O grande S que se destaca na arquitetura de São Paulo já completou 50 anos e vem ficando cada vez mais jovem: conheça bares, restaurantes e lojas do Copan
Projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer no início da década de 1950 como o maior edifício em concreto armado do país, o Copan deveria ser um presente a São Paulo na comemoração dos seus 400 anos, em 1954.
Na época, a cidade crescia e se transformava rapidamente numa metrópole, e o centro novo abrigava arranha-céus de arquitetura sofisticada. Mas as obras atrasaram e só começaram em 1957. O grande arquiteto modernista se desentendeu com os empreendedores por causa das modificações ao seu projeto original, foi construir Brasília e o edifício só ficou pronto em 1966, já nas mãos de outro colega, Carlos Lemos.
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O curioso é que a ideia era fazer um complexo urbanístico no modelo do Rockfeller Center, em Nova York, com residências, comércio, teatro e um hotel. O teatro e o hotel não saíram do papel, mas com o tempo o Copan acabou consolidando a sua vocação para um empreendimento onde se misturam várias atividades. Uma marca e um símbolo do Centro de São Paulo
Seus apartamentos misturam moradores de várias classes sociais, já que têm, em blocos diferentes, residências de 3 e 4 quartos e também quitinetes – embora os vizinhos não se encontrem nos corredores, pois os blocos são separados internamente, com portarias independentes.
Hoje o edifício, que já foi comparado a uma pequena cidade, se destaca não apenas pela arquitetura, com suas curvas que se insinuam graciosamente na paisagem urbana. A galeria é uma das mais interessantes do Centro, com restaurantes modernos e outros que resistem ao tempo, um café que já tem mais de quatro décadas e, no último andar, um terraço que permite admirar a metrópole. E novos empreendimentos que abrem a todo momento, enriquecendo a cena gastronômica e cultural da região.
Restaurante que já virou um clássico de São Paulo e pioneiro nesta nova fase do Copan como atração turística e gastronômica. Serve o que a chef Janaina Rueda chama de cozinha boêmia: comida caseira, como a famosa galinhada, estrogonofe, picadinho, rosbife, nhoque, além da feijoada aos sábados. Variada e criativa carta de caipirinhas. Tem mesas internas e na calçada, na agradável rua interna do Copan.
Aberto de segunda a sábado das 12h às 21h e domingo das 12h às 17h.
Com entrada pela rua interna do Copan, na mesma calçada do Dona Onça, o Fel é um bar de drinques que se propõe a resgatar antigos coquetéis. O lugar é pequeno, apenas um balcão e algumas mesinhas, mas a iluminação baixa torna o local bastante aconchegante.
Abre de segunda a sexta, das 14h às 21h, sábados e domingos, das 12h às 21h.
O espaço foi reformado e cresceu, oferecendo mais espaço e conforto aos clientes, mas o cardápio continua o mesmo. Restaurante de comida saudável com pratos caseiros com um toque moderno. Oferece várias opções de pratos do dia, como ensopado de carne, frango grelhado com legumes, risotos e massas e sempre tem uma opção vegetariana. O cardápio fixo oferece ainda omelete, quibe assado e opções veganas.
Abre de segunda a sexta, das 11h às 21h e aos sábados das 11h as 17h .
Espaço de arte contemporânea autônomo e sem fins lucrativos, foi instalado em 2012 num espaço de 3.500 metros quadrados que ficou 20 anos fechado. Hoje funciona como uma plataforma para experimentação artística e curatorial e serve como um ponto de encontro entre os artistas e o público. A entrada é pela rua privada do Copan, ao lado da portaria do Bloco A, do lado mais próximo da Avenida São Luís.
A livraria coordenada por um grupo de profissionais ligados ao meio editorial e literário quer ser uma referência não apenas na venda de livros, mas um espaço de reflexão, curadoria e criação de conteúdo. A seleção de livros do catálogo leva em conta não apenas os aspectos comerciais mais também a diversidade e a relevância das edições, com livros de grandes e pequenas editoras.
A reforma do espaço reabriu uma passagem para o interior da galeria do Copan, e é possível entrar na loja tanto por dentro quando por fora do edifício, além de uma ligação com a galeria Pivô. Aliás, o plano é organizarem eventos em parceria.
Terça a sábado, das 11h às 19h, domingo e feriados, das 11h às 17h.
Dentro da Megafauna, mas também com entrada independente, o Cuia, da chef Bel Coelho, é um café e restaurante com um cardápio que vai de vários tipos de cafés, comidinhas como sanduíches e tostadas a pratos como baião de dois, peixe no tucupi e vários tipos de salada. Entre as bebidas, kombucha, drinques e vinhos.
Terça a sábado, das 10h às 21h, domingo, das 11h às 18h.
A casa aberta nos anos 1970 vem angariando gerações de fãs com seu café forte, extraído de grãos moídos na hora. O café não tem mesas, mas um balcão onde se enfileiram as xícaras marrons de paredes grossas que recebem os espressos bem tirados, cappuccinos e cafés com canela. Não aceita cartão de crédito nem débito, apenas dinheiro. Aberto diariamente, atualmente das 7h às 20h.
Excelente parada em qualquer horário: para um cafezinho no meio da manhã, um almoço leve, um café com bolo de sobremesa ou um dos cafés especiais da casa a qualquer hora. Mudou de endereço em 2020 para um espaço maior, com o mesmo charme do anterior. Tem um cardápio enxuto no almoço, com pratos que variam a cada semana. Tudo feito no local com ingredientes naturais e sem conservantes. As tortas e bolos são excelentes, com pouco açúcar e muito saborosos. E o atendimento é sempre muito simpático, mesmo no meio da correria. Aberto de segunda a sábado, das 10h às 17h.
Na loja que agora um espaço maior, próximo à entrada da Rua Araújo, Luis Piero dá uma verdadeira aula sobre o destilado brasileiro. São mais de 400 rótulos de cachaça, de todas as partes do Brasil, uma boa amostra das cerca de 4 mil marcas produzidas no país, considerando apenas as que são registradas – e ele sabe contar a história e as características de cada uma. Luis começou a se interessar pelo assunto nos anos 1990, quando cursava Geologia e experimentava cachaças diretamente nos alambiques nas visitas de campo para o interior. Hoje, além de moradores do Copan, atende consumidores de todo o país e estrangeiros de passagem pelo Brasil. A única loja especializada em cachaça de São Paulo tem também vendas online. Oferece ainda degustações, em grupo ou individuais.
De segunda a sexta, das 11h às 19h e aos sábados, das 11h às 17h
Especializada em queijos artesanais brasileiros, tem uma variedade incrível, de produtores de várias partes do país, especialmente de Minas Gerais. A loja vende ainda vinhos nacionais, geléias artesanais, doce de leite e pães da Copão, padaria artesanal também instalada no Copan.
Aberto de segunda a sexta, das 9h às 19h e aos sábados das 9h30 às 18h.
Padaria num ambiente agradável com paredes envidraçadas e entrada pela Rua Araújo. Bastante concorrida para o café da manhã nos fins de semana, é frequentada por jovens casais ou grupos que moram na região. Tem todos os clássicos das padocas paulistanas, como misto quente, pão de queijo na chapa com requeijão e outros. Bom também para um café da tarde ou jantar. Tem restaurante por quilo no andar de cima. Também tem ótimos pães, doces, salgados, recheados, para levar para casa. Aberto diariamente, das 6h às 22h40.
Uma raridade que ainda resiste, em plena era do streaming: uma locadora de vídeos, com DVDs físicos que são retirados e entregues na loja. A rede iniciada em 1985 por Paulo Sergio Baptista Pereira foi diminuindo até restar apenas a unidade do Copan, onde ele guarda uma coleção que atende aos fãs do cinema de arte e também aos fãs do terror, que não encontram seus filmes preferidos nos fornecedores online. Também tem filmes em VHS. Aberta de segunda a sábado, das 11h às 18h.
Depois de uma bem-sucedida carreira em agências de publicidade, Cris Omura decidiu mudar de área, de certa forma voltando às raízes da família de origem japonesa, ligada ao campo. Ela passou boa parte do ano passado estudando o mercado, fazendo cursos de paisagismo, design floral e botânica até que, em março de 2021, abriu a floricultura no Copan, para onde também se mudou.
Cris faz uma curadoria de plantas que se adaptam a apartamentos. E todas vão com etiquetas de como cuidar. Com a loja, ela conseguiu o que buscava: um negócio que tivesse um impacto positivo. “Todos os dias choro de emoção com as histórias dos clientes”, diz ela. Além de flores plantadas e de corte, para arranjos, a loja tem acessórios como cachepôs, regadores, adubos e outros itens para cuidar das florestinhas que vêm ganhando espaço nos apartamentos.
Abre de quinta a sábado, das 11h às 19h, e também faz entregas.
O Mirando do Copan oferece uma vista incrível da cidade. Desde fevereiro, por causa da pandemia, o espaço está fechado. Mas você pode ver fotos que fizemos de lá nesta galeria.
Para ver uma galeria de fotos, clique aqui.
As atrações do Copan não se limitam à galeria interna no térreo do prédio. Há bares e cafés nos prédios vizinhos que ampliam as opções de gastronomia no local.
O Copanzinho virou o point de moradores ou frequentadores do Centro. Tem um amplo cardápio amplo, com dezenas de opções de sanduíches, porções fartas para dividir com os amigos e várias opções de cerveja de garrafa. Com um pequeno espaço interno, o movimento acontece mesmo do lado de fora, nas mesas montadas na rua interna. O acesso é pela saída que dá para a Avenida São Luís.
Na Rua Araújo, ao lado da Padaria Santa Efigênia, fica o World Café Bar, que também funciona de forma ininterrupta e tem um cardápio variado, para café, almoço ou jantar. Tem almoço com pratos executivos como bife a parmegiana e sobrecoxa com arroz, frango e salada. Para o happy hour, porções, cervejas e drinques.
Aberto de segunda a sábado, das 8h às 22h.
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