Palacete Stahl, centenário, abre as portas ao público pela primeira vez, como Instituto Artium
Se você é daqueles que costuma andar pelas ruas do bairro de Higienópolis e presta bastante atenção à arquitetura, já reparou no casarão da Rua Piauí, nº 874. bem ali do ladinho do Parque Buenos Aires. Diferente de outras construções da região, o casarão foi construído num nível bem alto, por isso é preciso olhar […]
Se você é daqueles que costuma andar pelas ruas do bairro de Higienópolis e presta bastante atenção à arquitetura, já reparou no casarão da Rua Piauí, nº 874. bem ali do ladinho do Parque Buenos Aires. Diferente de outras construções da região, o casarão foi construído num nível bem alto, por isso é preciso olhar pra cima pra enxergar as imensas portas e janelas.
A boa notícia é que, depois de muitos anos fechado, pela primeira vez, ele foi reaberto ao público, como Instituto Artium de Cultura, e agora é possível contemplar a beleza do local, conhecer um pouco mais do que há por trás daqueles cômodos, ver o sol entrando pelas frestas e ainda respirar um pouco de ar puro no jardim.
A história do Palacete Stahl
Nomeado de Palacete Stahl, foi construído entre os anos 1920 e 1921 – há exatos 100 anos – para ser residência do primeiro cônsul-geral da Coroa Sueca, em São Paulo, o comendador Gustav Stahl. Em 1924, foi comprado por um cafeicultor brasileiro e, posteriormente, por um banqueiro. Em 1940, passa a ser sede do Império do Japão no Brasil.
Um fato curioso é que, em 1970, o então cônsul-geral Nobuo Okuchi sofreu um sequestro entre as ruas Alagoas e Bahia, crime cometido por um grupo contrário ao governo da época. Com a saída do império japonês do local, de 1980 a 2005, a casa permaneceu fechada e, naturalmente, foi se deteriorando. Só em 2007 foi comprada e restaurada.
Ao entrar na casa, à esquerda, há uma sala que explica toda a cronologia e você pode ver imagens da casa antes da restauração e como está agora. É muito interessante perceber como eram os espaços originais e o cuidado que a casa teve antes da reabertura.
Além das salas grandiosas, a casa ainda conta com um jardim, bancos para descanso e leitura e um espaço para café (que será inaugurado em breve). Antes da reabertura, as salas serviam como escritório para empresas privadas, por isso teve que passar por uma rigorosa restauração, deixando-as bem próximas do original.
Quando fizer a visita, não deixe de reparar no teto de uma das salas, com pinturas de flores botânicas do século 18. As cores são vibrantes e algumas pessoas até imaginam o significado de cada detalhe, já que não se tem muita informação sobre sua criação.
Exposição Semana de 21
Levando o nome de “Semana de 21”, o curador faz uma menção à importância da “Semana de Arte Moderna, de 1922”, mas o real significado é exatamente a comemoração dos 100 anos do casarão e também ao fato de que algumas obras foram feitas em 2021, durante o isolamento social.
“Para compor a exposição, Alberto Simon convidou artistas próximos a ele e que, em sua maioria, residem em São Paulo. Cada um deles retrata em suas obras o contexto pandêmico dentro desse universo da arte contemporânea. O que estamos expondo aqui são artistas únicos, singulares que vivem em seu próprio mundo e traduzem isso em suas artes”, conta Edna Onodera, responsável pelo projeto educativo.
A exposição é gratuita e vai até 24 de outubro, aberta de terça a domingo. Para reservar sua visita, é só acessar o site Eventim e escolher o melhor dia e horário. A permanência no local é de uma hora e há monitores que guiam todo o passeio.
Endereço: Rua Piauí, 874 – Higienópolis, São Paulo
De 10/08 a 24/10
Horários de funcionamento: Terça a domingo das 09h às 18h
Exposição gratuita
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