de quatro andares (leia aqui). A segunda parte da obra deveria ter começado no ano seguinte, mas a pandemia atrasou o projeto. Está iniciando agora e deve durar um ano. A partir daí vem a terceira fase, dos acabamentos, que ainda depende da captação de mais recursos.
O custo total do novo teatro é de R$ 130 milhões. Recursos privados, conseguidos em doações do público, com uso de lei de incentivos fiscais. A primeira parte da obra custou R$ 50 milhões. Esta segunda fase, que prevê o restante da construção civil, as instalações e o ar condicionado, custará outros R$ 50 milhões, recursos já existentes. A campanha final, já no ar (e que pode ser acessada neste link), vai arrecadar outros R$ 30 milhões para a parte final do projeto: instalação das portas de madeira, poltronas e mobiliário de um modo geral.
Frederico Lohmann, superintendente do Cultura Artística, está animado com a campanha, que teve mais de 700 doadores, que contribuíram com valores entre R$ 50 e R$ 14 milhões (do BNDES). “É comovente ver como as pessoas têm um carinho enorme pelo que o Cultura Artística representa e pelo que vai representar”, disse ele em entrevista ao portal A Vida no Centro.
Como será o novo Cultura Artística?
A ideia, diz Frederico, é que o novo teatro seja um espaço aberto à música de qualidade, não apenas música clássica. Há espaço também para jazz, música popular, música eletrônica, espetáculos para a família (onde se pode levar crianças), além de atividades educativas.
“Meu sonho é que uma parte dos nossos assinantes tenha interesse em música eletrônica e que o público de música eletrônica tenha interesse nos concertos. Juntar os dois”, diz Frederico.
Em seus quase 60 anos de história na Nestor Pestana, além dos concertos de música clássica, o espaço também recebia peças de teatro e durante um período foi arrendado para a TV Excelsior, que fez ali seus programas de auditório e alguns festivais de música, nos anos 1960.
As novas salas – uma de 750 lugares e outras de 150 – serão dedicadas apenas à música. O Cultura Artística entendeu que já existem muitas salas de teatro na cidade, mas havia a necessidade de um espaço para música de câmara com acústica e equipamentos de excelência. O espaço já está com a estrutura pronta para receber o mobiliário, que virá na terceira fase da obra.
Uma obra da artista plástica Sandra Cinto, em amarelo, para resgatar a cor originalmente escolhida por Rino Levi, reveste toda a sala. A artista concebeu linhas e curvas que dão movimento à obra e ao mesmo tempo atendem às necessidades técnicas de reflexão do som.
A outra sala, de 150 lugares, será usada para atrações com público menor e atividades educativas. O novo Cultura Artística terá ainda 11 salas de estudo e uma escola de música que também vai oferecer cursos abertos à toda a comunidade.
Espaço restaurado
O primeiro espaço a ser recuperado, depois do incêndio, foi a obra Alegoria das Artes, de Di Cavalcanti, que ocupa toda a fachada do teatro. A restauração demorou 18 meses, consumiu 1,2 milhão de pastilhas de vidro e recebeu um prêmio do Iphan de melhor obra de restauro de 2012.
Outras áreas que resistiram ao incêndio, como a fachada, os foyers históricos do térreo e do primeiro andar, duas escadas e as bilheterias também serão restaurados, com a recuperação dos detalhes originais. Os espaços também vão receber uma parte do mobiliário concebido por Rino Levi e pelo Studio D´ Arte Palma, de Lina Bo Bardi e Giancarlo Palanti, além do mobiliário moderno e a comunicação visual idealizados por Luciana Martins e Gerson de Oliveiro, da Ovo.
Diálogo com a região
Duas lojas do projeto original serão reabertas, um café e uma livraria, o que vai manter o prédio aberto durante todo o dia e contribuir para um diálogo maior com a rua e o entorno.
“Queremos que o teatro faça parte da vida dos moradores do centro”, diz Frederico, que tem escritório em frente ao teatro e vem acompanhando os novos investimentos na região, especialmente de cultura e gastronomia. “Acho que este nosso pedaço da República e Consolação está se tornando um dos lugares mais interessantes da cidade”, afirma.
O Cultura Artística também está conversando com outros equipamentos culturais da região, como o Museu Judaico e o Parque Augusta, para fazer projetos em conjunto. “Tenho esperança que as coisas melhorem e que o teatro vai contribuir para manter o quarteirão vivo e com movimento em todos os horários.”
História
Fundada em 1912, a Sociedade de Cultura Artística é uma instituição privada, sem fins lucrativos, mantida por doações de pessoas físicas, patrocínio de empresas e contribuições dos sócios assinantes, além da venda de ingressos para as apresentações.
O primeiro endereço da entidade foi o Conservatório Musical, na Avenida São João. Anos depois, o grupo comprou o terreno atual, numa rua que ainda se chamava Florisbela e foi batizada com o nome atual em homenagem ao então primeiro-secretário da Sociedade, Nestor Pestana, jornalista e diretor do jornal O Estado de S. Paulo.
A inauguração, em 1950, teve concertos dos compositores Camargo Guarnieri e Heitor Villa-Lobos, regendo suas próprias obras.
Nos anos 1960 a Sociedade, com problemas financeiros, arrendou o teatro para a TV Excelsior, que demorou uma década para entregá-lo de volta, após ação de despejo, e com necessidade de reforma.
Nas décadas seguintes, formou-se um polo de teatro em volta do Cultura Artística, hoje bem consolidado na Praça Roosevelt e no Baixo Augusta. A Praça tem a SP Escola de Teatro e a Escola do Ator, o teatro da cia Os Satyros, os Parlapatões e o Cine Bijou, reaberto pelos Satyros neste ano. Tem ainda v´ários bares, que resgatam a atmosfera boêmia que sempre marcou a região.
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