Conheça os novos bares e restaurantes que estão bombando no Centro de SP
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Uma grande mudança ocorreu em São Paulo nos últimos anos: as pessoas passaram a usar e ressignificar os espaços públicos, com atividades de lazer, cultura ou simplesmente como local de encontros. Cada vez mais o espaço público é de todos
Em 1993, quando me mudei para São Paulo, morava num apartamento em Santa Cecília e trabalhava na Alameda Barão de Limeira. Ia e voltava a pé – mesmo saindo depois das oito da noite – e na época não tinha medo de andar naquela região sozinha. No ano seguinte, quando passei a trabalhar na Marginal Tietê, praticamente deixei de andar a pé pela cidade. Ainda que eu preferisse os locais abertos, eles eram raros na cidade. Naquela época havia mais lugares funcionando de madrugada e os programas terminavam mais tarde do que hoje, mas eles nunca incluíam andar a pé por espaços públicos. A praça do bairro, bastante charmosa (hoje um parque), com árvores frondosas, não era um local muito frequentado.
Vinte anos depois, e após ter morado em Londres, Washington e uma longa temporada em Brasília, cidade construída para carros, volto a São Paulo e encontro uma outra cidade. Não apenas mais bonita, depois de várias iniciativas do setor público para plantar árvores nas marginais, tirar a poluição visual das fachadas dos prédios e os letreiros luminosos que confundiam os motoristas. São Paulo, hoje, também é mais querida por seus moradores.
Encontrei também uma cidade que redescobriu a vantagem e o prazer do espaço público e uma juventude que não parece se conformar com o medo. Não aceita uma vida atrás das grades e quer retomar o uso coletivo das ruas, dos parques e praças. Quer o direito de protestar, mas não só. Também quer usar as ruas para se divertir.
Contra o medo que paralisava e trancava em casa ou dentro de vidros escuros a geração anterior, quer tornar os lugares mais seguros por meio do seu uso coletivo. Para citar a jornalista americana Jane Jacobs, a mais conhecida especialista em questões urbanas, as pessoas são os “olhos da rua” e se protegem mutuamente quando transitam em lugares públicos, por isso a importância de ruas com prédios de uso residencial e comercial, garantindo movimento o tempo todo. Apesar da diversidade assustar alguns visitantes não habituais do Centro de São Paulo, a região tem um dos menores índices de homicídios da cidade.
Essa tendência de ocupação dos espaços públicos não é exclusiva de São Paulo. Nova York, a própria tradução de metrópole no século 20, a cidade que nunca dorme, agora tem uma ciclovia atravessando Manhattan. O que chama atenção em São Paulo é a velocidade da mudança. O confinamento em espaços fechados, puramente de consumo, vem dando lugar a uma outra dinâmica, a uma vida que leva mais em consideração o ambiente em que se vive.
A ocupação do espaço público tem várias vertentes: desde andar mais a pé, evitando congestionamentos e o estresse produzido por eles, até retomar a função de lazer coletivo desses espaços. Para que serve uma praça, afinal, se não para a convivência entre os cidadãos? Em São Paulo, o maior exemplo é a Praça Roosevelt, com seus teatros, bares, restaurantes e a própria praça, local de encontro de amigos da vizinhança ou de longe, moradores com seus pets, skatistas, artistas, numa atividade dia e noite, que dá segurança aos moradores e a seus frequentadores ocasionais.
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São Paulo também tem dado lições na ressignificação dos espaços outrora pensados apenas para os carros. É o caso do Minhocão. Monstrengo de concreto criado pelos militares sem qualquer consideração com o bem-estar de quem morava na região, buscando apenas a maior velocidade dos carros, foi aos poucos se transformando num espaço de lazer e hoje é frequentado por milhares de pessoas nos fins de semana ou depois das oito da noite. A Avenida Paulista, aos domingos, é outro exemplo. A reclamação inicial de alguns foi abafada pela euforia de um número muito maior, feliz por usufruir, a pé, de um espaço tão nobre da cidade.
Mas o exemplo maior da vontade dos paulistanos de deixar a reclusão do lar e conviver no espaço público é a explosão do Carnaval de rua. Há até bem pouco tempo os únicos lugares com movimento no Carnaval eram as estradas e os aeroportos. Hoje a folia não apenas fez o paulistano deixar de viajar: virou uma data no calendário turístico da cidade, que recebe centenas de milhares de visitantes de outros Estados para comprovar que São Paulo não é o túmulo do samba. E as ruas ficaram coloridas, com pessoas de todas as idades querendo se divertir. E o melhor: as tentativas de transformar a manifestação num evento puramente comercial encontraram resistências entre os próprios organizadores, que não querem perder a essência do movimento.
Essa efervescência, essa vontade de ocupar os espaços antes relegados também mostra a precariedade do setor público para lidar com essa nova demanda. Quem anda a pé percebe mais o estado lamentável das nossas calçadas, vê que a cidade não acolhe seus destituídos e verifica que, se a crise jogou milhares de desempregados nas ruas, o poder público não tem feito nada para ajudá-los a encontrar um lugar decente para viver. Até agora, a resposta tem sido mínima. A vantagem é que agora tem mais gente cobrando.
Todos esses assuntos serão debatidos na segunda edição do Diálogos A Vida no Centro, nesta quarta-feira, dia 26 de setembro, que tem como tema “A Retomada do Espaço Público”. O evento, realizado pelo A Vida no Centro, acontece na SP Escola de Teatro, na Praça Roosevelt 210, e terá a presença de vários especialistas. A programação começa com um talk show com o mestre em urbanismo Mauro Calliari, autor do livro Espaço Público e Urbanidade em São Paulo, e segue com um debate com a participação de Alê Yousseff, um dos criadores do bloco Baixo Augusta, Mariane Broc, sócia da Places for Us, Luis Eduardo Brettas, superintendente da SP Urbanismo, e o vereador José Police Neto, autor do Estatuto do Pedestre.
Quer participar? A entrada é gratuita, mediante inscrição neste link. Vem debater com a gente.
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