Quando o chão vira texto
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Prefeito Bruno Covas anuncia primeiro trecho do Parque Minhocão, com parque linear entre a Praça Roosevelt e o Largo do Arouche. Obras começam ainda em 2019 e entrega será em 2020
O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, anunciou a implantação do primeiro trecho de Parque no Minhocão, até o fim de 2020. As obras da primeira etapa começam ainda neste ano, com a instalação de acessos em nove pontos de todo o elevado, entre elevadores e escadas. A Prefeitura também vai implementar estruturas de proteção nas laterais para garantir a segurança dos frequentadores do local, conforme determinação do Ministério Público. Durante o período de obras o local continuará aberto ao trânsito, mas com restrições.
No total, as três etapas da obra terão um custo estimado de R$ 38 milhões, com previsão de entrega em dezembro de 2020.
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A segunda etapa consiste na implantação de 900 metros de parque entre a Praça Roosevelt e o Largo do Arouche, criando um primeiro corredor de lazer integrando praças já existentes, como as duas já citadas, Praça Marechal Deodoro e o futuro Parque Augusta. Estão previstos 17.500 metros quadrados com jardins, além de floreiras e deques, dispostos em módulos pré-fabricados.
A SP Urbanismo, responsável pela obra, vai utilizar o conceito urbanístico e referências do arquiteto Jamie Lerner, com material modulado, efêmero, propostas de usos institucionais no baixo do viaduto e intervenções que permitem a integração dos espaços.
Esta primeira etapa do Parque Minhocão vai compreender um trecho da saída da Ligação Leste-Oeste ao entroncamento com a Avenida São João. Quem seguir no sentido dos bairros de Perdizes e Barra Funda poderá pegar o elevado por um acesso próximo à Rua Helvétia, na região dos Campos Elíseos. Até esse ponto, o motorista deverá seguir pela Avenida Amaral Gurgel. No outro sentido, o caminho em direção à Zona Leste será interrompido na passagem para a Rua Sebastião Pereira, na Vila Buarque. A CET está estudando outras modificações viárias que poderão ser necessárias.
Veja fotos e projeções de como ficaria o local após a intervenção:
O destino do elevado João Goulart vinha sendo objeto de discussão desde os anos 1970, quando o viaduto começou a ser fechado para o trânsito de veículos durante à noite. Os períodos de fechamento foram sendo ampliados até o horário atual, que prevê a interdição para carros entre 20 horas e 7 horas e durante todo o dia nos fins de semana.
O Plano Diretor Estratégico (PDE), de 2014, já previa a elaboração de uma lei específica para definir prazos para a desativação do elevado como via de tráfego. Esta lei foi aprovada em fevereiro de 2018, estabelecendo que a Prefeitura estimulasse a realização de atividades culturais e esportivas nos períodos de fechamento aos carros e fizesse um projeto para a transformação parcial ou total do elevado em parque por meio de um Projeto de Intervenção Urbana – PIU, a ser aprovado por Lei ou Decreto.
Em 2006, a Secretaria Municipal de Planejamento (SEMPLA), na época, entendeu ser necessária a discussão sobre a utilização do elevado e seu impacto urbanístico, social e ambiental. Foi lançado um Concurso de Projetos que recebeu 46 propostas, teve um projeto escolhido, mas nada foi executado.
Em 2016, a partir do PDE de 2014, diversos projetos foram divulgados, mas nenhum colocado em prática.
No ano seguinte, a Secretaria de Urbanismo e Licenciamento (SMUL), recebeu a doação do Projeto do Escritório Jayme Lerner, que, além de transformar o elevado em parque, propõe a transformação do entorno imediato pelo incentivo de ocupação dos edifícios lindeiros e conexões de seus pavimentos intermediários ao Minhocão.
Em maio de 2018, Ministério Público recomenda instalação de portões, acessos para acessibilidade e “guarda corpo” devido ao risco de queda dos usuários.
A partir de fevereiro de 2019, o prefeito Bruno Covas estabelece cronograma para implementação da proposta no Minhocão, retomando o projeto de Jaime Lerner.
Alguns países desenvolveram projetos com referências semelhantes, que permitem a readequação e reinserção de espaços a partir de intervenções urbanísticas, entre eles alguns bem conhecidos, como o High Line, de Nova York, a Coullée Verte René-Dumont, em Paris e a Renaturalização do Riacho Cheong Gye Cheon, em Seul.
High Line, de Nova York
High Line é um parque elevado de aproximadamente 2,3 quilômetros de extensão, com áreas verdes, mobiliário urbano e pequenos comércios em lugares específicos. Sua construção foi iniciada em 2006, com a inauguração do trecho mais ao sul três anos depois. O trecho final foi concluído em 2014. A construção do Parque é resultado de um intenso trabalho da sociedade civil e esferas públicas, envolvendo a doação da área ao município, concurso de projetos e alterações no zoneamento, entre outros.
Coullée Verte René-Dumont em Paris
Em Paris, a “Promenade Plantée”, inaugurada em 1993, constitui-se de um parque sobre antigas estruturas ferroviárias, que se inicia a 10 metros do chão, no Viaduc dês arts. A Promenade possui no total 4,5 quilômetros de extensão, a maior parte sobre a antiga ferrovia, mas também sobre novas passarelas e ao nível do chão. A Promenade conecta-se ainda com o Parque Reully, áreas esportivas e culturais e outras áreas verdes menores.
Renaturalização do Riacho Cheong Gye Cheon, em Seul
Reforma de estrutura também rodoviarista que passou décadas coberto por vias arteriais e um viaduto, implantados na década de 70. Nos anos 2000, o então prefeito Myung-bak Lee, a partir da pressão da população que reclamava da degradação do local, optou pela retirada da via e do elevado em questão, e criou um parque linear com 5,8 quilômetros, com espaços de lazer, a implantação de uma rede de esgotamento sanitário, sistema de drenagem de águas pluviais, a construções de pontes de conexão entre os dois lados, o plantio de espécies nativas, entre outros aspectos que acabaram por conectar muito mais a população local.
Leia também: 7 DICAS PARA APROVEITAR MELHOR O PARQUE MINHOCÃO
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