Uma história de fantasma do (centenário) Prédio dos Correios
Thiago de Souza conta uma história de fantasma que circula entre os funcionários do centenário prédio dos Correios
Thiago de Souza
O seu vizinho – o Theatro Municipal – é muito mais celebrado. Mas a importância artística e cultural da casa de artes não diminui o centenário Prédio dos Correios.
Principalmente quando o assunto é o sobrenatural.
Antes de ser histórico, o imponente edifício, estabelecido na praça Pedro Lessa, teve a sua pedra fundamental fincada no chão que sustentou um hospital militar e o mercado São João.
A sua construção marcou os cem anos de independência do Brasil. E mais do que uma homenagem ao centenário da independência, o Palácio exibe uma interessante vocação de São Paulo.
Aquela que faz da metrópole o mais destacado ponto de trânsito de mensagens.
Às vezes, entre o mundo dos vivos e dos mortos.
O Palácio dos Correios, templo da memória da cidade, guarda em suas largas paredes e em seus amplos espaços as mensagens e imagens que se mantêm perenes nas centenárias câmaras.
E elas fica por lá… sem pressa, à espera do momento certo para serem ouvidas, vistas e lembradas.
A aparente morosidade da cena não traduz os ecos das inúmeras lembranças que tornam o ar rarefeito e o espanto abundante.
E foi assim que, no último andar, em uma manhã comum de um dia de expediente qualquer, houve um fato assustador.
A líder da manutenção tinha sobre os seus ombros a responsabilidade de manter o lugar limpo e em ordem. Antes mesmo das portas do Palácio abrirem tudo deveria estar pronto.
Ao acessar o andar pelo qual decidiu iniciar a sua jornada, repousou sua vassoura na parede ao lado das escadas e iniciou suas tarefas. Escutou algo que parecia uma gargalhada.
Paralisou imediatamente o movimento e se virou para trás. Viu o vulto de algo que se assemelhava a uma criança correndo. A sombra subiu um lance da escada.
Ela persegue a suposta criança, munida de sua vassoura e de muitas dúvidas.
No espaço entre os andares, reencontra a o vulto.
Era, de fato, uma criança o que que tinha visto correndo.
Mas a criança não estava sozinha. Outras crianças brincavam entre os andares.
Ela pergunta o que estão fazendo ali.
Mas é ignorada.
Em um descuido, lhe escapa das mãos a vassoura.
O estrondo da queda marcada pelo choque da madeira no piso, desperta a atenção das crianças.
As crianças correm para dentro da parede e desaparecem no primeiro contato com o que deveria ser um obstáculo – ao menos para os vivos.
A tradição oral faz as vezes de carta e leva para todos os colaboradores da empresa a história, selando mais um relato sobrenatural do centenário Palácio.
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