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Instalada dentro do Drosophyla, a São Paulo Urban Distillery produz o gin premim Jardim Botânico no antigo banheiro do casarão tombado
Casarão do Centro abriga a primeira destilaria urbana da cidade, a São Paulo Urban Distillery
Denize Bacoccina
É sem dúvida inusitado o local de produção do gin Jardim Botânico, o novo gin premium brasileiro, produzido pela São Paulo Urban Distillery (SPUD) dentro do banheiro de um casarão dos anos 1920. O casarão, por sua vez, já abriga desde 2015 o Drosophyla bar, cuja história já contamos nesta matéria aqui.
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Todo de azulejos, o local se revelou perfeito para o novo uso, com a instalação de um alambique de cobre feito à mão, com capacidade para produzir 60 litros do gin Jardim Botânico. Fica no andar superior, bem ao lado de um bar no estilo speakeasy, por sua vez instalado no que era, originalmente, o closet (provavelmente na época chamado de quarto de vestir) do quarto principal na época em que o casarão ainda era uma residência. Tudo num espaço de 50 metros quadrados.
Como o imóvel é tombado – e já foi lindamente restaurado em 2015 para a instalação do Drosophyla – todo o projeto teve que ser aprovado pelos órgãos de proteção do patrimônio histórico, além dos alvarás da Prefeitura e dos Bombeiros. E assim ficou instalada a primeira destilaria urbana de São Paulo, em plena Nestor Pestana, a menos de dois quilômetros da Praça da Sé e bem no meio da cena gastronômica nas imediações do Copan.
“Tem coisas incríveis no Centro e tem coisas que ainda não maturaram, mas o Drosophyla tem o equilíbrio perfeito: uma casa tombada numa rua que tem várias boates. Não posso imaginar até hoje um lugar melhor para este projeto”, diz Nick Johnston, um dos sócios, sobre a escolha do Centro para instalar a microdestilaria.
A motivação? Um gin para consumo próprio
Dos cinco sócios, quatro são estrangeiros, mas todos vivem em São Paulo há mais de dez anos. Além de Nick, que é escocês, empresário e sócio de outros negócios, como a Baccio de Latte, na República, os demais sócios da São Paulo Urban Distillery são: Isaac Sinclair, perfumista neozelandês, trabalha no Brasil há 11 anos; Philippe Roques, francês, também perfumista, no Brasil há mais de 10 anos; Robert Adair, inglês, é homeopata e chef e vive no Brasil há 13 anos. E Lilian Varella, a única brasileira, a dona do Drosophyla, que antes do atual casarão na Rua Nestor Pestana já esteve em outro imóvel histórico no Baixo Augusta e, antes de São Paulo, já fazia história em Belo Horizonte. “No mundo nunca tinha visto um gin feito por um perfumista. O nosso tem dois”, destaca Nick. “Perfume e gin têm muitas coisas em comum.”
O Projeto Swordfish (batizado assim porque a primeira conversa, entre Nick e Isaac, ocorreu quando eles estavam no Drosophyla, sentados embaixo de um peixe espada empalhado pendurado na parede) começou há três anos, quando eles lamentavam que o dólar muito alto tornava o gin importado caríssimo no Brasil, numa época em que as opções nacionais de qualidade ainda não eram muitas. Inspirados por uma destilaria de Londres, a Spismith, tiveram então a ideia de produzir a própria bebida. E, já que eram amigos dos donos do Drosophyla, e frequentavam o local, porque não instalar ali o alambique.
E assim nasceu o alambique no banheiro
Ao contrário de alambiques de cana-de-açúcar, destilarias de gin ocupam pouco espaço, porque a produção começa com um álcool já pronto. No caso do Jardim Botânico, álcool de cana orgânica, que é purificado antes da adição dos botânicos – as especiarias que vão dar sabor e tornar a bebida única. A inclusão de zimbro, uma semente preta, que parece um grão de pimenta do reino, é obrigatória para que a bebida seja considerada gin. E os demais dependem da criatividade.
No caso do Jardim Botânico, elaborado por um grupo que inclui dois perfumistas, o resultado é um gin aromático e de sabor suave, que também pode ser degustado puro. Ao todo são 17 botânicos, entre eles o pau-rosa, uma planta amazônica que também foi usada na composição do clássico Channel nº 5, um dos perfumes mais conhecidos do mundo.
Desde a primeira conversa no sofá do Drosophyla, foram mais de dois anos procurando fornecedores e desenhando tudo de forma artesanal e exclusiva, da garrafa que lembra um vidro de perfume dos anos 1920, feita à mão, ao rótulo, impressa em letterpress, em alto relevo, ambos com elementos que homenageiam São Paulo, como o hexágono inspirado no Marco Zero da Praça da Sé e ícones arquitetônicos como o Copan, a Catedral da Sé e o Altino Arantes. E a arara azul representa o pássaro que faz a coleta dos botânicos. “A nossa arara vive na selva de cimento”, brinca Nick.
Tudo ficou pronto no primeiro trimestre deste ano e o grupo estava pronto para lançar o Jardim Botânico quando veio a pandemia, a quarentena, o fechamento dos bares e os consumidores tiveram que esperar até outubro para saborear a bebida. O bar, decorado em estilo Art Déco, tem capacidade para 18 lugares, mas no momento só pode abrigar oito de cada vez, para manter o isolamento.
Para quem não conseguir um dos oitos lugares, no balcão ou nas mesinhas, resta a opção de degustar os novos drinques também na parte de baixo. Aliás, o Drosophyla reabre nesta quinta-feira, dia 22 de outubro, e vai funcionar de quinta a sábado, das 18h às 22h.
Serviço:
Drosophyla bar – Rua Nestor Pestana, 163 – Consolação
Telefone: (11) 98588-1172
Leia também: DROSOPHYLA: COMO A EMPRESÁRIA LILIAN VARELLA TRANSFORMOU UMA CASA EM RUÍNAS NUM BAR BADALADO NO CENTRO DE SÃO PAULO
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