Igreja Santa Ifigênia: conheça a história da Basílica da Imaculada Conceição
O guia de turismo Laércio Cardoso de Carvalha a história da igreja Santa Efigênia, que é oficialmente uma basílica.
Vera Lucia Dias escreve sobre as memórias e os significados que o nome de um prédio pode carregar – e por que um olhar atento para os edifícios pode dizer nos ensinar muito sobre a história de um local, sua formação étnica e sua cultura
Vera Lucia Dias
São Paulo, cidade gigante em território e moradores. Cada povo com sua cultura influenciando a formação da metrópole. Dos indígenas, africanos, asiáticos, orientais aos europeus ou gente de todas as partes do país: são muitas origens formando paulistanos. Um detalhe quase despercebido pode determinar olhares atentos para o patrimônio. É o nome do edifício. Nem sempre à mostra e quase nunca lembrado na correria dos transeuntes que buscam um lugar através do número. Esse número determina mais facilmente a distância a percorrer.
Nos anos 1920, quando o Edifício Martinelli veio surpreender com seu tamanho, ainda o título imperava. Os nomes que passaram por tragédias marcaram, mas outros se destacam pelo charme como o Copan ou o Itália, e são sempre lembrados. Na selva de pedra do século XXI a placa vai apenas lembrar algo diferente, histórico, peculiar ou comum de uma denominação no espaço urbano densamente ocupado.
São memórias de fatos e povos e por vezes mesmo sem saber o significado o olhar marca e fortalece o espaço. Imobiliárias e construtoras buscam dar identidade ao negócio, dar uma marca nomeando pessoas, lugares e por vezes pesquisam o entorno. Essa toponímia, ou nome de lugares, é rica em possibilidades de pesquisas. Talvez possam revelar mais sobre o viver dos locais.
“A formação etno-histórica do Brasil acusa a existência de estratos populacionais diversos como os ameríndios, distribuídos em vários troncos e famílias, os portugueses, os africanos e os demais de procedência estrangeira”, disse a linguista Maria Vicentina de Paula A. Dick. Denominações muitos utilizadas são os santos da igreja católica, títulos da nobreza, de flores, pessoas, lugares.
“Antes das cidades, porém, antes mesmo das aldeias que lhes precederam, sentia o bicho homem a imperiosa vontade de dar nomes aos seres e às coisas”, diz o jornalista Homero Fonseca.
Em geral a maioria das palavras indígenas vem da família tupi-guarani devido ao primeiro contato desses povos com os que chegavam pelo litoral.
Refletindo: então hoje nas cidades será que as florestas não querem dizer algo? Que possamos perceber e tentar compreender.
Dando uma volta pela região central de São Paulo, notamos algumas dessas denominações.
Anhangabaú – “anhanga-y” bebedouro dos demônios, rio dos malefícios. Ou “ambaú”, figueira brava (prédio no Centro Histórico).
Barueri – “bariry”, “mbaé-riry” – corredeira, flor vermelha que encanta, barranco (prédio na Bela Vista).
Bocaiuva – “bocayayba” – palmeira, ou árvore da macaba (prédio no Centro Histórico).
Ibaté – “y-bate” – pico, cume (prédio na Consolação).
Iguaçu – ou iguassu, “y-guassu” – rio grande (prédio na Bela Vista).
Itacolomy – “itacumirim” – serra bipartida, duas rochas (prédio no Centro Histórico).
Mantiqueira – “amantiqueira” – chuva que goteja (prédio na Bela Vista).
Urupês – cogumelo (prédio na Bela Vista).
Vera Lucia Dias é guia da cidade e turismóloga. Pode ser encontrada no e-mail vera@passeiopaulistano.com ou pelo site Passeio Paulistano.
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