Quando o chão vira texto
A historiadora e antropóloga Paula Janovitch fala sobre a "gramática dos caminhantes", que pode ser percebida ao se andar a pé pela cidade.
Mapa da Desigualdade mostra que pandemia aumentou as diferenças entre as condições de vida na cidade
Denize Bacoccina
Nos primeiros meses da pandemia, quando o medo e a perplexidade tomaram conta de todos, parecia que estávamos todos no mesmo barco, unidos contra um inimigo comum. No fim do segundo ano da pandemia, é cada vez mais claro que nunca estivemos no mesmo barco, e até a força dos ventos teve intensidade diferente para diferentes grupos.
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Entre os bairros de São Paulo, a diferença é tão grande que nem parece que vivemos na mesma cidade. Parece até que são países diferentes. O tempo de vida e a probabilidade de morte por Covid, por exemplo, dependem muito mais da geografia do que de qualquer ação individual.
O Mapa da Desigualdade 2021, realizado pela Rede Nossa São Paulo, traz dados dos 96 distritos da capital e analisou indicadores do ano passado nos temas população, meio ambiente, mobilidade, direitos humanos, habitação, saúde, educação, cultura, esporte, trabalho e renda e infraestrutura.
Um dos resultados mais chocantes é o tempo médio de vida. No Alto de Pinheiros, as pessoas vivem em média até os 80,9 anos. No outro oposto, na Cidade Tiradentes a idade média é 58,3. Na média, os moradores de São Paulo morrem com 68,2 anos.
Outro indicador da desigualdade diante da pandemia é a proporção de mortes por Covid em cada distrito. Embora pessoas com idade mais avançada tenham sido, de um modo geral, as mais afetadas pela doença, distritos que tiveram maior proporção de mortes pela doença têm população mais jovem.
No distrito de Iguatemi, que tem 48,7% de jovens com menos de 29 anos, 20,8% das mortes no ano passado forma causadas pela Covid. No distrito da Consolação, que tem apenas 23% da população com menos de 29 anos, a participação da Covid no total de mortes foi de 15,5%. Fica claro que o local de moradia é mais importante do que a idade como fator de risco.
As desigualdades começam desde muito cedo. Começam com o acesso à creche e seguem durante toda a vida. O menor tempo de espera por uma vaga na creche é na República, de apenas três dias. Já os moradores de Marsilac precisaram esperar 158 dias para serem atendidos.
Se no ano passado havia alguma ilusão de que a pandemia promoveria maior solidariedade e levaria à construção de uma nova sociedade, as pesquisas sobre desigualdade vêm mostrando que só houve retrocessos. Na saúde, na educação e nas relações sociais, como mostra o enorme contingente de desempregados e desabrigados vivendo nas ruas da maior e mais rica cidade brasileira.
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A historiadora e antropóloga Paula Janovitch fala sobre a "gramática dos caminhantes", que pode ser percebida ao se andar a pé pela cidade.
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