A Vida no Centro

Blog da Denize Bacoccina

Denize Bacoccina é jornalista e especialista em Relações Internacionais. Foi repórter e editora de Economia e correspondente em Londres e Washington. Cofundadora do projeto A Vida no Centro, mora no Centro de São Paulo. Aqui é o espaço para discutir a cidade e como vivemos nela.

7 motivos para pular o Carnaval no Centro de São Paulo

Agora que o Carnaval tomou conta das ruas de São Paulo pra valer, a gente conta porque o Centro é melhor lugar da cidade pra aproveitar a folia

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Já deu pra perceber que o Centro é o lugar do Carnaval de rua em São Paulo, né? Dos 491 blocos registrados pela Prefeitura, nada menos do que 125 saem pelas ruas do Centro. Em termos de público, o número pode ser bem maior, já que aqui estão alguns dos maiores blocos. E que que crescem de forma fenomenal, como mostra o público de 1 milhão de pessoas do Baixo Augusta, no dia 4, o dobro do ano passado. É claro que tem Carnaval legal em outros lugares da cidade também – assim como em outras cidades do Brasil, claro – mas a gente acha que o Carnaval no Centro de São Paulo tem algumas características especiais. Aqui as razões:

De metrô é mais fácil

De metrô é mais fácil

Facilidade para se locomover a pé

Todos os blocos da região central estão próximos de alguma estação de metrô ou de trem –  Sé, República, Santa Cecília, Luz, São Bento, Liberdade. Quem não tem metrô perto de casa pode ir de ônibus ou táxi até a estação do bairro e de lá seguir com tranquilidade para a folia, sem se preocupar em desviar dos bloqueios ou congestionamentos.

Por falta de banheiro ninguém preciso arriscar a multa de R$ 500

Por falta de banheiro ninguém preciso arriscar levar a multa de R$ 500

Muuuuitos banheiros químicos

Parece milagre, mas no primeiro fim de semana tinha sim muito banheiro químico. Além disso, a multa de R$ 500 por fazer xixi na rua é um motivo a mais (além da boa educação) para usar essas casinhas de plástico. Embora elas não sejam o lugar mais agradável do mundo, ajudam a manter a rua limpa para os moradores da região, que não tem culpa se você exagerou na cerveja.

De sede ninguém morre neste Carnaval

De sede ninguém morre neste Carnaval

Muuuitos vendedores ambulantes para reabastecer

E já quem tem banheiro, dá pra reabastecer com os vendedores que se espalham por todo o caminho. Centenas, milhares de ambulantes ao longo do trajeto – alguns até no meio dos blocos – vendendo cerveja, água, refrigerante e outros aditivos mais fortes. E, ponto importante para a segurança, apenas em latinhas ou embalagens plásticas, reduzindo a circulação das perigosas garrafas de vidro. Alguns até conseguiam furar o bloqueio marqueteiro e diversificar para outras marcas além da patrocinadora oficial.

Todo mundo curtindo numa boa, sem invadir o espaço do outro

Todo mundo curtindo numa boa, sem invadir o espaço do outro

Respeito ao #nãoénão

Claro que sempre é bom ficar atento. Mas, a julgar pelo primeiro fim de semana, a moçada está entendendo que é melhor não invadir o espaço do outro. No bloco do Baixo Augusta, com um milhão de pessoas na rua, o que imperava era o respeito. Muito beijo consentido (muito beijo gay) e nada de assédio indesejado. Bom exemplo a ser seguido.

O espaço público é de todos

O espaço público é de todos

Ocupação do espaço público

Há alguns anos o paulistano saiu da toca e ocupou de vez o espaço público. Os 4 milhões de foliões nas ruas no primeiro fim de semana dos blocos mostra que essa tendência é crescente. E tem lugar melhor pra isso do que o Centro? Praça Roosevelt, Vale do Anhangabaú, Praça da República, Minhocão são apenas alguns dos lugares que vem sendo ocupados por um novo paulistano: sem medo de sair na rua, consciente de que a cidade é nossa.

Tem espaço para música tradicional, como a Banda Redonda, desde 1974 na rua

Tem espaço para música tradicional, como a Banda Redonda, desde 1974 na rua

Música para todos os gostos

Tem samba tradicional, tem marchinha, tem MPB, tem rock, axé, soul e até música eletrônica. Ou seja, tem pra todos os gostos neste Carnaval. É só olhar antes qual é a vibe do bloco pra não cair numa roubada.

Os Satyros fazem performance em carro no bloco do Baixo Augusta

Os Satyros fazem performance em carro do Baixo Augusta

Diversidade

Diversidade de gênero, de tipos físicos, de gosto musical. O que impera é a liberdade. De cada um ser o que é. Ou, como é Carnaval, o que gostaria de ser. Libera a fantasia. Afinal, Carnaval é só… um mês inteiro, né?

Quer saber onde está este Carnaval maravilhoso? A gente dá todo o serviço aqui: os blocos que saem no centro, com trajeto e horário.