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Vera Lucia Dias
Em vários países europeus, na época do Império, títulos de nobreza concedidas nos reinados seguiam a seguinte ordem logo após o Rei: Arquiduque, Duque, Marquês, Conde, Visconde e Barão.
No Brasil, única monarquia instalada nas Américas em meio às repúblicas, o que recebeu maior relevância foi o Duque de Caxias e na sequência muitos títulos de marquês, conde, visconde e barão. Abordaremos dois deles.
O Marquês de Itu era Antonio de Aguiar Barros, nascido em Itu, filho do Barão de Itu. Casou-se com Antônia Aguiar de Barros, filha do Barão de Piracicaba. Foi deputado e vice-presidente da Província de São Paulo por duas vezes. Em 1880 recebeu o título de Visconde de Itu, no ano seguinte o de Conde e em 1887, o de Marquês. Contribuiu com doação de área e dinheiro para a construção da Santa Casa. A região desse hospital era formada pela Chácara Rego Freitas, de Antonio Pinto do Rego Freitas. Seus herdeiros venderam as terras para o empresário Manuel Buarque de Holanda, dando origem ao atual bairro da Vila Buarque.
Marquês de Paranaguá, nome de Francisco Vilela Barbosa, natural do Rio de Janeiro, recebeu comendas de Visconde e Marquês. Bacharel em matemática pela Universidade de Coimbra, foi deputado a partir de 1821 junto às Cortes Portuguesas e encarregado de obter em Portugal o reconhecimento da Independência do Brasil em 1825, além de ser um dos redatores da constituição do Império. Foi Ministro da Guerra por sete vezes.
As duas vias que receberam essas denominações estão localizadas no bairro da Consolação. A Rua Marquês de Itu antes seguia até a Rua Dona Veridiana. Desde 1913 chega à Rua Martin Francisco. Hoje segue bem rente ao muro da Santa Casa, vinda das proximidades da Praça da República, passando por baixo do Elevado João Goulart (Minhocão) e a uma quadra da Praça Rotary, onde fica a Biblioteca Monteiro Lobato.
A Rua Marquês de Paranaguá segue da Rua Frei Caneca, cruza a Rua Augusta, bem ao lado do Parque Bruno Covas ou Augusta, finalizando na Rua da Consolação.
Em tupi a palavra Itu significa “cachoeira ou salto” e Paranaguá quer dizer “enseada do mar ou baía”.
Refletindo sobre o tema, logo deparamos com o momento histórico, logo após a Independência do país, onde para defender a separação de Portugal, tupinizar nomes seria um formato de diferenciar as duas nações.
O simbolismo desse período passa por uma classe social de poderes, e resta saber como ficaram os povos indígenas, donos da história.
Mesmo hoje, observando palavras que designam empresas, bancos, comércio ou denominações de ruas, pouco sabemos sobre seus significados ou suas intenções.
Momento de nacionalismo? Momento de apropriação? Cabe observar, refletir e dialogar. Os povos indígenas que primeiro receberam contato de europeus habitavam territórios com proximidades da costa litorânea. Sendo falantes do tronco linguístico tupi, denominavam a geografia do lugar, os alimentos, sentimentos e um modo de viver. Para eles era a Terra dos Papagaios, a “Pindoretama” depois conhecida como “Pindorama” e com muitos exemplares de “ibirapitanga”, o pau rosado ou pau-brasil.
Na carta de Caminha em 1500 consta: “Eles não lavram, nem criam. Não há aqui boi, nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem galinha, nem qualquer outra alimária … Comem inhame que aqui há muito e dessas sementes e frutos que a terra e as árvores lançam. E com isto andam tão rijos que não o somos nós com quanto trigo e legumes comemos”.
Fontes:
Wikipédia
Mundovestibulares.com.br
Superinteressante superabril.com.br
Dicionário Tupi Antigo. Eduardo de Almeida Navarro
O Tupi em São Paulo. Vera Lucia Dias
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