Viaduto Santa Efigênia passa por reforma. Prefeitura diz que vai manter desenho do mosaico do piso
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Conheça a criadora do piso paulista, a calçada que virou símbolo de São Paulo
Hoje vamos passear pela calçada que é um símbolo de São Paulo. Qualquer pessoa que caminhe pelo centro (e pelos bairros) vê o trabalho dessa ex-funcionária pública. Uma história para lá de curiosa. Nos anos 1960, Mirthes Bernardes era desenhista da Secretaria de Obras do município quando o prefeito Faria Lima lançou um concurso para escolher um padrão de piso para a capital paulista.
E ela entrou na disputa. Rabisca daqui, rabisca dali… Considerou simples o contorno que tinha feito e não imaginava ficar entre os finalistas. Em 1965, a musa das calçadas paulistanas ainda não sabia que escrevia seu nome na história de São Paulo. A votação final foi feita com a aplicação dos desenhos na Av. da Consolação. Dá para imaginar a cena. Os outros concorrentes eram um desenho de grãos de café e o outro representava pés caminhando. E… deu Mirthes na cabeça!
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Foi uma festa. Desde então, os contornos que representam o mapa do estado de São Paulo passaram a simbolizar a maior cidade brasileira. Ou seja, um dos ícones mais conhecidos de SP é o desenho de uma calçada. E que desenho. Engenhoso e criativo. O calçamento ficou conhecido como “piso paulista” e primeiro chegou à Av. Faria Lima e depois à Av. Amaral Gurgel. Para ganhar aos poucos toda a cidade. Os ladrilhos iam sendo produzidos por vários fabricantes e sua presença na paisagem urbana cresceu.
Foi além da calçada, tornando-se um padrão gráfico para os mais diferentes produtos. De camisetas a canecas. Fabricado em ladrilho hidráulico, o desenho é fácil para ser produzido e instalado. São apenas três peças quadradas que combinadas criam um padrão infinito. Uma peça é branca, outra peça é preta e a outra é preta e branca que se divide na diagonal. O efeito é magnífico. A oposição positivo/negativo revela um jogo de figura e fundo em que ora só se vê as formas brancas, ora as pretas. Genial.
Apesar do monumental sucesso, pelo que pesquisamos a Mirthes não ganhou um centavo com sua obra. Mas muita gente faturou em cima de sua criação. E ela, claro, deve se ressentir disso. Também pesquisamos sua paixão por São Paulo. Caminhar sobre suas calçadas geométricas deve ser uma experiência que a enche de orgulho. Pena que seu piso paulistano esteja tão maltratado atualmente. Poucas cidades do mundo têm um ícone cultural como esse para chamar de seu e deveríamos cuidar melhor dele.
Mirthes Bernardes está longe de ser um rosto conhecido da multidão. Mas deve ter todo nosso respeito e gratidão. O CalçadaSP quer ser mais uma voz para que seu legado seja preservado e os paulistanos saibam quem é ela. Outro dia conhecemos o (novo) SESC 24 de Maio e ficamos felizes que na exposição “São Paulo Não É Uma Cidade” havia um lugar para reverenciar Mirthes e sua obra. Esta foto é de lá.
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