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Exposição na Chácara Lane tem fotos históricas que mostram a importância do Viaduto do Chá para a expansão de São Paulo
A construção do Viaduto do Chá, no fim do século 19, foi um marco para São Paulo. Foi o momento em que a cidade deixou o pequeno espaço que ocupava, no que hoje é chamado de Centro Histórico, transpôs o obstáculo representado pelo Vale do Anhangabaú e começou a crescer para o outro lado do vale, onde fica o Theatro Municipal e a Praça da República.
Uma exposição na Chácara Lane, na Rua da Consolação, celebra 130 anos deste marco do urbanismo. Chá, um viaduto, é fruto de extensa pesquisa da curadora e historiadora da arte Ana Paula Nascimento.
A mostra traz 45 peças pertencentes ao acervo do Museu da Cidade de São Paulo e de outras instituições de memória, dentre elas as bibliotecas da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e da Escola Politécnica (EP) da Universidade de São Paulo, além do Instituto Moreira Salles (IMS) e do Arquivo Histórico Municipal de São Paulo.
Entre as obras estão a reprodução de uma perspectiva de Flávio de Carvalho para o concurso de 1934, assim como as de Elisário Bahiana e Rino Levi, e registros do viaduto efetuados por grandes nomes da fotografia brasileira, como Marc Ferrez, Benedito Junqueira Duarte, Marcel Gautherot, Alice Brill e Juca Martins.
“O grande propósito é mostrar o viaduto muito além de um lugar de passagem”, diz a curadora. “A exposição recupera a cronologia e contextualiza a relevância do Viaduto do Chá, trazendo informações que vão desde a inauguração do primeiro viaduto, feita em metal, até as interferências artísticas levadas a cabo no espaço em dias atuais”, afirma.
A história do Viaduto do Chá
Tema de música e cenário de novela, o Viaduto do Chá é um dos grandes marcos da arquitetura paulista. A primeira estrutura, feita em treliça metálica, foi idealizada pelo litógrafo francês Jules Martin e oficialmente inaugurada em 6 de novembro de 1892 – sendo contemporânea à celebrada Torre Eiffel, construída em Paris em 1889 com o mesmo material.
Trata-se do primeiro viaduto construído na capital paulista, ligando a colina do Triângulo Histórico ao então “Centro Novo”. Seu nome faz referência ao Morro do Chá, localizado na encosta da atual Rua Xavier de Toledo e às plantações de chá que existiam naquele período no Vale do Anhangabaú. Sua instalação suscitou o embelezamento da região, sendo criado o Parque Anhangabaú, concluído no final da década de 1910, ao lado dos edifícios de fachadas europeias.
Veja fotos:
Com o aumento do trânsito, congestionamentos e forte urbanização do centro de São Paulo, a estrutura passou a dar sinais de fadiga. Para substituí-lo, a Prefeitura instituiu durante a década de 1930 um concurso para a construção de outro viaduto no mesmo local. Levou a proposta do arquiteto carioca Elisário Bahiana, responsável também por projetar, em uma das cabeceiras do Viaduto, o edifício que por muitos anos abrigou o Mappin.
Em 18 de abril 1938 o novo viaduto foi inaugurado ao lado do antigo, construção esta em concreto armado, com quase o dobro da largura. No dia, a estrutura metálica começou a ser desmontada.
“O Chá é testemunha e parte ativa da transformação da região do Vale do Anhangabaú de quintal a centro simbólico, convertido em principal cartão-postal da cidade ao menos até meado do século 20”, diz a curadora. “É nesta área que por um período ocorre a maior travessia de pedestres da urbe. Mas, além das aglomerações e do trânsito intenso, ele presenciou e presencia comemorações, espetáculos, práticas comerciais, manifestações artísticas, atos cívicos e ações solitárias”, conclui.
SERVIÇO
Exposição: Chá, um viaduto
Data: até 28/06/2023
Horário: de terça-feira a domingo, das 9h às 17h
Local: Chácara Lane – Rua da Consolação, 1024, Centro – São Paulo/SP
Gratuito
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