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O doutor em urbanismo Mauro Calliari escreve sobre os prováveis impactos em algumas frentes da vida urbana, como mobilidade, espaço público, questões sociais e sustentabilidade
A pedido do A Vida do Centro, que está publicando uma série de artigos e reportagens sobre o futuro pós-pandemia, Mauro Calliari, administrador de empresas, doutor em ubanismo e autor do blog Caminhadas Urbanas, no Estadão, analisa os impactos e possíveis mudanças na cidade provocadas pelo coronavírus.
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Por Mauro Calliari
É cedo para dizer o que vai mudar depois da pandemia do novo coronavírus. Estamos no momento em que as mortes avançam, e o poder público claudica tanto em atender aos doentes como em estabelecer premissas para o futuro. O convite do pessoal do A Vida no Centro, porém, pode ser uma boa oportunidade de começarmos a pensar em cenários a partir de parâmetros.
Estabelecida a limitação deste raciocínio, no entanto, talvez seja possível já vislumbrar alguns cenários a partir de perspectivas de curto prazo, muito mais incerto e outra de longo prazo, supondo que a pandemia seja de fato superada e que as pessoas possam se encontrar de novo com a existência de uma vacina ou de uma grande imunização em massa.
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No curto prazo, existem impactos bastante prováveis em algumas frentes da vida urbana:
Em relação à mobilidade, existe uma probabilidade grande de as pessoas fugirem do transporte público em nome da segurança pessoal e buscarem abrigo no transporte individual. Isso pode ocasionar o retrocesso muito grande no equilíbrio da cidade multimodal. Como sabemos, o equilíbrio da mobilidade em São Paulo é muito frágil. Há uma parcela de aproximadamente um terço das pessoas que se movimenta através do automóvel, um terço em transporte público e um terço a pé, grosso modo, sem contar os deslocamentos a pé entre os transportes.
Ora, nós já estávamos numa situação de estresse antes da pandemia, com deslocamentos longuíssimos, congestionamentos e baixa qualidade no transporte, além das dificuldades do caminhar. Se esse precário equilíbrio for rompido, com a volta de carros que estavam parados, as grandes cidades vão parar, São Paulo principalmente.
Assim, é de se esperar que a cidade consiga enxergar um problema que está sempre abaixo dos radares: a qualidade no transporte público. Se a linha vermelha do metrô já era uma das mais cheias do mundo, o problema não é a pandemia, é a falta de planos de médio prazo para resolver isso. A mesma coisa em relação ao andar a pé. Hoje, em plena pandemia, há muitas cidades ao redor do mundo que estão se preparando para aumentar as áreas de ciclovias, mas principalmente de pedestres, diante da nova necessidade de manter distância, como Milão ou Nova York, por exemplo. Se isso se confirmar, temos aí uma boa base para alguns avanços mais perenes na infraestrutura. Em São Paulo poderíamos, de fato, usar essa intenção para aumentar calçadas e melhorar a caminhabilidade, principalmente nas periferias da cidade.
Com relação ao espaço público, a volta à vida pública estará certamente carregada de uma enorme contradição: se de um lado vai haver o desejo quase torrencial de reencontrar as outras pessoas, de outro a necessidade de evitar o contágio certamente vai mexer com os pequenos hábitos. Assim, viveremos a contradição de querer abraçar os amigos, encontrar a família, voltar às ruas e, ao mesmo tempo, usaremos máscara compulsoriamente e passaremos a evitar o contato físico. Imagino que até nosso cumprimento mais habitual, do aperto de mão, vai passar a ser proscrito. Dar beijinho para cumprimentar, então, nem pensar!
Essa tendência deverá ser completada por uma transformação enorme no uso de tecnologias de transmissão de dados e teleconferências que estão crescendo com a crise. Certamente haverá mais gente disposta a desistir de um deslocamento presencial para trabalhar, fazer reuniões e negociar a partir de casa. Isso deve causar uma tremenda mudança nos hábitos de mobilidade e de uso da cidade.
No curto prazo, deveremos também ver um impacto muito provável no setor de comércio e serviços. É muito possível que o comércio eletrônico e os serviços de delivery redesenhem completamente a presença de lojas, cabeleireiros, restaurantes, bares, barbeiros, papelarias e dezenas de outros negócios que dependem da demanda física das pessoas. O lado perverso de sua diminuição é que a vida urbana depende muito da presença desse tipo de comércio, especialmente os pequenos, que cuidam da rua, ajudam na limpeza, na segurança e na manutenção da urbanidade, que é, no fundo, uma das razões de existir da própria cidade, como lugar de encontro e de trocas.
No longo prazo, supondo alguma volta à normalidade, acho muito difícil que tenhamos mudanças radicais tanto no desenho da cidade como os conceitos que influenciam seu desenvolvimento.
Há muita gente falando sobre as possíveis mudanças de comportamento das pessoas que, confrontadas com um problema maior, que atinge a todos, estariam predispostas a considerar o bem-comum em suas próximas ações. Gostaria que assim fosse, mas duvido. A nossa capacidade de esquecer as lições e seguir em frente é ilimitada.
Mesmo assim, se de um ponto de vista individual é difícil prever mudanças tão radicais de comportamento, gostaria de pensar que há espaço para mudanças institucionais que poderiam trazer frutos no médio prazo em relação a problemas que ficam evidentes durante a pandemia, mas que já estavam claros antes dela.
Um deles é a redução da desigualdade. Está claro – e ficou claríssimo durante a crise – que o ambiente urbano tem duas realidades, a da cidade formal e a da cidade informal. A dos que trabalham com informações e podem ficar em casa e a dos que trabalham em serviços que não permitem home office (para não mencionar os que perderam ou perderão o emprego e vão depender de uma rede de proteção frágil e que, em plena pandemia, obriga pessoas a ficarem 5 horas em uma fila para sacar os 600 reais, como aconteceu ontem em várias capitais).
Outro problema é a preocupação com o meio ambiente, tanto num plano nacional como aqui na cidade. Todos constatamos o fato inesperado de podermos ver o azul do céu em São Paulo graças à redução da atividade econômica e a consequente poluição atmosférica. Também estamos vendo como é bom estar numa cidade com menos poluição sonora, possibilitada pela redução do trânsito de carros, ônibus e até aviões.
Acelerar a eletrificação da rede de ônibus, buscar a redução da emissão da frota de automóveis e motocicletas, incentivar a estrutura da mobilidade a pé. Como manter esses assuntos na pauta pós-pandemia, diante do provável desequilíbrio financeiro do estado e da falta de emprego?
A complexidade de lidar com temas urgentes enquanto os temas essenciais continuam na pauta é um desafio enorme para um país que tem dificuldade com temas complexos.
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