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Aplicativos que surgiram com o discurso de economia do compartilhamento viraram, na prática, a supremacia da intermediação
A greve dos entregadores de aplicativos – iFood, Rappi, Uber Eats e outros – prevista para esta quarta-feira, dia 1º de julho, pedindo melhores condições de trabalho, escancara o fracasso do que já foi aclamado como o maior símbolo da economia do compartilhamento que deveria dominar este século 21. Lembra da promessa, feita nos primeiros anos do novo milênio, quando essas empresas começaram a ser gestadas lá no Vale do Silício? Na época, quando se falava em compartilhamento, ainda havia a impressão de que se estava falando de um capitalismo mais consciente, com o fim da mentalidade consumista dos anos 1990.
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A posse daria lugar ao uso, e ninguém precisaria comprar um bem para uso exclusivo, se poderia compartilhá-lo com outras pessoas. O carro, por exemplo. Para que cada pessoa precisaria ter um veículo próprio, que ficaria o dia inteiro parado, se era possível compartilhar um único carro, reduzindo o volume da frota circulante e, portanto, os congestionamentos, o espaço necessário para as vagas etc. Lindo no discurso.
Na prática, o que se viu foi a substituição do taxista por um motorista, não profissional, que aderiu à profissão de forma temporária, enquanto não encontrava emprego em sua área de atuação. Milhares deles, congestionando as ruas com carros alugados por locadoras.
O sistema que deveria tirar carros das ruas colocou mais veículos rodando, muitas vezes com motoristas despreparados. A tarifas de fato baixaram, mas boa parte dos ganhos foi para as empresas de aplicativos, com seus investimentos bilionários, em busca de ganhar escala e se tornar a nova gigante do setor.
Economia compartilhada?
A Uber, a pioneira deste modelo, criada em 2009 na Califórnia, chegou ao Brasil em 2014 com o discurso de carona paga e como símbolo da economia do compartilhamento. Pouco mais de dez anos depois de sua criação, deu origem a um neologismo, a uberização, que virou sinônimo de relações precárias de trabalho.
O Uber foi a pioneira, e apesar do insucesso do seu modelo – além de pagar pouco para os motoristas, a empresa também amarga um prejuízo bilionário – a uberização foi replicada em outras áreas. Os aplicativos de entrega de comida, alvo do protesto desta quarta-feira, ganharam força durante a pandemia, escancarando um modelo de negócio que, embora atenda ao consumidor, não é sustentável para os entregadores nem para os restaurantes que deveriam ajudar.
Ou a supremacia do intermediário?
Em média, restaurantes pagam 27% do valor da conta para os aplicativos de entrega. Mas os entregadores ganham apenas uma fração desse valor. O iFood, conforme a empresa informou, é uma empresa brasileira que nasceu como uma startup em 2011. Em média, diz a empresa, um entregador ganhou em média R$ 21,80 por hora trabalhada em maio deste ano.
O problema é que, como contam os entregadores, eles precisam ficar o dia inteiro à disposição para trabalhar três ou quatro horas por dia. Por isso, ganham em média R$ 992, como mostra uma pesquisa realizada em agosto do ano passado, com uma jornada de até 12 horas por dia. A pesquisa, da Associação Aliança Bike, também traçou o perfil dos trabalhadores dessa área: 99% são do sexo masculino, 71% se declararam negros, mais de 50% tem entre 18 e 22 anos de idade, 57% trabalham todos os dias da semana, e 75% ficam conectados ao aplicativo por até 12 horas seguidas —sendo que 30% trabalham ainda mais tempo.
A cobrança dos aplicativos também não é sustentável para os restaurantes, especialmente neste momento de pandemia, quando os salões estão fechados e a sobrevivência das empresas depende do delivery.
Por isso, vários restaurantes do Centro investiram em equipes próprias, especialmente na vizinhança, como é o caso do Paribar, Drosophyla, Sotero, Aboud e vários outros.
Na prática, a economia do compartilhamento, que surgiu com o discurso da desintermediação, virou a economia da intermediação. Mas, como em todas as áreas da economia, nesta o poder está, com muita força, nas mãos do consumidor. Cabe a cada um de nós dizer sim ou não a este novo arranjo, escolher para quem dar o nosso dinheiro. É possível mudar isso? Sim, é.
Talvez não para absolutamente todo mundo, o tempo todo. Mas é possível se você mora no Centro de São Paulo, região com dezenas de lojas, bares e restaurantes de pequeno porte, muitas com equipe própria para fazer entregas na vizinhança. Especialmente neste momento de orçamento curto, você pode escolher para quem dar o seu dinheiro: para um fundo de investimento que quer transformar a startup da vez num gigante mundial para aumentar seus lucros ou para o comerciante do bairro?
Sempre existe uma escolha.
Leia também: PROGRESSISTA, SOLIDÁRIO E DE OPOSIÇÃO AO GOVERNO: O PERFIL DO MORADOR DO CENTRO EM RELAÇÃO À PANDEMIA
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