Quando o chão vira texto
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Bancos no Minhocão e minipraças na parte de baixo do viaduto são as novidades em áreas de lazer ao ar livre a partir de maio em São Paulo
Desde o dia primeiro de maio a Prefeitura de São Paulo instala tablados e bancos no Minhocão (Elevado João Goulart) aos fins de semana, quando o espaço fica aberto aos pedestres. O mobiliário tático será instalado nas noites de sexta e retirado no domingo em dois pontos: próximo ao Terminal Amaral Gurgel e à Praça Marechal Deodoro, onde também foram instalados dois Centros Abertos e escadas provisórias de acesso ao elevado.
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A medida, de acordo com a Prefeitura, tem caráter experimental, por tempo indeterminado, e será monitorada para avaliar a receptividade dos equipamentos pela população.
Veja fotos do primeiro fim de semana:
A iniciativa segue o conceito de urbanismo tático, que busca fazer com que a população se aproprie de determinados espaços urbanos a partir de mudanças rápidas, reversíveis e de baixo custo. O método já foi aplicado com sucesso em diversos locais do mundo, como Dinamarca, França, Espanha (Barcelona), Colômbia (Bogotá) e em Nova Iorque, por exemplo, na Times Square.
A valorização de espaços de convivência ao ar livre é uma das mudanças de comportamento nas cidades decorrentes da pandemia, como apontamos neste relatório que analisa as mudanças na vida urbana pós-pandemia.
No Minhocão, a iniciativa decorre de uma demanda por parte dos frequentadores do local que, aos finais de semana, já usam o espaço, cada vez mais, mesmo sem nenhuma infraestrutura.
O Minhocão é fechado para o tráfego de veículos aos fins de semana e feriados durante todo o dia e, em dias úteis, das 20h às 7h. O uso do Elevado pela população segue as regras de reabertura da cidade dispostas no Plano SP, do Governo do Estado.
Bancos moduláveis e Centro Aberto
A maior parte do mobiliário é de assentos para acomodar e oferecer mais conforto às pessoas que frequentam o local. São modelos dinâmicos, que poderão ser dispostos de diversas maneiras para atender melhor o público.
Na parte de baixo, as unidades do programa Centro Aberto (que ficaram prontos durante a pandemia e serão entregues à população agora), trazem espaços de convivência com bancos, mesas de piquenique, brinquedos e equipamentos de ginástica.
Para conectar os dois espaços, a Prefeitura concluiu neste mês de abril a instalação dos dois primeiros acessos de pedestres no Minhocão. São escadas de estrutura metálica que funcionarão, em princípio, por até 24 meses. Paralelamente, a Prefeitura está estudando as condições para instalação de outros acessos definitivos ao longo do Elevado.
Além dos acessos e novos espaços de lazer, a Prefeitura finaliza em maio a instalação dos gradis de segurança na parte de cima do Elevado. Também foram instalados portões de controle de acesso para impedir a entrada em horários não autorizados, seguindo as recomendações do Ministério Público.
O custo estimado para a implantação dos mobiliários na parte superior e inferior do Minhocão foi de R$ 1,8 milhão.
Histórico do Minhocão
O destino do Elevado João Goulart vem sendo objeto de discussão desde os anos 1970, quando ele começou a ser fechado para veículos no período noturno. Nos últimos anos, começou a ser cada vez mais usado como espaço de lazer, de forma informal, à noite e nos fins de semana. O Plano Diretor Estratégico (PDE) de 2014, previu que deveria ser elaborada uma lei específica para determinar uma restrição gradual ao uso de veículos, definindo prazos até sua completa desativação como via de tráfego, tendo como alternativas a demolição ou a transformação, seja parcial ou integral, em parque.
Essa determinação foi atendida com a aprovação da Lei Municipal nº 16.833, de 7 de fevereiro de 2018, que estabeleceu a desativação gradativa do elevado como via de circulação veicular, o estímulo à realização de atividades culturais e esportivas nos períodos de interdição ao tráfego e a obrigatoriedade de propor a transformação parcial ou total do elevado em parque por meio de um Projeto de Intervenção Urbana (PIU).
A Prefeitura realizou em 2019 a primeira etapa de discussão do PIU Minhocão, quando apresentou um diagnóstico preliminar da área, aberta às contribuições da sociedade civil. O resultado foi objeto de questionamentos jurídicos, por parte de entidades que defendem a demolição do viaduto, e o projeto de transformação do espaço num parque definitivo foi adiado. No momento, ainda está em discussão dentro da Prefeitura.
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