Igreja Santa Ifigênia: conheça a história da Basílica da Imaculada Conceição
O guia de turismo Laércio Cardoso de Carvalho fala sobre a história da igreja Santa Efigênia, que é oficialmente uma basílica.
A casa como hub de tudo, fortalecimento do senso de comunidade e do comércio local e cidades descentralizadas emergem como tendências
Trabalho híbrido pós-pandemia e outras tendências; baixe aqui o report A Casa e a Cidade
Quando a pandemia de Covid-19 chegou ao Brasil, em março de 2020, deixou milhares de pessoas em casa, transformando profundamente o modo de vida das grandes cidades. O que se seguiu foram meses de intensa transformação no modo de vida urbana, bastante visíveis em uma metrópole como São Paulo. Agora, que a vida fora de casa vem retornando, aos poucos, que mudanças vieram para ficar? Para responder a essa questão, o Núcleo de Inteligência do A Vida no Centro elaborou o report A Casa e a Cidade – impactos da pandemia na vida urbana, tendências e insights.
Uma das principais tendências que vieram pra ficar no pós-pandemia é o trabalho híbrido. Milhares de empresas se viram obrigadas, da noite para o dia, a mandar suas equipes para casa, de onde tiveram que continuam trabalhando, de forma remota.
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Em muitos casos, deu tão certo que as empresas nem pensam em voltar ao sistema anterior, de escritórios abarrotados, cada um no seu computador lado a lado, todos os dia das semana. Alguns adotarão o trabalho remoto de forma permanente, outros terão uma mistura, com alguns dias na sede e outros na casa do funcionário. E isso vale tanto para funções de renda mais alta, como escritórios de advocacia, quanto para outras de menor renda, como equipes de call center.
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E qual será a consequência disso? “Uma parte das pessoas deixará de se deslocar diariamente, nos horários de pico, dos bairros residenciais, para regiões que concentram escritórios, aliviando um pouco o trânsito e, com mais gente nos bairros, começar a desenvolver o comércio local”, diz Denize Bacoccina, uma das diretoras do A Vida no Centro e responsável pelo estudo, junto com Clayton Melo. “O report A Casa e Cidade foi feito o objetivo de colaborar com o maior entendimento sobre o impacto da pandemia nas grandes cidades brasileiras, como São Paulo. Isso porque as transformações verificadas no isolamento estão longe de se esgotar com a reabertura da economia”, afirma Clayton Melo.
Veja também:
Diálogos A Vida no Centro – Festival: futuro das cidades pós-pandemia
Como será a vida nas cidades pós-pandemia
Metodologia
O trabalho, realizado durante três meses, traz uma pesquisa quantitativa, feita em parceria com o Observatório de Turismo e Eventos (OTE) da São Paulo Turismo, por meio de questionário online com 1.521 respondentes; entrevistas em profundidade com dezenas de especialistas e trendsetters das mais variadas áreas e origens – artistas, produtores culturais, poder público e empreendedores, entre outros; desk research e conteúdo especial da plataforma A Vida no Centro.
A descentralização do trabalho, por exemplo, deve provocar mudanças na dinâmica espacial da cidade, com uma maior liberdade de escolha sobre onde morar, por exemplo. E a maior permanência em casa também leva a mudanças no espaço doméstico e no comportamento na interação com ele.
RESUMO DOS PRINCIPAIS INSIGHTS E TENDÊNCIAS
O relatório está estruturado em dois grandes capítulos: no primeiro, procuramos mapear as mudanças e as tendências na vida dentro de casa, enquanto no segundo o foco foi a vida fora de casa. Veja um resumo dos principais insights do estudo.
10 insights e tendências do Report A Casa e a Cidad
1 – Casa, o novo hub
Uma das grandes tendências geradas pela pandemia é a transformação da casa no hub da vida, ou seja, a casa se tornou o lugar de tudo: vida familiar, profissional e social. É o lugar para morar, trabalhar, empreender, se divertir, estudar e se exercitar. É a casa como potência.
2 – Home office híbrido
A experiência de trabalhar em casa agradou trabalhadores e empresas, o que sinaliza que essa modalidade vai se tornar uma realidade permanente para muitas pessoas, em especial com a adoção do modelo híbrido (alguns dias em casa, outros na empresa).
3 – Um novo morar
A consolidação do home office gerou a necessidade de repensar o espaço doméstico. O trabalho remoto demanda uma nova casa, despertando o desejo (mais do que a necessidade) de cuidar do ambiente, adaptar cômodos e tornar os espaços mais acolhedores e também funcionais, de modo que permitam a realização das várias atividades no dia a dia.
4 – Home fitness
A casa também é o local para atividades físicas. Aos poucos, o hábito de se exercitar em casa vai entrando na rotina, abrindo espaço para o surgimento de plataformas que oferecem aulas online, assim como a criação de serviços digitais por grandes redes de academia.
5 – A redescoberta da cozinha
Com os restaurantes fechados – e agora, com as restrições e os riscos– muita gente foi para a cozinha. E gostou. Pesquisa A Vida no Centro/SP Turis mostra que 67% passaram a cozinhar mais em casa, sendo que 7,2% aprenderam a cozinhar neste período. E 76% pretendem continuar comendo em casa mesmo com a reabertura dos restaurantes. Além disso, no setor de alimentação houve uma migração do comércio físico para o online. A pandemia fez o brasileiro perceber que não necessariamente precisa ir a um restaurante para comer bem. Pode cozinhar. Ou pedir comida.
6 – Transformação digital da cultura
“A cultura agora será híbrida”. Essa frase de Hugo Possolo, secretário municipal de Cultura de São Paulo, sintetiza a transformação do setor cultural, que agora experimenta novas linguagens, produtos e sistemas de distribuição pela internet. Um símbolo da transformação digital do setor é “A Arte de Encarar o Medo”, espetáculo online pioneiro lançado pela Cia de Teatro Os Satyros. Criado e encenado remotamente pelo Zoom, o modelo de teatro digital criado em São Paulo foi exportado para uma produção internacional, com artistas de vários continentes. Além disso, várias instituições passaram a promover lives e exibir atrações online, entre elas Itaú Cultural, Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo e Theatro Municipal.
7 – Valorização do local
Uma das mudanças aceleradas pela pandemia é o fortalecimento do local, da vizinhança, o que também deve favorecer o comércio de bairro. Essa tendência, chamada de Local Love por bureaus de pesquisa nacionais e internacionais, já tinha sido mapeada havia alguns anos, mas com a Covid-19 ela vem para o primeiro plano e assim deve permanecer no pós-pandemia.
8 – Senso de comunidade
Passar mais tempo em casa serviu para reconectar as pessoas com o bairro onde moram, incluindo a maior interação entre vizinhos e criação de redes de solidariedade. Esse movimento foi captado, por exemplo, pela pesquisa Viver em São Paulo – Especial Pandemia, realizada pela Rede Nossa São Paulo, Ibope Inteligência e Sesc. Quando perguntados sobre as principais mudanças causadas pela pandemia e pelo isolamento social na relação com o bairro, 46% disseram que passaram a dar mais valor ao comércio e aos prestadores de serviços locais.
9 – Nova relação com o espaço público
O uso dos espaços públicos pelas pessoas já era uma tendência nas grandes metrópoles brasileiras e mundiais antes da pandemia. Com a reabertura gradual das atividades nas cidades, esse desejo de ir para rua continuará forte, mas agora com algumas mudanças. A pesquisa A Vida no Centro/SP Turis indica que as pessoas terão receio de frequentar eventos com grandes aglomerações. Por outro lado, a procura por locais abertos na vizinhança, como parques, praças e locais para caminhar e passear – desde que não reúnam grandes massas de pessoas –, deve ser uma tendência nos próximos meses, o que pode resultar numa maior reivindicação por qualidade do espaço público, como as calçadas.
10 – Cidades policêntricas
Com o home office como um dos vetores de fortalecimento da vizinhança, do senso de comunidade e do comércio de bairro, pode haver um maior desenvolvimento regional na cidade. Para exemplificar, um possível efeito disso é o fortalecimento da economia de bairros que antes só serviam de moradia. Trabalhando em casa, a pessoa fica mais tempo no bairro, consumindo ali, e não no local onde a fica a empresa.
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