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São Paulo terá comércio e restaurantes fechados e toque de recolher às 20h a partir de sábado

Estado passa a operar de acordo com a fase vermelha, com bares e restaurantes fechados e abertura apenas de atividades essenciais

Todo o Estado de São Paulo entra na fase vermelha a partir deste sábado, dia 6 de março. Comércio e restaurantes ficarão fechados e apenas serviços essenciais poderão funcionar. Está proibida a abertura de lojas, restaurantes, academias de ginástica e salões de beleza. Supermercados, padarias, feiras livres e outros locais de venda de alimentos podem funcionar. A medida vale por duas semanas, até o dia 19 de março.

Escolas continuam funcionando como atualmente: com a opção de aulas presenciais dentro do limite de 35% da sala, com os protocolos que já estão em vigor. A presença em sala não é obrigatória e os alunos podem optar por assistir apenas aulas online, que permanecem.

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“Estamos em São Paulo e no Brasil à beira de um colapso na saúde. Isso exige medidas urgentes e coletivas”, afirmou o governador João Doria, que lembrou que o Estado vive o pior momento da epidemia, pior do que em todo o ano passado. O governador alinhou a decisão com 618 prefeitos e prefeitas do Estado numa reunião online na terça. Várias cidades do interior já trabalhavam com restrições mais severas, mas a cidade de São Paulo vinha operando na fase laranja, em que o funcionamento de lojas e restaurantes era permitido, com horários reduzidos.

Apenas serviços essenciais

A fase vermelha do Plano São Paulo só permite o funcionamento normal de serviços essenciais, como indústrias, escolas, bancos, lotéricas, serviços de saúde e de segurança públicos e privados, construção civil, farmácias, mercados, padarias, lojas de conveniência, feiras livres, bancas de jornal, postos de combustíveis, lavanderias, hotelaria e transporte público ou por aplicativo, entre outros. Todos os estabelecimentos funcionam com horários restritos e redução de lotação, além da obrigatoriedade de medição de temperatura dos clientes e fornecimento de álcool em gel.

Comércios e serviços não essenciais, incluindo bares e restaurantes, só podem atender em esquema de retirada na porta, drive-thru e pedidos por telefone ou internet.

Academias, salões de beleza, restaurantes, cinemas, teatros, shoppings, lojas de rua, concessionárias, escritórios e parques deverão ficar totalmente fechados ao público.

Entre 20h e 5h haverá também um toque de restrição, com circulação restrita em vias públicas e fiscalização ampliada, de acordo com o governo do Estado. Desde o último fim de semana, o toque de recolhe começava às 23h, e ainda assim muitas praças e outros locais públicos registraram aglomerações. O governador disse que a fiscalização será reforçada.

Dados da pandemia

A média estadual de ocupação de leitos de UTI COVID-19 chegou a 75,3% na terça-feira, dia 2, sendo 76,7% na Grande São Paulo. Também foi registrado na terça o maior número de mortes desde o início da pandemia no Estado, com 461 mortes em 24 horas.

“Isso é algo que jamais vimos”, disse o secretário de Estado de Saúde, Jean Gorinchteyn. Ele anunciou a abertura de mais 500 leitos em março, sendo 339 em UTIs e 161 em enfermarias, elevando para 8.839 vagas de UTI nos SUS em todo o Estado – antes da pandemia, eram 3,5 mil leitos.

São Paulo: 16% com a Covi-19

Um levantamento realizada pela Prefeitura entre os dias 2 a 4 de fevereiro mostra uma prevalência de infecção pelo novo coronavírus de 16% (contra 13,9% no levantamento anterior, em janeiro).

Entre aqueles que testaram positivo, 43% estavam assintomáticos, o que aumenta ainda mais o risco de transmissão, já que a pessoa não sabe que tem a doença e por isso pode não se isolar. Entre as regiões, a zona leste tem o maior índice de infecção, de 22,9%. Na zona norte a prevalência foi de 12,3%, na região sudeste de 11,8%, na centro-oeste 13,2%, e na sul 17,4%.

Na análise por Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), os bairros com IDH alto têm menor prevalência: 10,5%. Para IDH médio a prevalência é de 16% e para IDH baixo, de 20,5%, refletindo as desigualdades na cidade. Embora ainda tenha um índice de infecção menor do que as regiões mais pobres, foi nos bairros com IDH mais alto que a doença mais avançou do ano passado para cá, como mostra essa matéria de janeiro. Em outubro, a prevalência nos bairros de IDH alto era de 4,6%.

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