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Reinventing Cities São Paulo: projeto quer ideias para transformar o Centro

Mercado Kinjo Yamato, praças Alfredo Issa, João Mendes e Clóvis Beviláqua são os espaços escolhidos para o concurso internacional

A Prefeitura de São Paulo lançou um concurso internacional para apresentação de projetos para transformação de quatro espaços do centro de São Paulo: Mercado Kinjo Yamato/Boulevard Prestes Maia, Praça Alfredo Issa, Praça Dr. João Mendes e Praça Clóvis Beviláqua.

O concurso é parte do projeto “Reinventing Cities São Paulo”, fruto de uma parceria entre  a SP Urbanismo e a rede global de cidades C40 Cities, que reúne grandes cidades do mundo comprometidas com ações para combater o aquecimento global e as mudanças climáticas.

Para atender aos objetivos da rede C40 Cities, as propostas devem transformar espaços residuais do sistema viário subutilizados em áreas de estar e lazer mais convidativas à circulação de pedestres e ao uso de meios de transporte não poluentes, como bicicletas.

São espaços que foram criados no século passado, quando a prioridade da cidade era o tráfego de veículos. Agora, a ideia é adaptar esses espaços ao novo modo de viver em São Paulo, com maior ênfase ao pedestre e à convivência nos espaços púbicos.

A competição é voltada a arquitetos, urbanistas e escritórios de arquitetura e urbanismo de todo o mundo e era uma demanda antiga dos profissionais do setor, que reclamavam dos projetos feitos pelo poder público sem que eles tivessem a oportunidade de apresentar suas propostas. Em outras épocas, era comum que grandes obras fossem escolhidas por meio de concurso internacionais e vários ícones arquitetônicos da cidade foram projetados desta maneira.

As inscrições ficam abertas até 20 de setembro e o formulário está disponível no site da rede C40. E os documentos estão disponíveis no site do e-negócios.

Os três primeiros colocados serão premiados. O primeiro ganha R$ 100 mil e a possibilidade de contratação para elaborar projeto executivo (com valor fixado em R$ 300 mil), o segundo recebe R$ 30 mil e o terceiro ganha R$ 20 mil.

Área 1: Mercado Kinjo Yamato / Boulevard Prestes Maia

Está dividida em dois perímetros: Área 1A (Mercado Kinjo Yamato) e Área 1B (Boulevard Prestes Maia).

A Área 1A está situada ao longo das avenidas Mercúrio e Senador Queirós, próxima a equipamentos públicos como o Mercado Municipal de São Paulo e o Mercado da Cantareira e a vias de comércio especializado, como as ruas 25 de Março, Santa Rosa e Paula Souza.

Atualmente, o local tem vários estacionamentos e espaços ociosos utilizados para descarte irregular de lixo.

A Área 1B está localizada no eixo da Avenida Prestes Maia, via que conecta a zona norte à zona sul. O local tem tráfego intenso de veículos, mas baixa circulação de pedestres, apesar das calçadas largas.

Área 2: Praça Alfredo Issa

A Praça Alfredo Issa fica na intersecção das Avenidas Senador Queirós, Cásper Líbero e Ipiranga,  e recebe um grande fluxo de pedestres por causa da proximidade com a Estação Luz, Rua Santa Ifigênia e ETEC Santa Ifigênia.

Hoje ela é caracterizada por conflitos viários, com altos índices de acidentes de trânsito, especialmente envolvendo pedestres e ciclistas. Ao mesmo tempo, a Praça Alfredo Issa é um dos raros espaços de permanência da região, equipado com academia para a terceira idade e playground.

Área 3: Praça Dr. João Mendes

A Praça Dr. João Mendes localiza-se entre o Centro Histórico e a Liberdade. E tem em seu entorno edifícios emblemáticos da cidade, como a Catedral Metropolitana, Palácio da Justiça, Igreja de São Gonçalo e o Fórum Dr. João Mendes Jr., além de comércios especializados em livros usados, produtos naturais (na Praça da Sé) e essências (nas ruas Anita Garibaldi e Tabatinguera).

Atualmente, a área é usada apenas como local de passagem, com intenso fluxo de veículos e sem espaços para permanência de pedestres. O cenário desvaloriza os bens tombados do perímetro.

Área 4: Praça Clóvis Beviláqua

A Praça Clóvis Beviláqua compõe, junto com a Praça da Sé, uma expressiva área verde do centro de São Paulo. A Igreja da Ordem Terceira do Carmo, Poupatempo da Sé, Estação Sé e o SESC Carmo são alguns equipamentos presentes no seu entorno.

O local apresenta, hoje, muitas barreiras para circulação de pedestres, que é intensa. Ele é usado apenas para passagem, pois inexistem espaços de permanência. Por sua vez, o tráfego de veículos na região é intenso.