Igreja Santa Ifigênia: conheça a história da Basílica da Imaculada Conceição
O guia de turismo Laércio Cardoso de Carvalho fala sobre a história da igreja Santa Efigênia, que é oficialmente uma basílica.
A história de São Paulo está contada em portas do Centro, como mostra este passeio pelos edifícios mais importantes e curiosos
Muitas pessoas não vão ao centro de São Paulo, pois, influenciadas por certo tipo de mídia, acreditam que há só moradores de rua, sujeira, furtos, tudo de ruim, nada de bonito para ser visto. Grande engano! Como guia de turismo, atuando no centro de São Paulo, posso lhes garantir que lá existe muita coisa bonita e interessante para ser apreciada.
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Não é apenas uma opinião pessoal, o Centro tem sim seus encantos, prova é que muitos paulistanos participam de tours que eu e outros profissionais de turismo organizamos pelo centro de São Paulo. Pagam para conhecer esse Centro. Não apenas para saber a História da cidade, seu passado, mas o presente, pois existem muitos detalhes interessantes que proporcionam belos passeios e excelentes fotos para serem compartilhadas. Participam constantemente de diversos tours temáticos, já que o Centro oferece a possibilidade de passeios com inúmeros focos.
Nós, profissionais do turismo, conhecedores desses detalhes, os apresentamos em roteiros de duas ou três horas de duração com a maior quantidade deles agrupados em temas. Relógios, painéis, prédios emblemáticos, monumentos, vitrais, pisos, são alguns exemplos de roteiros temáticos pelo Centro.
Portas no Centro Histórico
“Portas no Centro Histórico de São Paulo” foi um dos roteiros que criei. Realizando diversos tours pela área central observei a existência de muitas portas interessantes.
Montei então um roteiro começando na estação Sé do Metrô e terminando na Estação São Bento, passando por mais de cinquenta portas, com os mais diversos tamanhos, dos mais diversos materiais. Bronze, madeira, ferro batido, exibindo os mais diversos ornamentos de acordo com a atividade exercida no prédio onde estão instaladas.
São portas artísticas, de madeira, como as da Catedral da Sé, ou de ferro batido como a da maioria dos prédios, feitas por experientes mestres e seus alunos no “Liceu de Artes e Ofícios”. No “Centro Cultural do Liceu” na Rua da Cantareira, são exibidas fotos das portas que ali foram feitas para embelezar diversos prédios em São Paulo.
Para se ter uma ideia do que estou comentando, vou citar algumas dessas portas. No Palácio da Justiça, uma majestosa porta de ferro batido pesando mais de seis toneladas que, além da sua grandiosidade, exibe, trabalhados em ferro, símbolos da Justiça: balança, espada, águia.
Na Caixa Econômica Federal, nas grandes portas trabalhadas figuram moedas bem selecionadas entre tantas que o Brasil já teve. Apresentam o brasão do Segundo Império e estampam o rosto de D. Pedro II, criador em 1861 das Caixas Econômicas.
No prédio da Cia. Telefônica (depois Telesp, Telefônica da Espanha e agora Vivo) na Rua Benjamim Constant, recortado no ferro vemos sinos, símbolo dessa companhia, pois o inventor do telefone foi Graham Bell (sino em inglês). No antigo “Banco Português do Brasil”, na Rua XV de Novembro, prédio construído por Ramos de Azevedo, as portas apresentam no ferro a imitação de cordas com nós, estilo Manuelino, e na fachada mais símbolos portugueses.
Ramos de café, origem da riqueza da cidade
Em muitas portas há ramos de café, o produto que proporcionava capital para as grandiosas construções e, num antigo banco na rua Boa Vista, estão representadas a flor do café e a flor do algodão, que em várias regiões do estado de São Paulo também gerou muita riqueza.
No prédio construído em 1925 para ser a sede do “Circulo Esotérico do Pensamento”, a primeira entidade espiritualista no Brasil, fundada em 1909, a fachada, única na cidade, ostenta esculturas e símbolos esotéricos, e claro, na porta há vários desses símbolos.
Mesmo com a fachada sem ornamentos, algumas portas são encimadas com belos trabalhos em relevo, como no “Palacete Chavantes”, na rua Benjamin Constant. Na porta, em ferro, ramos com grãos de café. Em cima, em relevo, a cena da colheita num grande cafezal. Outras portas são protegidas por belas marquises, como no prédio “Campos Salles”, na rua Riachuelo, onde está instalado o Ministério Público.
Veja fotos de algumas portas do Centro:
Há portas que acompanham o formato do prédio, como no edifício “Ouro Para o Bem de São Paulo”, no Largo da Misericórdia. Num terreno que lhe pertencia, a Santa Casa, com a sobra do ouro doado para a revolução constitucionalista de 1932, construiu um prédio com o formato da bandeira paulista tremulando. Em ferro uma grande porta dupla tem o mesmo formato da bandeira das 13 listas.
No tour é apresentada ainda uma porta de madeira folha dupla, bastante alta, mas relativamente simples, comparadas com outras. Instalada no prédio do “Instituto Histórico Geográfico de São Paulo” desde a construção do prédio em 1953, ficava anteriormente no “Palácio dos Governadores”.
Nas comemorações do Quarto Centenário de São Paulo, como gratidão aos jesuítas pela fundação da cidade, o governo estadual resolveu devolver a eles a área confiscada pelo Marques de Pombal em 1759 e desde então pertencente aos governos de Portugal, do Brasil, e de São Paulo. Quando da demolição do prédio do “Palácio dos Governadores”, um acadêmico do “Instituto Histórico e Geográfico” comprou a porta para ser instalada no prédio que foi inaugurado em 1954. Uma porta histórica em um Instituto Histórico.
Apresentando a porta, destacando seus detalhes artísticos, falando sobre o prédio onde está instalada, o autor do projeto, o momento histórico em que foi construído, temos uma abertura para um maior conhecimento sobre nossa cidade.
Passando a pandemia iremos realizar novamente esse tour aos domingos, quando as portas estão fechadas e podemos apreciá-las na totalidade.
Esse tour também fará parte da “Jornada do Patrimônio” no domingo dia 25 de outubro às 10h.
Leia também: REDAÇÕES, MUSEUS, LIVRARIAS DE ARTE: CONHEÇA A EFERVESCÊNCIA CULTURAL DO CENTRO NOS ANOS 1940, 50 E 60
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