Igreja Santa Ifigênia: conheça a história da Basílica da Imaculada Conceição
O guia de turismo Laércio Cardoso de Carvalho fala sobre a história da igreja Santa Efigênia, que é oficialmente uma basílica.
A cidade vive uma nova onda de imigração que, além de enriquecer nossa cultura, traz novos aromas e sabores para perto de nós; veja o roteiro
Por Ariane Cordeiro| São Paulo é uma cidade construída, em grande parte, por imigrantes. Entre meados do século 19 e início do 20, ela recebeu grandes levas de estrangeiros, especialmente italianos, que ajudaram a impulsionar a produção de café no interior do Estado e deram início à industrialização aqui. Depois vieram japoneses, coreanos, bolivianos. Agora, a capital vive uma nova onda de imigração e bares e restaurantes de imigrantes vem renovando a nossa gastronomia.
Esses imigrantes – alguns deles em situação de refúgio, como palestinos e sírios – encontram no Centro de São Paulo uma nova oportunidade de vida, com trabalho, moradia e lazer. Foi para mostrar essa efervescência gastronômica multicultural que A Vida no Centro foi às ruas mapear onde estão esses novos sabores e aromas.
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São dezenas de opções para almoços, jantares, happy hours, balada, lanches rápidos e bebidas típicas da América Latina, Ásia e África. Vamos lá?
O jamaicano André James veio para o Brasil para estudar Odontologia na Usp em 2010 e acabou ficando. Em vez de trabalhar como dentista, decidiu montar um restaurante jamaicano para mostrar aos brasileiros o sabor da comida caribenha. É o único restaurante jamaicano da cidade (e do Brasil) e fica, claro, no Centro de São Paulo.
O Jersky´s abriu no meio da pandemia, em julho de 2020, inicialmente em delivery e, desde abril de 2021 abriu o salão, já adequado ao novo momento: amplo, arejado, com poucas mesas. O carro-chefe é o frango com os temperos típicos caribenhos. Com acompanhamentos como arroz caribenho, que é arroz branco com feijão vermelho cozido no leite de coco, banana da terra frita, salada, macarrão. O frango, assado na brasa, fica bem temperado e tenro, muito macio. Tem também pratos veganos, com abobrinha ou berinjela assada. “Escolhemos pratos que as pessoas já estão mais acostumadas, como frango, arroz, feijão, mas com uma dimensão diferente”, diz André.
Tem vários drinques com rum, o destilado típico do Caribe, além de cervejas e refrescos sem álcool.
Rua Bento Freitas, 158
Aberto de terça a sábado, das 11h30 às 21h30 e domingo das 12h às 20h
Comandado pela camaronesa Melanito Biyouha, chef de cozinha e artista, o restaurante tem quatro premissas básicas: sabor, cor, saudabilidade e africanidade. Todos os pratos que chegam à mesa são de receitas originais da África com produtos frescos e escolhidos pela procedência e qualidade.
O salão é colorido e decorado com máscaras de representações de divindades africanas. No cardápio, entradas, saladas, pratos principais com proteína animal e opções vegetarianas, além de sobremesas, sucos naturais e drinques africanos.
Para comer, pratos como peixe assado acompanhado por banana da terra frita e vinagrete, arroz, maionese e milho Ngansang (típico com temperos africanos), entre outros ingredientes. Para beber, drinques típicos como o Djindja, com gengibre e cachaça africana; o Bissap, com hibisco; e o Duubay, com tamarindo.
Alameda Barão de Limeira, 19 – Campos Elíseos
De segunda a domingo, das 12h às 21h
Tel. (11) 3221-6806
Edgard Villar, chef e proprietário, chegou ao Brasil nos anos 2000. Sem dinheiro, começou a trabalhar como camelô na região da 25 de Março. Após dois anos, passou a vender marmitas de comidas brasileiras e peruanas, para seus conterrâneos. A cozinha era em seu apartamento no Centro. Em 2005, uma oportunidade de comprar um estabelecimento pequeno na Rua Aurora fez com que Edgard começasse, timidamente, o negócio: um restaurante com comidas típicas de seu país de origem. Aos poucos a fama do lugar foi crescendo e o restaurante começou a se expandir, tendo hoje diversas unidades não só na região central, mas também em bairros como Pinheiros, Itaim Bibi, Tatuapé, Jardins, Vila Leopoldina, Vila Olímpia e Moema.
O carro-chefe da casa são os ceviches nas versões: pescado (feito com tiras de peixe branco), salmão, camarão e vegetariano (com cogumelos e vegetais mistos). As chaufas (arroz temperado com temperos peruanos e proteínas animas ou vegetais na chapa com cebola, pimentões e ovos mexidos), chicharrones (peixe e mariscos empanados e servidos com batatas fritas e salada) e as parihuelas (cozidos de peixe com vegetais). Todos os pratos podem ser escolhidos nas versões individual, médio e tamanho família. As sobremesas também têm destaque como os alfajores, suspiros e bolos. Para beber, pisco sour, IncaKola e cervejas.
Sede: Rua Aurora, 451
Demais endereços na região central:
Avenida Vieira de Carvalho, 86
Rua Guaianazes, 167
Rua Antônio de Godói, 29
Tel. (11) 3361-2400 (sede Rua Aurora)
Royal Indiano Restaurante
Faltava um restaurante indiano no centro de São Paulo. Problema que foi resolvido no fim de 2019, quando a família do indiano Raspaul Singh, originária do Punjab e no Brasil há dez anos, transferiu o estabelecimento que tinha na Penha para uma rua próximo ao Largo do Paissandú. O espaço é simples, e a sofisticação fica por conta da comida. O cardápio é extenso, com várias opções de pratos vegetarianos ou com frango, carneiro, peixes e frutos do mar. Além dos diversos pratos de arroz. Para começar, diversos tipos de pães naan, feitos na hora, e samosa, um pastel típico indiano.
Rua Rua Antonio de Godoi, 15
Aberto todos os dias, das 11h às 22h.
Tel. (11) 3333 4131
Aberto em 2018, a cozinha é comandada pelo libanês Ahmed Merhi. A comida é boa, farta e barata. São diversas opções de esfihas – abertas e fechadas – assadas no saj (forno tradicional árabe) e recheadas de carne, frango, queijo ou escarola. O Syria também tem shawarmas (lanches no pão sírio de carne, frango, kafta ou falafel), kibes (assado ou cru) e pastas árabes (homus, coalhada seca, babaganush).
Para acompanhar, uma boa opção é o suco de romã: a fruta é batida com melancia e água de laranjeira. Para fechar, a dica é um café sírio com cardamomo, por conta da casa, e doces árabes de nozes, ricota, pistache e castanha de caju.
Avenida São João, 1248
De segunda a sábado, das 11h30 às 20h30.
Tel. (11) 3222-2401
Com atendimento feito também pelos proprietários (Aliah Merhi e o marido, Mohamed), o restaurante tem ótimas opções de shawarma ou kebabs (churrasco árabe), com vários tipos de recheio, como carne bovina, frango, falafel (os tradicionais bolinhos de massa de grão de bico), sugog (carne bovina moída temperada) e kafta (carne bovina moída temperada com salsinha, cebola e especiarias). Todas as versões são acompanhadas por tomate, acelga, pasta de alho e batatas fritas. Há também kibes fritos, pastas típicas como o homus, babaganuche e a coalhada seca, além de esfihas abertas e fechadas de diferentes sabores. Há também uma ampla variedade de doces árabes.
Avenida Vieira de Carvalho, 203
Aberto de segunda a sábado, das 12h às 20h. Fecha aos domingos
Tel. (11)3331-0146
Aberto em 2016, ocupava um estabelecimento que abrigou um bordel nos anos 90, na Rua Álvaro de Carvalho. Há dois anos na Bela Vista, a casa cresceu, ganhou palco, bar, área externa, dois andares com mesas e até um terraço. Comandada por Hasan Zarif, brasileiro e filho de palestinos, o Al Janiah (nome que faz referência a um vilarejo na Cisjordânia que é parte dos territórios palestinos ocupados por Israel).
O local é referência na cidade por ser um ponto de encontro de sírios, palestinos e africanos que chegam a São Paulo, principalmente na região central. É um espaço aberto para quem gosta de bater papo sobre política, arte e cultura, regado a uma boa comida e bebidas árabes, cervejas geladas e assistindo a shows ao vivo, com bandas da América Latina, África e Oriente Médio. O espaço sedia ainda apresentações artísticas, lançamentos de livros, debates, exposições, filmes e cursos.
Para comer, a pedida são especialidades como falafel, tabule, esfiha e shawarma. Para beber, além das cervejas de 600 ml, há opções de drinques, como o Palestina Libre, que mistura arak, uma bebida típica árabe, com cachaça, limão, pimenta-biquinho e zátar verde.
Rua Rui Barbosa, 269 – Bela Vista
Aberto de terça a domingo, das 18h às 21h
Mercy Green
Restaurante de comida típica da Nigéria, é frequentado por africanos de todas as nacionalidades. Na entrada, um bar com bebidas e drinques brasileiros, como cachaça e caipirinhas de limão. Destaque para os pratos com vegetais, carne e variedades de caldos e sopas, ou os assados com batatas, banana da terra e peixe com pimenta.
Avenida Rio Branco, 495
De segunda a sábado das 11h às 20h
O restaurante funciona no segundo andar do número 439 da Avenida Rio Branco – uma portinha, subindo uma escadaria, virando a primeira à direita. É o antigo Tradiciones Peruanas, que funcionava em outro número, também na Av. Rio Branco.
A casa é famosa por ter comida peruana boa, farta e barata. São diversas opções, entre elas o menu degustação Trio Maruno (composto por ceviche, jalea – um peixe frito, lula e outros frutos do mar – e arroz com mariscos), Pollo a la brasa (frango assado nas opções inteiro, metade e ¼) e pratos do dia, que variam de acordo com época do ano.
Avenida Rio Branco, 439
Terças a domingos das 13h às 20h
Tel. (11) 94601-2708
O restaurante é um dos queridinhos de quem trabalha da região central. O salão pequeno, e sempre lotado, costuma ter fila de espera para o almoço, principalmente entre 12h e 13h30, durante a semana. Motivo: a comida é farta, de qualidade e chega rapidamente. Há combos promocionais, como o Shawarma (composto por lanche de shawarma, refrigerante lata e uma esfiha). Os sanduíches típicos árabes (carro-chefe) podem ser pedidos em diversas versões, como carne, frango, falafel ou kafta.
Outras opções de pratos são os charutos de folha de uva nas versões recheadas com carne ou vegetariano (com legumes), esfihas (abertas e fechadas), kibes (cru e frito), porções de pastas árabes (homus, coalhada seca e babaganuche) e tabule. Na saída, uma boa pedida é um docinho árabe, como o de semolina e o ninho de macarrão.
Avenida Rio Branco, 443/445
Segunda a sábado das 10h às 19h.
Tel. (11) 3224-8868 e 3331-0339
O Majâz é um restaurante de gastronomia palestina feita com ingredientes árabes tradicionais. Foi aberto por ex-funcionários do Al Janiah e hoje é outro ponto de encontro de árabes no Centro de São Paulo.
A comida é o ponto forte da casa. Um cardápio extenso e diversificado com muitas opções e combinados de sanduíches, pratos feitos, pastas árabes e porções. Entre as alternativas de prato estão o de Kafta acompanhado de homus e batata frita e o Shish Taouk, com maionese e batata frita. O diferencial está nas opções de pastas que trazem sabores diferentes, como a de Homus nas versões tradicional, de grão de bico e de beterraba. Há ainda Muhamara (pasta de pimentão com nozes) e coalhada seca com nozes.
Entre as principais opções de bebidas estão os drinques autorais, que possuem nomes históricos e representam lugares, regiões e o país de origem dos donos. É o caso do León (combina rum, maracujá e pimenta especial) e é em homenagem a cidade histórica de Léon. Outra sugestão é o Mar Vermelho, com rum, morango e uma infusão caseira de hibisco e finalizado com pimenta) – este faz referência ao sul da Palestina, que divide as águas com o Egito e Jordânia. Há ainda cervejas de 600 ml e opções não alcoólicas, como sucos naturais.
Rua Dona Verdiana, 212 – Santa Cecília
Aberto terça e quarta, das 12h às 22h, quinta, das 12h às 16h, sábado das 12h às 22h e domingo das 12h às 18h.
Misto de empório, lanchonete e restaurante, a casa funciona na Santa Cecília há mais de 20 anos. O lugar serve quitutes e doces da cozinha árabe tradicional e tem balcão e área de mesas. Há comidinhas nas geladeiras e nas vitrines para levar para casa ou comer no local. Entre as opções, esfihas abertas e fechadas, pastas árabes (coalhada seca, babaganuche e homus), porções de falafel, kibe frito e assado, arroz com lentilhas e amêndoas, queijos árabes e variados doces caseiros.
Nas prateleiras é possível encontrar pães sírios, pão folha, pasta de gergelim, tahine, molhos, arroz e grãos especiais típicos do Oriente. Um dos diferenciais é a coxinha, feita no capricho pelos árabes. Ela chega à mesa na versão redonda média ou mini, ambas sequinhas e com o recheio de frango desfiado bem temperado. É possível encomendar qualquer uma das opções citadas.
Rua Baronesa de Itu, 340 – Santa Cecília
Aberto diariamente, das 9h às 21h.
Há dois anos e meio a clientela chega a esse restaurante para comer versões de ceviches e chaufas feitas pelo peruano Fred Albert, chef e dono. O nome quinoa é referência ao grão, muito rico em nutrientes e presente em praticamente todos os pratos da casa.
O carro-chefe são os ceviches, mas os sanduíches artesanais típicos do Peru também são um dos destaques da casa. Uma das opções é o Characato (pedaços de porco frito, chips de batata doce, salsa criolla andina – mistura de hortelã e salsinha – e molho da casa acompanhado de batata doce frita). Outra dica é o Hamburguesa Chuquibamba (hambúrguer artesanal com pão de quinoa, queijo muçarela e cheddar, alface, tomate e batata frita).
Os hambúrgueres são feitos na casa e são encontrados nas versões de carne bovina e legumes, ambos temperados à moda peruana e com quinoa na mistura. O pão também é típico do país andino e tem erva doce na massa.
Para beber, tradicionais drinques e bebidas peruanas, como o pisco sour, mojito de pisco, Chicha Morada (suco de milho roxo) natural e cremoladas (raspadinhas com gelo e frutas).
Rua Anhaia, 1044 – Bom Retiro
De segunda a sábado, das 11h às 21h30
Tel. (11) 3224-0037
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