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100 anos da Semana de 22: veja programação

Comemoração da Semana de 22 tem ampla programação do governo do Estado, da Prefeitura de São Paulo e de espaços privados

Nos 100 anos da Semana de Arte Moderna, a Semana de 22, é extensa a agenda de comemorações e eventos culturais, tanto organizados pelo governo do Estado e prefeitura quanto eventos privados. E a agenda está recheada. Tanto de eventos que comemoram o feito dos modernistas quando de discussões que propõe uma atualização dessa agenda de ruptura com o passado e ampliação para os dias de hoje, questionando o que é ser moderno hoje.

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No total, a agenda do governo do Estado é de um investimento de R$ 50 milhões na programação dos 100 anos da Semana de 22, com a realização de 270 atividades – 186 já foram realizadas e 84 estão programadas até o fim de 2022.

Até o fim do ano, será ampliada a Casa Mário de Andrade, integrante do chamado Grupo dos Cinco – junto com os também escritores Oswald de Andrade e Menotti Del Picchia e as pintoras Tarsila do Amaral e Anita Malfatti. A casa onde o escritor viveu com a família, na Barra Funda, já é um museu, que vale a  pena uma visita (neste post, nós mostramos como é a casa). As casas vizinhas, que também pertenciam à família do escritor, foram compradas e serão reformadas e incorporadas ao espaço, com a instalação de café, auditório e loja, além da ampliação da área de exposição.

Programação da Semana de 22

Exposição “Modernismo. Destaques do Acervo”, na Pinacoteca

A mostra,  é composta por mais de 134 trabalhos de autoria de artistas ligados ao modernismo, que estarão identificados com selo especial. Dentre as obras, a pintura Amigos, de Di Cavalcanti (Sala 16), que estava presente na exposição histórica da Semana de 1922 que ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo. O público poderá conferir também  Antropofagia, Tarsila do Amaral (sala 6); Auto-retrato, Victor Brecheret (sala1); Bananal,  Lasar Segall (sala 19); Casal na varanda, Cícero Dias (sala 16); Dois Irmãos, Ismael Nery (sala 15); Portadora de Perfume, de Victor Brecheret (átrio de esculturas); Retrato Gofredo Silva Telles, Lasar Segalli (sala 16); São Paulo, Tarsila do Amaral (sala 10).

Serviço:

Modernismo. Destaques do acervo
Período: até 31 de dezembro de 2022
De quarta a segunda, das 10h às 18h
Ingressos com vendas pelo site neste link.
Aos sábados, a entrada é gratuita e pode ser reservada com antecedência pelo site.
Edifício Pina Luz
Praça da Luz 2, São Paulo, SP

Exposição “O Atelier de Brecheret’,’ no Museu Catavento

A mostra, em parceria com o Instituto Victor Brecheret, é realizada diretamente do local em que trabalhou o escultor Victor Brecheret, no Palácio das Indústrias. Com holografias das esculturas, ferramentas e desenhos do Brecheret, a exposição conta a história do artista e do espaço que abrigou a realização de importantes obras e de um encontro essencial para a história da arte brasileira.

Montagem da expo O Ateliê de Brecheret

Em 1920, um animado grupo de artistas modernistas se dispôs a visitar o Palácio das Indústrias, na época ainda em construção. Eles esperavam encontrar apenas o edifício que imaginavam desprestigiar, mas encontraram “O Ateliê de Brecheret”. Ao subirem a escadaria monumental do palácio Mário de Andrade, Menotti Del Picchia, Oswald de Andrade e Di Cavalcanti ficaram maravilhados com as obras daquele escultor discreto. Com apenas 25 anos de idade Victor Brecheret, que retornara ao Brasil havia poucos meses de uma viagem à Europa, foi uma descoberta para os modernistas que buscavam a ruptura com a arte acadêmica tradicional. 

Brecheret foi o artista que teve o maior número de obras expostas na Semana de Arte Moderna de 1922 (12 esculturas), apesar de não estar presente na Semana. A maioria destas obras foi produzida em seu ateliê no Palácio das Indústrias, patrimônio cultural do estado de São Paulo que hoje abriga o Museu Catavento. Também neste ateliê Brecheret deu início àquela que é considerada sua maior obra: o Monumento às Bandeiras.

Serviço:

Exposição “O Ateliê de Brecheret”
Quando: a partir de 10/02/2022, de terça a domingo, das 9h às 17h, até 31 de março de 2022
No piso superior do Museu Catavento
Garanta seu ingresso, acesse: www.museucatavento.org.br

Mostra “Pilares de 22”, no Memorial da América Latina

Caricaturas de artistas brasileiros que influenciaram o modernismo na América Latina (13 de fevereiro a 13 de abril)

Exposição “Esse Extraordinário Mário de Andrade”, no Museu Afro Brasil (25 de fevereiro a 30 de junho)

Projeção mapeada “100 anos de Modernismo / São Paulo celebra a Semana de 22”, no Palácio dos Bandeirantes

A história dos modernistas por meio de uma projeção mapeada na fachada do Palácio dos Bandeirantes, com imagens de importantes ícones do modernismo – com iconografia, obras e alegorias inspiradas na produção artística da época. Na programação virtual, será possível ver a projeção pela plataforma #CulturaEmCasa.

De 13 a 19 de fevereiro, das 19h às 22h.

A partir de abril:

Exposição “A Arte Sacra dos Modernistas” no Museu de Arte Sacra de São Paulo

Com obras de artistas modernistas criadas a partir da religiosidade e da fé.

Galeria multimídia do Museu Casa de Portinari (Brodowski, interior de SP), apresentando as obras de Candido Portinari reunidas em seu Catálogo Raisonné

Mostra multimídia e interativa “100 Anos Modernos” no MIS, com curadoria de Marcello Dantas.

Galileo Emendabili – Cabeça de Donzela, uma das obras da exposição no Farol Santander Foto: Germano Lüders

Exposição Identidades – 22&22&22, no Farol Santander

Em 1822 o Brasil alcançou sua independência política e passou a ser Império, ato que influenciou a criação de novos símbolos culturais no País. Um século depois, um grupo de jovens artistas e intelectuais promovia em São Paulo a Semana de Arte Moderna, movimento que abriu caminho para um novo momento na arte brasileira e que marcou o início do modernismo nacional. 100 anos mais tarde, o Farol Santander SP reverencia a história e a contemporaneidade ao realizar a grandiosa exposição Identidades – 22&22&22, que também trará obras que representam o cenário cultural atual.

A mostra será dividida em três andares e no Hall de entrada do icônico edifício no Centro paulistano. Com obras emblemáticas do Acervo dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo e da Coleção Santander Brasil, mais de 100 trabalhos serão expostos em um total de 867m².

O mural Tiradentes (1948-1949), considerado uma das principais obras de Cândido Portinari, pela primeira vez sai do Memorial da América Latina e será exposto no Hall do Farol Santander. Jean-Baptiste Debret, Djanira da Motta e Silva, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti, Ismael Nery, Victor Brecheret, Alfredo Volpi e Di Cavalcanti, outros nomes fundamentais para a arte e a cultura brasileira, também terão seus trabalhos exibidos nessa exposição inédita, cuja curadoria é assinada por Ana Cristina Carvalho, Carlos Augusto Faggin e Fernando Brandão.

Serviço:

Identidades – 22&22&22
Onde: Rua João Brícola, 24 – Centro (estação São Bento – linha 1, azul do metrô)
Quando: De 22 de fevereiro a 22 de maio de 2022
Telefone Farol Santander: (11) 3553-5627
Funcionamento: terça-feira a domingo
Horários: 09h às 20h
Ingressos: R$ 30,00
Compra online (vendas também na bilheteria local)

Teatro

“Dos Escombros de Pagu”, na Oficina Cultural Oswald de Andrade

“Dos Escombros de Pagu”, texto de Tereza Freire, trata da riquíssima vida de Patrícia Galvão. Muito além dehomenagear esta brasileira que foi uma mulher à frente de seu tempo, a peça dá voz a Pagu, musa dos modernistas, militante das grandes causas da humanidade, amante da vida, inquieta, lúcida, mãe, filha, poeta, jornalista.

No texto, a “personagem Pagu” apresenta sua história com a generosidade que sempre a acompanhou e relembra tudo o que viveu, desde a infância até o final de sua vida. Passa por sua relação com Tarsila do Amaral e os modernistas, fala de seus filhos, amores, amigos, da família, das viagens, das descobertas, da menina irreverente que foi e da mulher guerreira em que se transformou. Neste relato emocionante, poético e muito bem-humorado, Pagu nos leva a conhecê-la, entendê-la, amá-la.

Serviço:

Dos Escombros de Pagu

De 14 a 19 de fevereiro de 2022.
Horário: Segunda a Sexta 20h e Sábado 18h.
Local: Oficina Cultural Oswald de Andrade – Sala Patrícia Rehder Galvão.
Endereço: Rua Três Rios, 363 – Bom Retiro
Drama, 70 minutos, 14 anos

Theatro Municipal

O Theatro Municipal, palco da Semana de Arte Moderna de 1922, recebe programação especial, que conta com exposições, intervenções artísticas e apresentações temáticas do Coral Paulistano.
Entre os dias 10 e 17 de fevereiro, o Theatro traz uma semana de atividades com temática modernista. Na música, haverá apresentações temáticas do Coral Paulistano, da Orquestra Experimental de Repertório, da Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo, a apresentação Esta Noite se Improvisa e a estreia de novo espetáculo do Balé da Cidade.
Além disso, o Theatro Municipal promove a Expedição Modernista, junto ao Coletivo Jornal das Miudezas e Coletivo Teatro Dodecafônico. A Expedição propõe um passeio pelo Centro da Cidade, com passagem pela Casa da Imagem, pela Biblioteca Mário de Andrade e pelo próprio Theatro Municipal, três equipamentos culturais, onde serão realizadas oficinas e outras atividades.

A programação completa pode ser vista aqui.

Sesc em casa

O Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo realiza dois debates online sobre o modernismo, que podem ser vistos no YouTube.

15/2 – Diversos 22: Raça e identidade na modernidade

Em meio às celebrações e debates sobre o centenário da Semana de 22, emergem questionamentos acerca dos apagamentos de artistas negras(os) no modernismo, bem como acerca da forma como o movimento tratou questões sobre raça e identidade. O objetivo dessa mesa é abordar alguns pontos cruciais na compreensão do lugar do negro no movimento modernista.

Com Renata Felinto, artista visual, pesquisadora e professora, Francione Oliveira Carvalho, doutor em Educação, Arte e História da Cultura/Mackenzie com Pós-Doutorado em História pela USP, mediação de Val Souza, artista visual multimídia cujo o trabalho é desenvolvido predominantemente em performance e apresentação de Dulci Lima, pesquisadora do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo.

17/2 – Diversos 22 – Mulheres no Modernismo Brasileiro: para além de Anita e Tarsila

Aproveitar as comemorações do centenário da Semana de 22 para revisitar nossa história, na ânsia de descortinar nossas brasilidades, tem sido uma ótima oportunidade para iluminar trajetórias que ficaram à sombra das narrativas dominantes. A mesa aborda a atuação de três mulheres brasileiras que tiveram papéis importantes não somente em seus respectivos campos artísticos, mas também na rede de sociabilidades modernista dos anos 1920 e 1930 e que seguem pouco conhecidas. Ana Paula Simioni traz a contribuição da artista Regina Gomide Graz para o modernismo no Brasil, Isabel Bertevelli fala sobre a cantora e folclorista Elsie Houston e Marina Cherchiaro aborda a artista plástica Adriana Janacópolus.

Com Ana Paula Cavalcanti Simioni, professora do Instituto de Estudos Brasileiros da USP e membro do Instituto d´Etudes Avancées de Nantes, Isabel Bertevelli, professora colaboradora do projeto “Música para todos”, do IA-UNESP e Marina Mazze Cerchiaro,  doutora em Estética e História da Arte pela Universidade de São Paulo (USP) e apresentação e mediação de Flavia Prando, doutora em música pela ECA/USP e pesquisadora em Ciências Sociais e Humanas do Centro de Pesquisa e Formação do Sesc SP).

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