Quando o chão vira texto
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Quer conhecer lugares famosos citados em letras de músicas? Veja onde ficam e as histórias por trás de alguns endereços conhecidos em um tour musical pelo Centro de São Paulo
O Centro de São Paulo é conhecido por edifícios lindíssimos conservados pelo tempo, por suas ruas históricas e pela grande variedade de programas, seja de arte, gastronomia ou entretenimento.
E quando pensamos em lugares relacionados à música na região central sempre vem à mente passeios como a Galeria do Rock, a Woodstock Rock Store e as lojas de vinis, que também valem muito a pena, mas que tal sair do óbvio e visitar novos endereços?
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Selecionei alguns – bem fáceis de chegar – que viraram referências em músicas de grandes artistas. Anote tudo e se programe para a próxima folga!
Ipiranga com a Avenida São João: Com certeza essa é uma das músicas mais populares da carreira de Caetano Veloso e está na ponta da língua de todo bom paulistano. Até hoje, ao andar pelo cruzamento, você vê pessoas tirando fotos da placa que dá nome à canção, lançada em 1978. De lá pra cá ela sempre é celebrada no aniversário da cidade. Uma letra honesta, simples e carinhosa.
Rua Aurora: Esse foi um dos endereços de Adoniran Barbosa de 1949 a 1966, mais precisamente no nº 579, apartamento 22 do Edifício Santa Ignez. Foi lá que nasceu o clássico “Saudosa Maloca” enquanto ele observava da janela a demolição do sobrado em que moravam os feirantes Mato Grosso e Joca. Apesar de ter feito letras mencionando o Brás, o Bixiga e o Jaçanã, o sambista nunca morou nesses bairros.
Largo do Arouche: Uma das músicas mais bonitas do rapper paulistano Criolo, “Freguês da Meia-Noite” narra a história de um morador do Largo do Arouche que conhece bem a região e todas as noites espera por dias melhores ou por alguém que nunca chega: “Meia noite, em pleno Largo do Arouche, em frente ao Mercado das Flores há um restaurante francês. E lá te esperei”. Se você é fã do rapper e quer conhecer a região, saiba que o restaurante francês existe de fato e fica exatamente em frente ao Mercado das Flores.
Bixiga: Autor de dois clássicos (“Silêncio no Bixiga” e “Vai No Bixiga Pra Ver”), Geraldo Filme foi uma figura importante para a história do samba de raiz. Entusiasta das rodas de choro no Bixiga, o músico cresceu nas ruas de Campos Elíseos fazendo música e lutando para mostrar o samba ao grande público. Além disso, ele também era um personagem atuante nas manifestações relacionadas aos direitos da população negra no Brasil.
Rua Augusta: A Rua Augusta é uma das mais citadas em músicas de rock. Creio que isso acontece porque, desde os anos 60, concentra pessoas de todas as tribos, idades e classes sociais à procura de diversão. Ronnie Cord foi o pioneiro, com “Rua Augusta”, de 1963, seguido dos Mutantes, com “Hey Boy”, de 1970, e Raul Seixas, com “Super-Heróis”, de 1974. Ao ouvir essas músicas eu sempre imagino como seria aquela rua cheia de carros conversíveis, milkshakes, topetes e rock ‘n’ roll.
Rua da Consolação: Dois músicos citaram a rua em suas letras. O primeiro foi o baiano Tom Zé, com “Augusta, Angélica e Consolação”, que faz parte do polêmico disco “Todos os Olhos”, de 1973. É minha música preferida dele e traz um apelo bem emocional sobre os nomes das ruas: “Augusta, graças a Deus, entre você e a Angélica eu encontrei a Consolação, que veio olhar por mim e me deu a mão”. Na última estrofe ele ainda canta sobre a Luz: “Eu fui morar na estação da Luz porque estava tudo escuro dentro do meu coração”.
No começo da carreira o cearense Belchior passou um bom tempo tentando a sorte em São Paulo e, em uma dessas andanças escreveu “Passeio”, de 1974. A letra é típica de um dia de observação pelas ruas da região central: “Vamos andar pelas ruas de São Paulo, por entre os carros de São Paulo. Meu amor, vamos andar e passear, vamos sair pela Rua da Consolação. Dormir no parque em plena quarta-feira, ensinar com o domingo em nosso coração”.
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