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Revolução de 1932 é lembrada em prédios, monumentos e endereços de São Paulo. Conheça a história de cada um deles
Durante muitos anos, 9 de julho era sinônimo de uma avenida ligando o Centro de São Paulo à zona sul. Desde 1997, no entanto, é também um feriado no Estado de São Paulo. Mas o que está trás desta data? Foi no dia 9 de julho de 1932 que começou o confronto entre as tropas paulistas e as forças federais, demandando que o presidente Getúlio Vargas convocasse uma assembleia para escrever uma nova Constituição – já que ele havia revogado a anterior quando assumiu o governo que deveria ser provisório, em 1930, e desde então o país não tinha uma Constituição.
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O confronto durou apenas três meses e deixou muitas vítimas. São Paulo acabou ficando sozinho na luta contra as forças federais e foi derrotada nas armas. Mas logo em seguida o governo federal convocou eleições para uma constituinte. A Constituição de 1934 foi a primeira que deu direito de voto às mulheres, seguindo uma tendência que já havia começado na Europa.
A maior parte da luta armada ocorreu no interior do Estado, mas foi na cidade de São Paulo que a revolta foi planejada e onde aconteceram os episódios que detonaram o conflito. Os locais que marcam as datas e personagens desta batalha estão espalhadas pela cidade e podem ser visitados. Conheça alguns:
Obelisco do Ibirapuera
O Obelisco Mausoléu aos Heróis de 32 foi erguido para celebrar a memória dos que morreram no movimento constitucionalista. Lá estão os restos mortais de 720 combatentes, entre eles o poeta Guilherme de Almeida e de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo, mortos no dia 23 de maio de 1932 durante a manifestação em frente ao Partido Popular Paulista, que viraram símbolos da revolução com a sigla MMDC. O obelisco é o maior monumento de São Paulo, com 72 metros de altura. Sua construção foi iniciada em 1947, mas só foi concluída em 1970. Aberto à visitação de terça a domingo, das 10h às 16h. Gratuito.
Avenida 9 de Julho
Ligação entre a região central e a Marginal Pinheiros, passando por baixo da Avenida Paulista, é uma homenagem à data de início da Revolução Constitucionalista de 32. Foi construída durante a gestão do prefeito Prestes Maia, nos anos 1940.
Avenida 23 de Maio
Inaugurada em 1969, é uma das principais avenidas da cidade, ligando o Centro à zona sul. O nome remete à data em que Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo foram mortos durante manifestação na Rua Barão de Itapetininga.
Rua MMDC, no Butantã
A rua MMDC, no bairro do Butantã, é uma homenagem aos quatro mortos em 1932 que viraram símbolo do movimento. As ruas próximas têm os nomes do quarteto: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo.
Edifício Ouro para o Bem de São Paulo
Na Rua Álvares Penteado, bem pertinho da Praça da Sé, o edifício foi erguido com o dinheiro que sobrou das joias e alianças doadas pela população para financiar a causa constitucionalista. A campanha Ouro para o Bem de São Paulo foi realizada pela Associação Comercial de São Paulo. Com o fim do confronto armado num tempo menor do que se previa, a Associação Comercial doou o ouro para a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com medo de que o governo Vargas confiscasse os valores.
O prédio foi projetado no formato da bandeira paulista, ondulada e com os 13 andares representando as listras da bandeira estadual. Do lado esquerdo, o mastro lembra os anéis doados na campanha.
Palácio Campos Elíseos
O Palácio Campos Elíseos, sede do Governo do Estado entre 1912 e 1967, tem participação histórica na revolução de 32. Foi lá que houve uma reunião com o interventor do estado Pedro de Toledo na qual ele foi informado sobre o levante armado contra o governo federal. Toledo aderiu ao movimento – sob pressão – e rompeu com o governo Vargas. Foi aclamado no mesmo dia governador do Estado. O prédio, na Avenida Rio Branco, 1289, hoje está cedido ao Sebrae, e pode ser visitado.
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Praça do Patriarca
Em 24 de maio de 1932, dia seguinte ao assassinato de Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo na Praça da República, um grande comício do movimento constitucionalista contra o governo federal aconteceu na Praça do Patriarca. Durante o comício, um manifesto do coronel Ávila Lins, comandante da II Região Militar, responsável por São Paulo, afirmava que as tropas federais não permitiriam qualquer levante contra o Governo Revolucionário de Getúlio Vargas.
Hospital 9 de Julho
Em 1955 o cirurgião-geral Antônio Ganme, integrante da equipe do famoso cardiologista Euryclides de Jesus Zerbini, compra um pequeno hospital, o Nossa Senhora da Conceição, na rua Peixoto Gomide, e muda seu nome para Hospital 9 de Julho, em homenagem à Revolução de 1932.
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