A Vida no Centro

Obelisco do Ibirapuera Fotos: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas
Publicado em:
Tempo de leitura:5 minutos

8 locais para lembrar a história do 9 de julho

Revolução de 1932 é lembrada em prédios, monumentos e endereços de São Paulo. Conheça a história de cada um deles

Durante muitos anos, 9 de julho era sinônimo de uma avenida ligando o Centro de São Paulo à zona sul. Desde 1997, no entanto, é também um feriado no Estado de São Paulo. Mas o que está trás desta data? Foi no dia 9 de julho de 1932 que começou o confronto entre as tropas paulistas e as forças federais, demandando que o presidente Getúlio Vargas convocasse uma assembleia para escrever uma nova Constituição – já que ele havia revogado a anterior quando assumiu o governo que deveria ser provisório, em 1930, e desde então o país não tinha uma Constituição.

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter para ficar por dentro de tudo o que rola no centro

O confronto durou apenas três meses e deixou muitas vítimas. São Paulo acabou ficando sozinho na luta contra as forças federais e foi derrotada nas armas. Mas logo em seguida o governo federal convocou eleições para uma constituinte. A Constituição de 1934 foi a primeira que deu direito de voto às mulheres, seguindo uma tendência que já havia começado na Europa.

A maior parte da luta armada ocorreu no interior do Estado, mas foi na cidade de São Paulo que a revolta foi planejada e onde aconteceram os episódios que detonaram o conflito. Os locais que marcam as datas e personagens desta batalha estão espalhadas pela cidade e podem ser visitados. Conheça alguns:

Obelisco do Ibirapuera Fotos: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas

Obelisco do Ibirapuera Fotos: Rafael Neddermeyer/ Fotos Públicas

Obelisco do Ibirapuera

O Obelisco Mausoléu aos Heróis de 32 foi erguido para celebrar a memória dos que morreram no movimento constitucionalista. Lá estão os restos mortais de 720 combatentes, entre eles o poeta Guilherme de Almeida e de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, mortos no dia 23 de maio de 1932 durante a manifestação em frente ao Partido Popular Paulista, que viraram símbolos da revolução com a sigla MMDC. O obelisco é o maior monumento de São Paulo, com 72 metros de altura. Sua construção foi iniciada em 1947, mas só foi concluída em 1970. Aberto à visitação de terça a domingo, das 10h às 16h. Gratuito.

Avenida 9 de Julho

Ligação entre a região central e a Marginal Pinheiros, passando por baixo da Avenida Paulista, é uma homenagem à data de início da Revolução Constitucionalista de 32. Foi construída durante a gestão do prefeito Prestes Maia, nos anos 1940.

Avenida 23 de Maio

Inaugurada em 1969, é uma das principais avenidas da cidade, ligando o Centro à zona sul. O nome remete à data em que Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo foram mortos durante manifestação na Rua Barão de Itapetininga.

MMDC mapa

Rua MMDC, no Butantã

A rua MMDC, no bairro do Butantã, é uma homenagem aos quatro mortos em 1932 que viraram símbolo do movimento. As ruas próximas têm os nomes do quarteto: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo.

Edifício Ouro para o Bem de São Paulo

Na Rua Álvares Penteado, bem pertinho da Praça da Sé, o edifício foi erguido com o dinheiro que sobrou das joias e alianças doadas pela população para financiar a causa constitucionalista. A campanha Ouro para o Bem de São Paulo foi realizada pela Associação Comercial de São Paulo. Com o fim do confronto armado num tempo menor do que se previa, a Associação Comercial doou o ouro para a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com medo de que o governo Vargas confiscasse os valores.

Edifício Ouro para o Bem de São Paulo

Edifício Ouro para o Bem de São Paulo

O prédio foi projetado no formato da bandeira paulista, ondulada e com os 13 andares representando as listras da bandeira estadual. Do lado esquerdo, o mastro lembra os anéis doados na campanha.

Centro de economia criativa do Sebrae

Centro de economia criativa do Sebrae

Palácio Campos Elíseos

O Palácio Campos Elíseos, sede do Governo do Estado entre 1912 e 1967, tem participação histórica na revolução de 32. Foi lá que houve uma reunião com o interventor do estado Pedro de Toledo na qual ele foi informado sobre o levante armado contra o governo federal. Toledo aderiu ao movimento – sob pressão – e rompeu com o governo Vargas. Foi aclamado no mesmo dia governador do Estado. O prédio, na Avenida Rio Branco, 1289, hoje está cedido ao Sebrae, e pode ser visitado.

NEWSLETTER

Assine nossa newsletter para ficar por dentro de tudo o que rola no centro

Praça do Patriarca

Em 24 de maio de 1932, dia seguinte ao assassinato de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo na Praça da República, um grande comício do movimento constitucionalista contra o governo federal aconteceu na Praça do Patriarca. Durante o comício, um manifesto do coronel Ávila Lins, comandante da II Região Militar, responsável por São Paulo, afirmava que as tropas federais não permitiriam qualquer levante contra o Governo Revolucionário de Getúlio Vargas.

Hospital 9 de Julho

Em 1955 o cirurgião-geral Antônio Ganme, integrante da equipe do famoso cardiologista Euryclides de Jesus Zerbini, compra um pequeno hospital, o Nossa Senhora da Conceição, na rua Peixoto Gomide, e muda seu nome para Hospital 9 de Julho, em homenagem à Revolução de 1932.

Leia também:  FOTOS DO IMS MOSTRAM A TRANSFORMAÇÃO DO CENTRO DE SÃO PAULO DESDE 1860