Igreja Santa Ifigênia: conheça a história da Basílica da Imaculada Conceição
O guia de turismo Laércio Cardoso de Carvalho fala sobre a história da igreja Santa Efigênia, que é oficialmente uma basílica.
Fizemos uma lista de alguns passeios para curtir num sábado. Veja as dicas e se prepare para descobrir um outro lado do Bixiga
Por Beatriz Pacheco |“O Bixiga sempre teve esse lado boêmio. Nos anos 80, as pessoas se aglomeravam em frente aos bares a ponto de fechar esta rua [13 de maio] e não passar carro. O público daqui é que tem seus altos e baixos. Hoje a gente percebe a ascensão do movimento”, Marinho, ex-baixista do Pavilhão 9 e hoje no comando da Barbearia Cavalera, foi o encarregado pelo acaso por me apresentar a região.
Até eu sair para explorar o Bixiga, o pouco que conhecia do local se resumia à sua fama e uma curta visita pela feira dominical na praça Dom Orione. Mas naquele sábado eu percebi: o Bixiga também é cool.
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Nesse pedaço da Bela Vista, taxistas desaceleram para cumprimentar velhos conhecidos nas calçadas enquanto jovens se agrupam para uma gelada nos botecos das esquinas. Há um orgulho ventilado nas ruas do Bixiga, um ar saudoso e um apego bairrista na fala de quem vive ali. Para experimentar esse Bixiga que vai muito além das suas (maravilhosas) cantinas italianas, A Vida no Centro montou um roteiro com 7 opções de passeios no lado direito do Bixiga, entre a 13 de Maio e e Conselheiro Carrão, para (re)descobrir a região em um dia.
A esquina recentemente reformada ao lado da Paróquia Nossa Senhora Achiropita faz um convite para um cafezinho. O preço é modesto e as porções são generosas. Apesar da referência lusitana no nome, os hits da Camões são o cannoli paulista e o filé à parmegiana. “É o que as pessoas querem”, descomplica Gil, o garçom.
Gil mora no Bixiga há doze anos e me conta que, para ele, não há melhor lugar em São Paulo: “Venho do Piauí. Desde que cheguei nesta cidade, aos 17 anos, já morei em outros bairros. Lá na Mooca, às nove da noite não tem mais nada aberto. Já aqui as coisas funcionam 24h. Eu saio tarde do trabalho e ainda consigo curtir um bar ou assistir a uma peça de teatro.”
A própria Padaria Camões funciona das 6h à meia noite, todos os dias da semana.
Endereço: R. Treze de Maio, 518
Na esquina oposta à Padaria Camões, o sobrado do encontro da rua Treze de Maio com a Conselheiro Carrão se ergue exuberante com a fachada recentemente recuperada. Olhar para o patrimônio histórico, tombado pela Prefeitura de São Paulo, pareceria uma viagem ao passado – não fosse a faixa com a cara do roqueiro João Gordo na sacada. O projeto original do prédio foi mantido para abrigar a Barbearia Cavalera e a Central Panelaço.
A Barbearia
No primeiro andar, a decoração com referências mexicanas e o ar anos 50 criam o ambiente para a famosa barbearia, que conta com mais três unidades na capital. Há ainda um bar para clientes e uma pop-up store da Cavalera com roupas masculinas. Marinho é o barbeiro-chefe das Barbearias Cavalera. Foi ali na unidade do Bixiga que ele decidiu fixar sua cadeira – com agenda lotada até o fim do ano. Enquanto conversamos em frente à casa, todos que passam na calçada cumprimentam Marinho – conforme vão, ele me apresenta as figuras pelo nome e história. “Aqui, atendo majoritariamente executivos e pessoas mais velhas. Gente que vem de terno e mocassim para manter a barba rente ao rosto”, conta.
O Panelaço
Já o segundo andar do sobrado é palco para a Central Panelaço, espaço idealizado por João Gordo e sua mulher, Viviana Torrico. As coleções de vinis do vocalista da banda Ratos de Porão estão à venda na loja, assim como seus quadros, pôsteres de bandas de rock e artigos variados com ícones do universo pop – por exemplo, canecas do Darth Vader e saleiros do Batman. O projeto evoluiu de tal forma que se tornou seu dono na essência. É possível comprar desde roupas ou tênis antigos do Gordo até os produtos da sua linha vegana.
Às quartas-feiras, Rodrigo Lima, vocalista do Dead Fish, prepara sua popular feijoada vegana. Nas sextas, a estrela é o “strogovegan”, o estrogonofe vegano de João Gordo. “Comer aqui é uma experiência. Além da comida, que é maravilhosa, a pessoa pode fazer uma refeição ao lado desses músicos e seus amigos. Quem vem tem a oportunidade de trocar ideias com esse pessoal”, conta Nanny, gerente da Central. O almoço é servido das 12h às 15h.
Endereço: Rua Conselheiro Carrão, 451
O sucesso da feira Jardim Secreto, um dos principais eventos de produtos artesanais de São Paulo, levou a dupla Claudia Kievel e Gladys Tchoport a fixar endereço. O local escolhido: Bixiga. Aberta há menos de três meses, a loja colaborativa já reúne 50 marcas de produtos artesanais, moda e design. Além de peças exclusivas feitas à mão, o espaço ainda acomoda um café com opções orgânicas, vegetarianas e veganas a preços razoáveis.
A casa de muro colorido do Jardim Secreto é um point graças à sua agenda de eventos, com pocket shows e oficinas. Nos dias de sol, as pessoas disputam os bancos da rua em frente ao espaço. Nos dias nublados da capital, as mesas do café no interior da loja servem de refúgio para fugir do frio ou da chuva.
Endereço: Rua Conselheiro Carrão, 374
Os mineiros órfãos dos quitutes da sua terra podem correr para o Autêntico Empório, um pedacinho de Minas Gerais no Bixiga, aberto há menos de três meses. Os destaques do espaço ficam para o clássico pão de queijo mineiro e o original waffle de pão de queijo.
Aos mais saudosos: queijo da serra da canastra, cachaça do barril, doce de leite mineiro, goiabada cascão e cafezinho do sul de Minas. Em dias de evento nas ruas do Bixiga, além da loja, o food truck do Autêntico roda o bairro para conquistar os esfomeados.
Endereço: Rua Treze de Maio, 744
De frente para a praça Dom Orione, o Espaço 13 reúne barbearia, estúdio de tatuagem, galeria de arte e bar num único local. Desde a sua inauguração, há três anos, o espaço atrai jovens para a região com eventos regados a bons drinques e boa música.
O bar tem uma boa carta de cervejas artesanais e coquetéis feitos à base de rum, gin e uísque – a apresentação das bebidas é um show à parte. Os sucessos do cardápio ficam por conta dos hambúrgueres e dos cachorros-quentes.
Endereço: Rua Treze de Maio, 798
Se você curte jazz, preste atenção à programação do Escadaria do Jazz no Bixiga. O evento já é bastante conhecido por reunir fãs do estilo e quem curte um som ao ar livre. Bandas de jazz, blues e até fanfarra (dependendo da edição) invadem a escadaria do Bixiga, que em pouco tempo é tomada pela plateia. As edições começam às 14h e seguem até as 20h.
Sentado numa mureta à parte de toda a confusão, o norte-americano Mike Dutton traduzia suas impressões em ilustrações sobre o Brasil. Pela primeira vez no país, ele achou o Bixiga “cool”. Mike ainda me confessou que se sentia contagiado pela energia daquele grupo e pela experiência na região, que, segundo ele, foi a maior surpresa da sua viagem.
Endereço: Rua Treze de Maio, 750
Sexta-feira é o dia consagrado pelo samba de raiz no Bixiga. O projeto “Samba da Treze” do grupo Madeira de Lei começa às 20h, na rua Treze de Maio, em frente à entrada da Igreja da Achiropita. O repertório da roda inclui grandes nomes do samba como Roberto Ribeiro, Cartola, Noel Rosa, Paulinho da Viola, João Nogueira, Benito de Paula, Nelson Cavaquinho etc.
É ali que se vê o samba do Bixiga amanhecer. É ali também, às sextas-feiras, que Marinho, Gil, João Gordo, Nanny, Claudia, Gladys e todos os outros se encontram. “No samba da Treze, o cara que anda de chinelo de dedo curte o som do lado do cara de sapato de couro lustrado. O Bixiga é isso. É esta mistura boa”, diz Gil.
Endereço: Rua Treze de Maio, 507
Neste post listamos apenas alguns passeios para fazer no Bixiga. Você conhece outros points na região? Compartilhe suas dicas com a gente nos comentários.
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