Viaduto Santa Efigênia passa por reforma. Prefeitura diz que vai manter desenho do mosaico do piso
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Edifício de 30 andares no Centro permite uma vista privilegiada de São Paulo. Veja fotos
A construção do Edifício Martinelli, por encomenda do imigrante italiano Giuseppe Martinelli, empresário que fez fortuna com o mercado naval durante a Primeira Guerra, começou em 1924. Em 1929 o prédio foi inaugurado com 12 andares, mas a disputa com outros prédios para que se tornasse o mais alto da América Latina fez a construção continuar até 1934, quando atingiu 30 andares.
E, entre 1934 e 1947, o Martinelli foi, de fato, o edifício mais alto da América Latina, com 105 metros. Foi o símbolo do poderio e da decadência da economia cafeeira em São Paulo.
Numa época em que praticamente não havia arranha-céus em São Paulo, causou grande polêmica e enfrentou resistência e desconfianças quanto à sua segurança – muitos evitavam passar pela região com medo que o edifício caísse.
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Para provar que o edifício era seguro, Martinelli construiu um palacete no 26º andar e foi morar lá com a família. No local também foi construída a Casa do Comendador (título concedido a Martinelli pelo governo italiano), um palacete no alto do edifício, onde eram realizadas festas.
Veja fotos do mirante:
O Edifício Martinelli é um dos primeiros arranha-céus do Brasil e da América Latina. Localizado no centro de São Paulo, entre as ruas São Bento e Libero Badaró e a Av. São João, o prédio foi idealizado pelo comerciante italiano Giuseppe Martinelli e projetado pelo arquiteto húngaro Vilmos (William) Fillinger.
A construção foi iniciada em 1924 e se arrastou por dez anos, sendo parcialmente inaugurado em 1929, com apenas 12 andares. Devido à disputa pelo título de maior arranha-céu do Brasil com o Edifício “A Noite”, também em obras no Rio de Janeiro, o comerciante Martinelli foi acrescentando novos andares até se convencer de que havia vencido a disputa, alcançando 30 andares e 105 metros de altura. Mais de 600 operários e 90 artesãos trabalharam nas obras.
A obra gerou polêmica. Apesar de vista como um símbolo do progresso econômico e tecnológico da mais nova metrópole, foi criticada por seu porte e contraste com os prédios baixos do entorno. Havia ainda uma desconfiança em relação à segurança de um edifício tão alto, e muitos diziam que ele podia cair. Para se contrapor a isso, o Comendador Martinelli construiu um palacete na cobertura do edifício para morar com a família.
O rico e luxuoso edifício atraiu inquilinos ilustres, como o Hotel São Bento e o Cine Rosário, além de restaurantes, clubes, partidos políticos, veículos de imprensa e boates. Mas o bom momento não durou muito. A partir da década de 1960, o empreendimento entrou em uma fase de degradação extrema, com precarização das habitações, ocupações por templos e prostíbulos, colapso dos elevadores, acúmulo de lixo nos poços e ocorrência de diversos crimes. No início dos anos 1970 o edifício havia virado um cortiço e era dominado pelo crime organizado.
O edifício foi desapropriado e completamente remodelado entre 1975 e 1979 para abrigar órgãos municipais e lojas no piso térreo. Atualmente o edifício é sede das secretarias municipais de Desenvolvimento Urbano (SMDU), Licenciamento (SEL), Habitação (Sehab) e Subprefeituras (SMSUB), da Companhia Metropolitana de Habitação (Cohab) e da São Paulo Urbanismo, proprietária de alguns andares do prédio, incluindo a cobertura. Atualmente, cerca 80% do prédio pertence a Prefeitura de São Paulo e o restante é privado.
A partir da década de 1980, com a regulamentação pelos órgãos de preservação do patrimônio histórico (Conpresp e Condephaat) das diretrizes de preservação de áreas envoltórias de imóveis e espaços públicos próximos, o Edifício Martinelli teve sua volumetria e fachadas tombadas.
Do local se pode ver todas as regiões da cidade, de edifícios históricos no Centro – a vista do Farol Santander é excelente – à Serra da Cantareira, na Zona Norte.
Apesar da ousadia empresarial, o edifício acabou trazendo problemas financeiros para Giuseppe Martinelli. O prédio não foi totalmente ocupado quando ficou pronto e ele acabou perdendo a propriedade para o banco que fez o empréstimo. Nos anos 1960 e 1970 o prédio foi ocupado irregularmente e era um foco de crime organizado. Em 1975, foi desapropriado pela Prefeitura, que fez reformas e até hoje ocupa o prédio.
Atualmente, lá funcionam o SP Urbanismo, a Secretaria de Habitação e outros órgãos municipais.
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