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O maior arquiteto brasileiro em atividade gosta da vida urbana, diz que a ideia de medo é “uma estupidez” e recomenda: venham para o centro
Por Denize Bacoccina
O arquiteto Paulo Mendes da Rocha, autor do projeto de reforma do Sesc 24 de Maio, que “descascou” as paredes de tijolo do prédio e colocou um revestimento de vidro que permite interagir com a cidade ao redor, inclusive com um área de passagem integrada à rua no térreo, considera uma estupidez o medo que faz com que muitos paulistanos evitem a área central de São Paulo.
“Este dito medo das áreas centrais é justamente de quem tem medo da liberdade. Tem gente que tem pavor desta liberdade”, afirma o arquiteto em entrevista ao projeto A Vida no Centro. Para ele, a liberdade proporcionada pela vida urbana assusta a alguns. “As pessoas têm medo da própria liberdade. Preferem ser comandadas” diz.
Não é o caso dele. O mais conceituado arquiteto brasileiro em atividade, ganhador do Prêmio Pritzker, (considerado o Nobel da arquitetura) e do leão da Bienal de Arquitetura de Veneza do ano passado, Paulo Mendes da Rocha se formou em 1954, no Mackenzie e na década seguinte foi lecionar na Universidade de São Paulo.
Junto com o colega modernista Vilanova Artigas é um dos expoentes da chamada Escola Paulista de arquitetura. Fez vários projetos para espaços públicos, como a reforma da Pinacoteca e o centro cultural da Fiesp, além do pórtico para Praça Patriarca.
Aos 88 anos, continua em plena atividade. Não apenas profissional, mas no usufruto da vida urbana. Com frequência, faz a pé o trajeto entre sua casa, em Higienópolis, e o escritório, na Vila Buarque, uma distância de poucos quarteirões.
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E gosta justamente da liberdade que tem no prédio onde está instalado, que permite entrar e sair em qualquer horário, sem restrições, o que lhe permite passar a noite trabalhando, se for preciso.
Nesta entrevista, ele fala sobre as vantagens da vida nos centros urbanos e o medo que ainda afasta muitas pessoas da região central de São Paulo.
O senhor mora e trabalha no centro. Por que acha que muita gente tem medo dessa região?
Eu vou dizer uma coisa: a vida urbana, de um modo geral, é a coisa mais livre que pode existir para um homem hoje, no mundo. É viver nas áreas centrais das cidades. Tanto que você pode dormir na rua. Este dito medo das áreas centrais é justamente de quem tem medo da liberdade. Tem gente que tem pavor desta liberdade.
É da liberdade do outro? Da diversidade?
Eu acho que as pessoas têm medo da própria liberdade. Tem medo de ter que escolher o que fazer. Preferem ser comandadas.
O centro tem muita diversidade. Isso assusta?
Assusta muito as pessoas.
O senhor sempre viveu no centro?
Eu me formei em 1954, e já vim trabalhar num escritório aqui no centro. Era no antigo prédio da indústria Filizola, no início da Rua da Consolação, em frente à Biblioteca Mário de Andrade. Foi o primeiro escritório que eu tive. Juntamos cinco colegas e dividimos o aluguel de um escritório bacana. Depois eu comprei no Conjunto Nacional, logo que inaugurou. Estive lá uns 15 ou 20 anos. Depois apareceu a oportunidade de comprar no prédio onde fica a IAB (Instituto de Arquitetos do Brasil, na Vila Buarque). É muito bom, porque é um prédio que não tem controle nenhum, e temos liberdade de entrar e sair qualquer hora, trabalhar à noite, sábado, domingo. Isso para nós é muito importante.
E o senhor mora onde?
Eu moro na Avenida Higienópolis. Eu já morei no Butantã. Mas não deu muito certo, isso de morar assim retirado. Muitas vezes eu vou a pé para o escritório.
E o senhor não tem medo de andar a pé?
Eu tenho impressão que tem gente que tem medo de mim, isso sim. Cultivar esta ideia de medo é uma estupidez sem tamanho.
E qual o senhor acha que será o impacto deste prédio neste lugar, para o qual muita gente tem medo de vir, pelo desconhecido.
Ele é feito para os comerciários. E eles não têm medo. Quem sabe este prédio não tem esta grande função educativa que é dizer: vocês têm medo de quê, afinal?
Qual é o seu lugar preferido no centro?
Pra te falar a verdade, eu gosto de tudo, principalmente a área mais tradicional e mais antiga: 15 de Novembro, Rua do Comércio, Praça Patriarca e seus entornos, Largo São Francisco. Quando eu tinha 10, 12 anos, eu estudei no Colégio São Bento. Eu descia do bonde e andava a rua São Bento inteirinha, às 7 horas da manhã. Eu fui educado na cidade. Eu sou um cidadão, não sou do mato.
Alguma dica de lugar?
A minha dica é o seguinte: venham para o centro.
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