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Um rio escondido na Vila Buarque: o Rio Anhanguera, palavra que em tupi quer dizer “diabo velho, antigo, que já foi”
Vera Lucia Dias
O vagar que nos trouxe esse tempo de reclusão permitiu muitas recordações e também que observássemos melhor nossas casas, ruas, bairros, a cidade, o país e o mundo.
Cada passo pode trazer muitos universos de histórias e abrigar projetos futuros.
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Em 2010, vinha chegando o Carnaval e ouvimos dizer que haveria um bloco chamado Peixe Seco circulando pelo bairro do Bixiga, num trajeto que percorreria a Avenida 9 de Julho, onde passa por baixo o riacho Saracura.
Interessante porque “peixe seco” é o significado tupi da palavra Piratininga, nome da aldeia que depois seria denominada Vila de São Paulo dos Campos de Piratininga. Somente em 1711 a cidade teria o nome reduzido para São Paulo.
Em 2017, passando uma tarde pelo bairro central de Vila Buarque, nas ruas Doutor Cesário Mota Junior, nome que homenageia um médico e escritor paulista; e a rua General Jardim, que se refere a outro paulista, militar que demarcou divisas do país, me deparei com um grande congestionamento.
Nesse cruzamento ouvi pessoas protestando de dentro de uma cratera! Caramba. Cantavam uma canção daquele bloco Peixe Seco e usavam palavras de ordem sobre as águas que se apresentavam irregulares, formando um imenso buraco e por outros cantos corriam escondidas. Era a força das águas do córrego Anhanguera, palavra que em tupi quer dizer “diabo velho, antigo, que já foi”.
Dois dias depois estive no mesmo local e havia na parede da esquina uma placa “Anhanguera YYakã”. Yakã significa “cabeceira ou olho d’água, rio”. Daí a denominação ficaria Cabeceira do rio Anhanguera. Fotografei a placa. Na semana seguinte já não se encontrava mais no lugar, alguém retirou.
Interessante observar que o bairro de Vila Buarque, antiga chácara Rêgo Freitas, tem alguns edifícios com denominações indígenas. Entre elas, Itatiba, que significa “lugar de muitas pedras”, Jacobina, que pode ser traduzida como “jazida de cascalhos”, Myatã, “fortaleza, ser forte, brincar”, Itapé “caminho de pedra” ou Araguaia, “rio das araguaias mansas”.
Pouco se sabe sobre as nascentes do córrego Anhanguera que por ali circula. Alguns acreditam que pode ter suas origens na região da Paulista ou nas proximidades da bela casa de Dona Veridiana, onde há um lindo lago. Suas águas seguem por 6 quilômetros, passando pela Praça Rotary, onde fica a biblioteca Monteiro Lobato, corre por baixo da rua Amaral Gurgel e o Minhocão, vai em direção ao Largo do Arouche, que bem poderia abrigar um pequeno lago. Cruza por baixo da Avenida São João, seguindo por perto da rua Ribeiro da Silva, abaixo da Alameda Barão de Limeira, sob os trilhos do trem, pela rua com mesmo nome de Anhanguera até desaguar junto ao córrego Pacaembu, que quer dizer “córrego das pacas” e vai diretamente para o Tietê, o “rio profundo, por excelência”.
Tietê, nosso rio maior, que nasce límpido em Salesópolis e que já abrigou a Federação Paulista de Remo, além de um Clube de Regatas, e conforme o escritor Roberto Pompeu de Toledo conta em seu livro “A Capital da Vertigem – Uma história de São Paulo de 1900 a 1954”, aquele trecho em 1907 chegou a apresentar congestionamento de barcos!
Fontes:
Dicionário Histórico das Palavras Portuguesas de Origem Tupi, Antônio Geraldo da Cunha
Pernambucânia, o que há nos nomes das nossas cidades, Homero Fonseca
Córregos Ocultos: redescobrindo a cidade, Maria João Cavalcanti Ribeiro de Figueiredo
Leia também: IPIRANGA: A AVENIDA FAMOSA E SUA ORIGEM TUPI
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