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SPTW: Como a inovação aberta pode acelerar as soluções de impacto social nas cidades

Em parceria com A Vida no Centro, série SPTW traz reportagens sobre inovação e empreendedorismo durante a São Paulo Tech Week

A inovação aberta, conceito criado na década de 2000 por um professor e pesquisador de Harvard chamado Henry Chesbrough, há muito circula nas rodas de conversas de empreendedores de startups. Em resumo, essa ideia significa promover a inovação de maneira mais diversa e colaborativa, com o envolvimento de pessoas que estão fora da empresa, como clientes, fornecedores, acadêmicos e outras empresas e startups. É um modo mais criativo, rápido e eficaz de inovar.

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Esse método é muito utilizado pelas startups, mas a maioria das grandes empresas, por uma questão cultural, costuma ser mais resistente a compartilhar seus planos e projetos com terceiros. A pandemia, no entanto, está ajudando a mudar esse cenário. Como o novo coronavírus obrigou empresas de diversos setores a reinventar seus negócios, a inovação aberta agora começa a ganhar mais espaço no mercado. E esse movimento pode beneficiar as startups, que precisam do apoio de grandes empresas para levar adiante seus projetos e soluções de impacto social nas cidades.

Esse é um dos temas que serão discutidos na São Paulo Tech Week, maior evento de inovação e empreendedorismo do País. Organizado pela Prefeitura de São Paulo por meio São Paulo Negócios, o evento será online pela primeira vez, em função da pandemia, e terá debates estruturados a partir de mais de 50 temas relacionados à inovação. A SPTW será realizada entre 12 e 18 de dezembro.

“Eu já vi muitas dificuldades e barreiras provocadas pela cultura de grandes empresas de preferirem guardar suas ideias como um grande segredo”, diz Maria Carolina Clemente, curadora da São Paulo Tech Week (SPTW) em Social Tech. A pandemia acelerou uma mudança nesse processo, observa a curadora. Empresas que não se viam interagindo com startups ou com outras empresas, que não compartilhavam seu conhecimento, agora veem uma oportunidade para gerar inovação ao lado dos empreendedores. “Elas entenderam que, se continuassem com aquela mentalidade, seus negócios não sobreviveriam a esse momento em que tudo tem acontecido muito rápido.”

Num ano de crise, a inovação aberta se tornou a chave para as empresas inovarem de modo colaborativo e diverso, em alguns casos até mesmo com a mudança de propósitos. “Porque, como tudo hoje é centrado nas pessoas, as empresas entenderam a relevância de gerar valor para a sociedade por meio do que elas fazem.”

É possível observar uma movimentação nessa direção, por exemplo, em programas de inovação iniciados por Magazine Luiza, Ambev, Nestlé e Via Varejo, entre outras companhias.

Com a aceleração provocada pela pandemia neste ano, a tendência é uma maior disposição das empresas para testar soluções inovadoras e diferentes – e com impacto social. “Percebo uma maior inclinação para novas experiências. Há ainda um movimento muito bacana por conta de conexões mais diversas, não só de gênero, mas de formações, idade e etnias, o que faz o ambiente ser propício para a inovação dentro das empresas”, diz Regina Acutu, CEO e cofundadora da Verifact Tecnologia, mestranda na área de inovação e tecnologia e docente de pós-graduação pela PUC-PR.

De acordo com Priscilla Veras, empreendedora de impacto e CEO da Muda Meu Mundo, os consumidores hoje valorizam as empresas que são comprometidas com causas sociais. Com a proposta de atuar como um negócio de impacto socioambiental, a startup é uma plataforma que promove a capacitação em agricultura sustentável e a abertura de mercados de escoamento justo para os agricultores.

A empresa é, em sua essência, o que a inovação aberta em negócios de impacto se propõe: com base tecnológica alcançando famílias de agricultores, levando ao varejo toda uma experiência baseada na sustentabilidade. “A empresa precisa causar impacto no mundo, o cliente está exigindo isso. Se ela não agir assim, vai perder consumidor”, diz Priscilla.

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