Igreja Santa Ifigênia: conheça a história da Basílica da Imaculada Conceição
O guia de turismo Laércio Cardoso de Carvalha a história da igreja Santa Efigênia, que é oficialmente uma basílica.
De Paris, Ivam Cabral fala sobre a atriz Phedra de Cordoba e como ela mereceria uma homenagem em uma praça pública de São Paulo
Por Ivam Cabral
ivampsic@gmail.com
Estou em Paris e é uma viagem que me faz ressignificar muitas coisas. Depois de mais de dois anos, é a primeira vez que saio do Brasil. Com uma pandemia no centro deste tempo, isso pode significar superações.
Foi a Phedra de Cordoba (1938 – 2016), a diva da Praça Roosevelt, quem nos apresentou ao mundo travesti. Quando chegamos à Praça, em 2000, o local não era, nem de longe, o que conhecemos hoje. Primeiro que ninguém na cidade sabia onde ficava a Praça. Quando você pegava um taxi na Avenida Paulista e pedia para te levar à Roosevelt, se não avisasse antes, seu destino final seria a Estação Roosevelt, como era conhecida a Estação Brás, naquela altura.
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Mas no início dos anos 2000 a Praça Roosevelt era uma festa. Havia dois prédios inteirinhos que serviam de moradia às travestis e transexuais que viviam pelo centro, além de um bar de lésbicas, no espaço onde hoje é um petshop.
A Phedra não demorou a aparecer pelo Satyros e em poucos anos já havia sido coroada a nossa diva. O primeiro espetáculo dela foi “A Filosofia na Alcova”, em 2003. E, a partir dali, estaria em quase todos os nossos trabalhos até a sua morte, em 2016, quando estreamos “Pessoas Sublimes”. Inclusive, Phedra fez apenas a primeira apresentação deste espetáculo. Seria internada no dia seguinte à estreia.
Fizemos muitas coisas juntos, além dos espetáculos – muitos, inclusive, que viajaram mundo afora, coisa que Phedra mais gostava de fazer. E não me esqueço quando trouxemos a nossa diva a Paris, em 2007. Meu Deus, como foi bonito. Inesquecível!
Phedra nos apresentou todo o universo queer e travesti. Era fã de Coccinelle, mulher trans, modelo, figura de proa de todas as associações transgêneros e uma das primeiras a fazer cirurgia de redesignação sexual, nos anos 1960. Morta em 2006, foi um dos maiores mitos do universo trans que, recentemente, batizou um espaço público no bairro de Pigalle, aqui em Paris. A Promenade Coccinelle fica no encontro das ruas Boulevard de Clichy e Les Matyrs, onde reside até hoje o Cabaret Madame Arthur, fundado em 1946, onde Coccinelle trabalhou desde o início dos anos 1960 até pouco antes de sua morte.
Curioso que uma mulher trans tenha ganhado o nome de um espaço público sem que fosse preciso modificar o nome das ruas e das praças. O que a prefeitura de Paris fez foi encontrar um pequeno espaço e ressignificá-lo.
Mas eu já tinha notado algo parecido na estação Gaîté do metrô, no bairro de Montparnasse, onde estou hospedado. Para homenagear uma das moradoras mais ilustres do bairro, a estação passou a se chamar Gaîté – Joséphine Baker, também porque em suas imediações se situa o Teatro Bobino, onde a cantora e dançarina se apresentou pela última vez em 1975, dois dias antes de sua morte.
Mais uma vez, a prefeitura de Paris não alterou o nome da estação Gaîté, apenas ressignificou o espaço para que as histórias sejam sempre lembradas. As recentes, inclusive.
Estou trazendo essas narrativas aqui porque foi impossível não fazer associações ao que aconteceu recentemente com um projeto do vereador Thammy Miranda, que propunha a mudança do nome da Praça Roosevelt para Praça Tarcísio Meira. Eu cheguei a falar sobre o assunto aqui.
Caminhando pelo elegante bairro de Marais, onde está a Fontaine des Haudriettes, criou-se em 2017 a Place Patrice-Chéreau, em homenagem ao dramaturgo e diretor de teatro e cinema, conhecido dos brasileiros não apenas pela direção do longa “A Rainha Margot” (1994), mas pela sua parceria com Norma Bengell (1935 – 2013), que foi sua musa entre as décadas de 1970 e 1980.
Fiquei pensando. Enquanto Chéreau ganha um pequeno espaço entre a Rue de Quatre-Fils e Rue des Archives em Paris, no Brasil Norma foi completamente apagada de nossa história. E, se Tarcísio Meira não conquistar um espaço público à sua altura – os 50 mil m² da Praça Roosevelt todinha, por exemplo –, não nos contentaremos com homenagens menos afamadas, como as que receberam Coccinelle, Joséphine Baker ou Patrice-Chéreau.
E por que iniciei este texto falando de Phedra de Córdoba? Porque a diva da Praça Roosevelt mereceria, sim, um lugar de destaque em nossa história. Uma pauta que interessaria à vereadora Erika Hilton, será?
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